Coluna Fernando Calmon
Nº 1.303 — 31/5/2024
Novo SPVAT é polêmico e na
realidade não se trata de seguro
Rebatizado de Seguro
Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT) depois de
passar pela Câmara dos Deputados e aprovado no Senado, no último dia 8, recebeu
alguns aperfeiçoamentos em relação ao anterior DPVAT. No entanto, se o seguro
anterior já denotava conotação de imposto, essa dúvida se dissipou agora. SPVAT
é, de fato, um imposto por mais que o Governo Federal tenha preocupação de
salvar as aparências.
Cabe ressaltar a
necessidade de um seguro desse tipo como acontece na maioria dos países. Afinal,
um acidente com vítima em que não é possível identificar e processar o
motorista ou motociclista, levou à criação desse evidente instrumento de
proteção social. Infelizmente, pois já acontecia antes, mesmo que o
proprietário do veículo comprove que possui por conta própria um seguro em
favor de terceiros, estará obrigado a pagar de novo com toda conotação de taxa
obrigatória.
Segundo o que está
na nova lei, as coberturas foram um pouco ampliadas e vai gerar indenizações nestes
casos: morte, invalidez permanente total ou parcial,
além de reembolso de
despesas com assistência médica, serviço funerários e reabilitação profissional das vítimas que
possam ter desenvolvido invalidez parcial. O valor do prêmio (preço do seguro)
ainda não foi revelado, porém estimativas apontam para algo em torno de R$ 50,00
a R$ 60,00 por ano, a partir de 2025.
O antigo DPVAT,
antes de sua extinção por etapas anuais decrescentes entre 2016 e 2021, tinha o
valor original estipulado em R$ 105,65. Sob esse aspecto há uma evolução para
melhor. Todavia, precisa ter em conta a frota real. Se os cálculos atuariais foram
feitos de acordo com os registros do Denatran, que só controla emplacamentos,
mas não veículos que saem de circulação, o valor amigável de R$ 50,00 pode se
dissipar. Tudo porque a frota verdadeira para arrecadação é bem menor (cerca de
40%, incluídas as motos).
Stellantis confirma investimentos no Estado do Rio de Janeiro
Os R$ 3 bilhões
faltantes para fechar os R$ 30 bilhões, no período 2025-2030, que o
conglomerado Stellantis de cinco marcas e três fábricas anunciou para o Brasil
foram confirmados, conforme esperado, para a unidade de Porto Real (RJ). Como a
fabricante transferiu a marca Peugeot para a Argentina, o grupo só produz
localmente os modelos Citroën, Fiat, Jeep e Ram.
Emanuele Cappellano,
presidente do grupo para América do Sul, afirmou que “este ciclo de
investimentos apoiará o lançamento de um novo produto, inédito, e que
certamente será forte competidor”. Deixou a entender, assim, que para a unidade
fluminense virá marca e modelo diferentes. Um produto como o Jeep Avenger
híbrido flex, menor que o Renegade e bastante adequado ao mercado brasileiro,
enquadra-se nesta pista deixada pelo executivo italiano para 2026. Estará ao
lado dos Citroën C3, C3 Aircross e Basalt (este já no início do segundo semestre).
Rumores, no entanto,
indicam que a produção de motores em Porto Real, já bastante limitada, deverá
ser encerrada em breve. O processo de descontinuidade das unidades motrizes de
origem PSA (Peugeot Citroën) enquadra-se na estratégia de integração do grupo.
Foi reservado para Betim (MG) o desenvolvimento e manufatura dos motores flex para
micro-híbridos, híbridos plenos, híbridos plugáveis e, por fim, os 100%
elétricos.
O Avenger tem origem
PSA, porém recebe a marca Jeep por sua força comercial.
Volvo aposta no preço, desempenho e estilo do elétrico EX30
A encomenda prévia
de 2.000 unidades desde o ano passado animou a Volvo para a chegada agora ao
mercado do crossover elétrico EX30. Fabricado na China pela Geely, que é
proprietária da marca sueca há 14 anos, tem dimensões semelhantes às do Compass
com distância entre eixos de 2.650 mm e 4.233 mm de comprimento. Seu estilo é
atraente e a parte dianteira está bem resolvida inclusive ao aplicar o emblema
da marca. Visto de traseira não empolga.
Motor de 272 cv, 35
kgf·m e tração traseira bem de acordo com parcela ponderável de motoristas que
apreciam essa solução. A fabricante informa 0 a 100 km/h em bons 5,3 s, apesar
da massa de 1.830 kg. Bateria 69 kW·h permite alcance médio de 338 km, padrão
Inmetro. Porém, a bateria menor de 51 kW·h corta o alcance para limitantes 250
km. Rodas têm 18 pol., enquanto as outras duas versões utilizam as de 19 e 20
pol. Porta-malas com bom volume, 318 litros, mas sem estepe, que no Brasil pode
trazer dissabores, se os pneus sofrerem danos maiores.
O interior traz uma
solução incômoda ao eliminar o quadro de instrumentos, deslocado para a enorme
tela vertical central que concentra funções em demasia e distrai o motorista.
Preços seguem padrões chineses: R$ 229.950 a R$ 293.950.
Audi A4 e A5 quattro recebem aperfeiçoamentos e novos preços
Ao completar 30 anos
no Brasil, a Audi valoriza ainda mais seus elegantes sedãs com a pureza de
linhas e qualidade de acabamento dos modelos A4 e A5, ambos com tração integral
quattro. À exceção do A3, todos os demais
modelos da marca dos quatro anéis entrelaçados vendidos aqui dispõem de tração 4x4
(87% do total). Os motores quatro-cilindros são os mesmos 2-litros: 204 cv e 32,6
kgf·m. Curiosamente o Jetta GLI vem do México com motor igual, porém com 231 cv
e 35,7 kgf·m.
A principal
diferença entre eles é que o A5 se trata de um liftback, onde o vidro
traseiro integra-se à tampa do porta-malas. Isso deixa o modelo com massa um pouco maior: 1.685 kg, 40 kg a mais
que o sedã tradicional A4. Em termos de desempenho quase nada muda: 0 a 100
km/h em 6,8 s (6,7 s, no A4). Em ambos, câmbio automático de sete marchas.
Porta-malas de 465 litros (A5) e 460 litros (A4).
Em um circuito
demarcado por cones no campo de provas da Goodyear, em Americana (SP), com piso
molhado, ambos demonstraram equilíbrio e agilidade, além de resposta bastante
precisa da direção. Tração nas quatro rodas permanente proporciona segurança e
prazer ao dirigir. Os preços partem de R$
333.990 (A4 quattro) e R$ 359.990 (A5 quattro).
Neta, nova marca chinesa, tem planos de produzir no Brasil
Com um portfólio na
origem de sete modelos, sendo quatro SUVs, um hatch, um sedã e um elegante cupê
esportivo (este o único apresentado no primeiro evento da marca na capital
paulista), a Neta tem planos audaciosos para atuar no Brasil. Os primeiros
produtos importados da China, todos elétricos, chegam entre junho e julho
próximos.
A empresa não confirmou,
mas o que se espera são um SUV do porte do Song Plus, um hatch do mesmo tamanho
do Dolphin e o Neta GT, sendo este provavelmente na configuração mais poderosa
com 462 cv, 63,2 kgf·m e tração 4x4. Alcances declarados no padrão chinês são
otimistas demais e nem ensejam menção.
A Neta é uma
fabricante de capital privado, mas recebe participação minoritária do governo
chinês, que fez um recente aporte financeiro para jogar pesado no mercado
internacional. Como o Brasil iniciou o processo paulatino de aumento do imposto
de importação sobre elétricos, a instalação de uma fábrica aqui está planejada já
para 2025. Natural que a unidade fabril da Toyota em Indaiatuba (SP), em
processo de desativação, seja uma opção a negociar por estar pronta para voltar
a produzir.
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