Coluna Fernando Calmon
Nº 1.122 — 5/11/2020
PORSCHE TAYCAN TURBO S:
ELÉTRICO DE TIRAR O FÔLEGO
Partir para um
automóvel elétrico era uma questão de sobrevivência, em longo prazo, para uma
fabricante que tem histórico de modelos de altíssimo desempenho e, ao mesmo
tempo, participação importante de SUVs no portfólio, modelos mais pesados e,
naturalmente, de maior consumo de combustível que afeta de forma direta as
emissões de CO2. Não havia escolha para a Porsche, pois híbridos
plugáveis são insuficientes para evitar as altas multas que a União Europeia
impõe para a média dos veículos à venda de cada marca.
Inicialmente há três
opções de preço: 4S, R$ 598.000; Turbo, R$ 809.000; Turbo S, R$ 979.000. Já inclui mudanças na estrutura elétrica em
qualquer tipo de imóvel e endereço no Brasil. Haverá ainda versão de entrada,
mas só quando a demanda mundial for atendida. A Porsche planejou 20.000
unidades/ano, porém a procura é pelo dobro. A fábrica dedicada precisou tomar
“emprestados” 400 funcionários da Audi.
Trata-se de um sedã-cupê
de quatro portas com inspiração de linhas no 911 e no Panamera. É bater um olho
e ver um Porsche. Com apenas 1,38 m de altura o acesso ao interior não é o de
um sedã comum. Contudo, ao sentar estão lá o volante em posição vertical e o tradicional
botão de partida no lado esquerdo do painel. Na realidade é um botão de
desligar, porque basta pisar no pedal de freio para o carro estar energizado.
Além do quadro de instrumentos digital, há duas telas centrais e mais uma (sem
tanta utilidade) para o passageiro, além da que controla o ar-condicionado
quadrizona.
Em conectividade deixou
de fora o Android Auto. O carro é um 4+1: passageiro central, atrás, só em
curtas distâncias. Um vão no assoalho acomoda os pés dos outros dois
passageiros, além do bom espaço para as pernas (2,90 m de entre-eixos). Dispõe
de dois porta-malas: traseiro, de 366 litros e dianteiro, de 81 litros (se
transportar o cabo de recarga, menos espaço).
É o primeiro elétrico
com sistema de 800 V (normal, 400 V): recarrega a bateria de 5% a 80% em 22
minutos. Alcance declarado de até 412 km, no caso do Turbo S. Potência
combinada dos motores dianteiro e traseiro atinge 625 cv (761 cv, com
overboost). Torque descomunal: 107,1 kgfm. Para o motor traseiro existe uma
caixa automática epicicloidal de duas marchas: uma melhora a arrancada e a
outra aumenta o alcance em estrada.
Na avaliação que fiz
no autódromo Velo Città não transpareceu o peso de 2.370 kg. Comportamento é
exemplar, da tomada à saída de curvas, além da irrepreensível estabilidade
direcional. Freios estão no melhor padrão: discos carbocerâmicos com pinças gigantes
de 10 pistões na frente e 4 atrás. Há frenagem regenerativa por aletas no
volante ou pela câmera dianteira que monitora o trânsito e aciona a regeneração.
Silêncio a bordo é tal que mal se percebe o ruído de rodagem dos pneus (rodas de
21 pol. de diâmetro). No modo Sport Plus ouve-se leve rumor dos motores.
Impressionante é a aceleração
do Taycan Turbo S com auxílio do controle de largada: 0 a 100 km/h em apenas
2,8 s. Só perde por 0,1 s para o 911 Turbo S que inspirou o nome do elétrico,
mesmo sem este ter turbocompressor, obviamente.
ALTA RODA
Amarok, ano-modelo
2021, ganhou motor V-6 turbo diesel mais potente no mercado de picapes médias.
São 258 cv, mas a função overboost durante 10 s aumenta a potência para 272 cv.
Aceleração de 0 a 100 km/h em 7,4 s equivale a um Jetta GLI. Hoje, 65% das
Amarok têm motor V-6. Há três versões de R$ 243.290 a R$ 258.270. Continuam duas versões de quatro
cilindros.
Leve reestilização de
meia geração no Mini Countryman 2021. Quatro opções, duas com motores turbo de
136 cv e 306 cv, por R$ 199.990 e 299.990. As outras, híbridas plugáveis: R$
234.990 e 264.990. Avaliei essa última com alcance de quase 50 km em uso urbano
no modo elétrico. Quadro de instrumentos é acoplado à regulagem da coluna de
direção. Em estrada, dirigibilidade e desempenho instigantes.
FCA e TIM confirmaram
o acordo antecipado aqui com exclusividade. A partir do primeiro semestre de
2021, modelos Fiat, Jeep e Ram contarão com Wi-Fi a bordo com chip de celular integrado
ao multimídia, esquema já oferecido por GM e Claro. Ainda não se anunciou preço
dos serviços. Novos recursos de conectividade com atualização OTA e internet
das coisas (IoT) estarão incluídos.
Desvalorização do
real frente ao dólar traz oportunidades de exportação do SUV compacto Kicks,
afirmou Marco Silva, presidente da Nissan. “Aguardo sinal verde da matriz para mercados
sul-americanos hoje abastecidos por México e Tailândia.” Sua previsão para o
mercado interno, a depender da evolução da pandemia e suprimento de peças,
aproxima-se dos níveis de 2019.
Muito raro a Toyota
distribuir nota pública sobre decisões do Congresso, como a extensão de
incentivos fiscais para fábricas do Centro-Oeste. “Precisamos de cenários
claros para investir com segurança. É um jogo de soma com resultado negativo,
pois gera alguns empregos na região incentivada, mas elimina empregos e renda
nas outras regiões.”
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