Coluna Fernando Calmon
Nº 1.315 — 22/8/2024
Fórum de Quatro Rodas destaca
alternativas que só o Brasil detém
Emissões de CO2
ou gás carbônico preocupam hoje o mundo todo, pois afetam atividades humanas e
principalmente os meios de transporte, em especial os veículos motorizados
terrestres. Quatro Rodas uma das primeiras revistas especializadas em
automóveis, lançada em 1960, e com essa responsabilidade organizou esta semana
o Fórum Direções bastante interessante, educativo e produtivo. Reuniu nomes
relevantes para abordar essas questões com repercussão no clima do planeta.
Discutiram-se
caminhos para neutralizar o problema por meio de novas tecnologias, processos e
legislações. Sem deixar de lado a importância da sustentabilidade,
discutiram-se viabilidades para a indústria, o mercado e os consumidores. A
seguir, resumo alguns dos temas e sugestões.
· Etanol, produzido aqui em larga escala no
desde os anos 1970, permite diminuir emissões de CO2 de forma
semelhante à eletrificação, quando se analisam emissões da fonte até a roda de
tração. No Brasil a solução híbrida associada a motores flex estreia ainda este
ano.
· Hoje o combustível de origem vegetal se obtém
da cana-de-açúcar (80%) e também do milho (20%), sem nenhuma concorrência com
alimentos.
· Poucos sabem: 100 países produzem cana e 50
misturam etanol à gasolina. Ainda assim não pode ser considerado uma solução
global e perene.
· Carros elétricos exigem soluções
profissionais e viáveis economicamente. Não bastam carregadores domésticos, em
condomínios e urbanos. Rede de recarga rodoviária precisa ser um negócio
rentável e capilar. Qualquer viagem acima de 300 km exige planejamento minucioso
e sujeito a surpresas.
· Fabricação de baterias no Brasil pode vir a
ocorrer, mas nenhum participante arriscou uma data.
· Desvalorização do carro elétrico usado é
questão global, de cada marca e tem suas variáveis.
· Um carro híbrido flex oferece menor emissão
líquida de CO2, da fonte à roda, que um elétrico na atual matriz
energética europeia.
· Na Europa, hoje, em média 50% dos carros
vendidos têm motores só a combustão, 30% híbridos e 15% elétricos.
Amarok 2025 traz novo visual dianteiro e mantém preço
As mudanças na parte
dianteira da picape média importada da Argentina foram as maiores desde seu
lançamento em fevereiro de 2010, mas na realidade não houve troca de geração.
Depois de 14 anos no mercado poderia ter recebido algo mais profundo. No
entanto, para-choque, capô e para-lamas são novos, o que deixou o conjunto mais
saliente. Destaca-se ainda uma faixa de luz de LED na grade unindo os faróis,
também de LED. Herdou do Nivus os faróis de neblina. Recebeu também novo
para-choque traseiro, lanternas de fundo escurecido e rodas redesenhadas de 20
pol. Cresceu 90 mm no comprimento total.
No interior, além
dos airbags de cabeça, destaca-se o Safer Tag, um assistente passivo de
segurança colocado no topo do painel. Serve para alertar o motorista para
situações de risco como saída de faixa, colisão frontal, proximidade de
pedestres e ciclistas, porém sem atuação ativa.
A Amarok continua se destacar entre seus sete concorrentes diretos pelo volume
da caçamba de 1.280 litros e capacidade de carga de 1.104 kg. Além disso,
permanece como picape média diesel mais potente graças ao motor V-6 turbo
3-litros, 258 cv (na função de sobrepressão até 272 cv durante 10 segundos,
após 5 segundos volta a ficar disponível) e 59,1 kgf·m com aceleração de 0
a 100 km/h em apenas oito segundos e velocidade máxima de 190 km/h. Tração nas quatro rodas sob demanda.
Garantia subiu para
cinco anos. Os preços mantidos no ano-modelo 2025 vão de R$ 309.990, na
configuração de entrada Comfortline, R$ 328.990, na intermediária Highline e R$
350.990 na de topo, a Extreme.
Ameaça chinesa agora também aos fabricantes de pneus
Provavelmente
animados com a produção em futuro próximo de marcas chinesas de automóveis no Brasil
— GWM, BYD, além do interesse já demonstrado por Neta Auto e mais recentemente
Omoda e Jaecoo, submarcas da Chery — fabricantes de pneus chineses estudam
construir fábricas no Brasil. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, as chinesas Sailun Tire e a LinLong, além do
grupo brasileiro Sunset Tires que tem ligações com fabricantes do Leste
asiático, o montante estimado de investimentos pode atingir R$ 4,5 bilhões. Há
estimativa de se criarem 4.700 empregos diretos.
Segundo a Associação
Nacional da Indústria de Pneumáticos, o setor emprega 32.000 funcionários em 21
fábricas. O mercado brasileiro é relevante com uma frota circulante (real) de 47
milhões de veículos leves e pesados. A comercialização de pneus de reposição já
é dominada em 59% por importações taxadas com alíquotas baixas (16%).
Fabricantes aqui já
instalados de marcas renomadas continuam a lançar novos produtos. A alemã
Continental acaba de apresentar a nova linha UltraContact, para aros de 14 a 19
pol., 10 opções de medidas e garantia de até 80.000 km. Considerando a média
brasileira de13.000 km por ano os motoristas de automóveis poderiam rodar pouco
mais seis anos, se cuidarem bem dos pneus.
A americana Goodyear
fez nessa semana cinco lançamentos. Destaque para o Eagle F1 Asymmetric 6 para automóveis
de maior desempenho com foco em aderência e menor emissão de ruídos para aros
de 17 a 22 pol. Utilitários esporte e picapes passam a contar com os Wrangler
Duratrack (uso misto) e Boulder MT (focado no fora de estrada).
Já a italiana
Pirelli mirou em veículos de altíssimo desempenho: apresentou o P Zero™ Trofeo
RS, de perfil ultrabaixo e para pista seca, no Festival Interlagos.
Motor faz toda diferença no Duster topo de linha
O SUV da Renault
chegou ao mercado em 2011. Poucos lembram de que foi a primeira resposta ao
sucesso crescente do Ecosport, lançado em 2003 e ano após ano conquistando mais
clientes para o segmento de SUVs, hoje o principal e não só aqui. O modelo
francês é, hoje, o veterano do segmento dos SUVs compactos. A segunda geração,
em 2020, avançou em segurança passiva e retoques de estilo. Sempre se destacou
pela acomodação interna, ótimo porta-malas (475 litros/VDA) e faltava um
conjunto motor-câmbio atualizado e potente.
Embora restrito à
versão de topo Iconic Plus, o motor 1,3 L, turbo flex deu outra vida ao carro. Manteve
a tradicional configuração de quatro cilindros (ainda destacadamente mais suave
e silencioso que um três-cilindros), 170 cv (E)/162 cv (G) e 27,5 kgf·m, mais
do que suficiente para garantir um desempenho muito bom e consumo bem razoável.
Tudo harmonizado com o câmbio automático CVT de oito marchas reais e não
“simuladas”, como se costuma dizer de modo impreciso. Aceleração de 0 a 100
km/h em 9,2 s (dado de fábrica) mostra agilidade e capacidade de recuperação
típica de motores turbo.
Os R$ 160.690, na versão
avaliada com pacote Outsider, fogem da proposta central de preço competitivo,
porém chama atenção principalmente pelas rodas de 17 pol. com acabamento
diamantado escurecido. No interior, destaque para espelhamento de celulares
Android e Apple, sem fio, carregador por indução e duas portas USB para o banco
traseiro. Os seis airbags o colocam dentro de um bom padrão de segurança
passiva. Com 2.673 mm de entre-eixos, quem viaja no banco traseiro tem bom
espaço para ombros, pernas e cabeças. Faltam, entretanto, saídas de
ar-condicionado atrás.
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