Um
pequeno Isard 400, Coupé, 1961, exemplar da leva de micro carros produzido na
Argentina, foi o preferido do público e ganhador da Categoria F no Concurso de
Estado. Um Citroën 3 cv, 1973, foi o escolhido pelo voto dos expositores na 3ª. Expo Auto Argentino, no domingo
passado, em gramado equestre, na cidade de Moreno, 40 km de Buenos Aires.
Curioso,
no país detentor da mais rica e refinada frota de antigos na América do Sul, um
carrinho com motor monocilíndrico, típico de motocicletas, leve a taça dos
apreciadores dos veículos antigos. Mas, só podia ser assim.
O evento, como
claramente informa, é para autos argentinos, um esforço nacionalista para
salvar e preservar a história e a representatividade do empreendedorismo, da
tecnologia aplicada pelos argentinos na variedade de produtos marcantes do
evoluir de sua indústria.
O vizinho país tem maior leque de marcas e
iniciativas locais distante das grandes montadoras, e preserva referências como
o surpreendente projeto e construção de motores – o belo V8 refrigerado a ar,
em alumínio equipando o primeiro Justicialista é o melhor exemplo.
Há
três anos, dois historiadores, Gustavo Feder e José Luiz Murgo, somaram seus
arquivos e iniciativas para divulgar os feitos automobilísticos argentinos.
Geraram serviços, histórias, um curso específico, e a melhor forma de expor a
idéia de preservação, a exposição Auto Argentino.
Parceiro, o Rotary Club de
Francisco Alvarez, à frente um incansável Alberto Rosso, aderiu para divulgar,
facilitar, envolver-se, e cobrar 10 pesos – R$ 5 – de entrada aos projetados 20
mil visitantes, destinando-os aos fins sociais onde se aplica.
A festa vem num
crescendo em divulgação, expositores, feira de peças, barracas de alimentação
e, mais importante, a consciência do orgulho nacional por participar da
história.
Autoridades locais deram o ar da presença, Oscar Feliú, governador do
Rotary, Mariano West, alcaide – prefeito – da cidade, parlamentares, dentre
eles, Eduardo Amadeo, articulador de projeto de lei para isentar os antigos de
coleção da Argentina da inspeção de segurança veicular – como é a legislação
brasileira – removendo ameaças de proibição de circulação e desaparecimento.
Vale a pena
Antigomobilistas brasileiros invadem Buenos Aires
especialmente, em outubro, para ver a Autoclasica, maior das exposições de
veículos antigos na América do Sul. Entretanto, nesta edição da Expo Auto
Argentino havia apenas um: Roberto Nasser, Curador do Museu Nacional do
Automóvel, convidado e tratado como Autoridade Brasileira para trocar
experiências e visões do objetivo comum. O Museu é voltado aos veículos
brasileiros e tem vivência ao realizar, há 10 anos, o Carro do Brasil, exposição a eles exclusiva, e com o mesmo foco
adotado pelos vizinhos.
A Expo Auto
Argentino é novidade para brasileiros. A olhos sem vivência histórica,
quase todos os veículos são surpresas, apesar das décadas de trabalho para
pavimentar a indústria automobilística na Argentina.
O Justicialista: Fibra de vidro, motor V8 em alumínio, projeto e construção argentinas. A Revolução de lá acabou com o projeto. |
Os 21 clubes participantes afinaram a qualidade de
seus representantes, dentre muitos a base de sua indústria da mobilidade no
pós-guerra, Rastrojero, um picape estatal nascido com motor de trator;
Justicialista, com motor próprio ou de gerador Porsche (!); Di Tella; picapes
Gringo – uma variação criada pela IES, a fabricante do Citroën 2 e depois 3 CV;
toda a renca de Chevolets, Fords, Chrysler lá montados. Em meio aos DKW – de cá
doble vê, como pronunciam - a raridade do Face Fissore, modelo especial da
Fratelli Fissore para Automotores Santa Fé, lá montadora dos DKW Auto Union. Os
Fissore desenvolveram o carro com seu nome para o mercado brasileiro. O nosso,
elegante sedã duas portas. O argentino, cupê esportivo.
E coisas especiais, como Lotus Seven produzido by apointment of Anthony Colin Bruce
Chapman, fundador da marca, e
criações como esportivos para abrigar a mecânica dos Citroën 2 e 3 CV; um
raríssimo Andino, esportivo com chassi próprio para portar entre eixos traseiro
motor de Renault Gordini e R 12 – aqui, o Corcel.
A meu gosto, a oportunidade
de ver os Ford Taunus GT, Mustang em escala, com motor Ford 2.3 OHC feito em
Taubaté; e IKA Torinos em profusão, incluindo a versão 380W afinada pelo mago
Oreste Berta.
O Torino tem base de Rambler norte americano, carroceria acertada
pelo ícone Pininfarina, mecânica envolvendo muitíssimos interessados, incluindo
o penta campeão mundial Juan Manuel Fangio e Berta.
Destaque para o Eniak Antique, linhas de esportivo inglês em chassi próprio e motor de origem coerentemente inglesa, o Dodge 1500 – base do nosso 1800. Projeto de Pedro Campo, engenheiro de carros de corrida e ultra leves, de ótimo comportamento dinâmico em suas 103 unidades.
Enfim, uma aula de antigomobilismo
Enfim, uma aula de antigomobilismo
Vale a pena? Si,
como no, por supuesto ...
Próxima edição em março de 2013. O mês referencia a
criação da IAME, estatal que deu base à indústria automobilística argentina.
Nela, espera-se que o acordo operacional montado entre o Auto Argentino e o
Carro do Brasil possa levar à 4ª Expo o melhor automóvel escolhido no Carro do
Brasil, invertendo-se o comportamento no Carro do Brasil 2014 recebendo o
melhor da Expo Auto Argentino, escolhido em 2013.
Quem ganhou
( uma curiosidade, o julgamento é chamado Concurso de
Estado. O júri é de colecionadores, indicados pela Federação de Antigomobilismo
local, e usa os critérios internacionais. A pontuação se faz pelo Estado, daí o
nome, indicando a proximidade visual entre o carro exposto e o original )
Concurso
de Estado:
Categoría
E: Siam Di Tella 1500 1960
Categoría
F: Isard 400 coupé 1961
Categoría
G: Citroën AZAM 28 1971
Melhor
auto voto de público: Isard 400 coupé 1961
Melhor
auto voto dos expositores: Citroën 3CV 1973
A proposta é corajosa: vender o coreano Hyundai a
preço de BMW, Mercedes, Audi, outros automóveis cujo preço os separa do
primeiro degrau da motorização importada. Mas é a proposta da Hyundai com o
Genesis. Sedã grande, motor V6, 3.8, 32 válvulas com abertura por gerenciamento
eletrônico, 290 cv, transmissão automática com oito velocidades, ótima
distribuição de peso, pacote de segurança e de confortos como tem sido marca
dos sedãs coreanos da Hyundai e sua irmã Kia.
Vamos combinar, a qualidade dos coreanos tem-se
imposto no mundo, sua capacidade em buscar designers
ocidentais, de rechear os veículos de detalhes eletrônicos que geram conforto
tem sido determinantes para as boas vendas.
Mas, no Genesis a questão supera a da qualidade,
colocando uma dúvida e seu resultado poderá ser dado para balizar o futuro do
mercado: no Brasil os coreanos conseguem
peitar os europeus no segmento superior de nome, tradição e imagem de status?
Você, com R$ 220 mil para investir na rubrica automóvel, trocaria um Mercedes,
BMW, Audi, outro de marca tradicional por um Hyundai? Resposta para os
sociólogos das vendas.
Roadster, o Mini de boné
Fazer
conversível é fácil: tira-se o teto, soldam-se uns reforços inferiores, e a
engenharia maior é para fazer a capota funcionar bem. Para fazer o seu, chamado
de Roadster, a BMW inovou: encurtou o plataforma para ser um carro exatamente
para duas pessoas e sem ociosidade de espaço, como caracteriza este conceito
revolucionário desde o fim da década de ´50.
Conseguiu
resultado marcante, engraçado, divertido em estática e dinamicamente. Parado,
sem capota é jovial. Com ela, divertido pois lembra um boné com a aba para
trás.
Dinamicamente
a relação entre a distância que separa os eixos e sua largura enfatizam o
comportamento de kart, reativo e sempre à mão, direção elétrica, aparatos pró
estabilidade.
Para completar, motorizações 1.6, 16 válvulas, gerenciamento
eletrônico para abertura, 120 cv. Opção
turbo – os motores usados pela Peugeot no 3008 e 408 – com 184 cv. Uma alegria,
esta formiga atômica faz Zero a 100 km/h em 7s e final de 227 km/h. R$ 132.950,00, na versão Cooper, aspirada, e R$ 144.950,00, na
versão Cooper S, turbo.
Roda-a-Roda
A sério – O Brasil, por conta da falta de planejamento e programas, com medidas tomadas sem aviso e para resolver a conta do dia, como os 30 pontos sobre o IPI dos importados, está apagando uma das parcelas da conta exigida pelos investidores estrangeiros, a segurança jurídica.
União – Jaguar Land Rover fez acordo com a chinesa Chery. Os chineses farão
Jaguar, Land Rover e fornecerão motores. Jaguar
Ching Ling ... Já pensou?
Datsun – Marca conhecida no mercado dos EUA pelo esportivo 240Z, será
reativada pela Nissan, mas para rotular carros baratos nos mercados em
desenvolvimento – incluindo o Brasil.
Chegando – Coreano, chega à Argentina o Sonic, substituto da
GM para o Astra. No Brasil crê-se seja trazido desmontado. Versões hatch e sedan, decorações LT, LTZ e LTZ + automático, todos com motor 1.6 e
115 cv.
Versão – Série pequena, de 4.300 unidades, criada em cima do cavalo de
batalha da Renault, o Sandero Stepway. É a Rip Curl, marca de roupa de surf.
Para caracterizar, detalhes de decoração como maçanetas externas em inox e
equipamento para guardar roupa molhada de surfistas. A R$ 43.990.
Dúvida – Apesar da imprensa garantir a
produção do Lodgy no Brasil, a diretoria da Renault nada resolveu. O Lodgy é outro produto no
processo de Dacialização da Renault
brasileira. Sua base é a mesma do Logan, Sandero, Duster. Supriria a ausência
do Renault Scénic.
Organização – A Prefeitura de
Osasco, grande S Paulo, proibiu a circulação de veículos de carga com mais de
7,2m de comprimento e 2,3m de largura. Para organizar o trânsito, como ocorre
na capital e nos municípios do ABC.
Caminho –
Após conhecer a praça e seu potencial a SKF, fabricante sueca de rolamentos e
serviços industriais, implanta plataforma regional de negócios. Começa em
Macaé, RJ, e em seguida Três Lagoas, MS, Camaçari, BA e Belo Horizonte. Quer
faturar R$ 6M com estas unidades.
Economia – Union Fibras, de Caxias do Sul fornecerá fibras
de polipropileno para isolamento termo-acústico para as cabines feitas pela
Real, de Novo Hamburgo. Com menores custos substitui a manta asfáltica. É
reciclável.
Mudou – Nova cara mundial para os
revendedores Ford, a "Trustmark" estará nas novas revendas ou nas
reformas e troca de endereço da atual rede. Frente limpa, em cinza metal, pé
direito duplo, envidraçado, oval da marca grande e em azul e o da revenda em
letra caixa.
Mineirim – A fábrica Mercedes-Benz
em Juiz de Fora, MG, ex-automóveis e transformada da produzir e montar
caminhões, iniciou entregá-los. Seu poderoso frotista Femsa, engarrafador de
Coca-Cola, foi o primeiro cliente dos modelos Accelo 1016C.
Moto – Em Belo Horizonte, o 3º MOTO FAIR. Curto, mas andando para cima. Ano passado, 80
expositores e 25 mil visitantes. Neste, 200 e com certeza maior público. 29 a
1º. de abril, na Expominas, Gameleira.
Mini Challenge – Para fomentar a marca a Mini organiza uma temporada com oito provas.
Pelas características dos carros, extremamente disputadas. Próxima, Interlagos,
abrindo o campeonato, domingo, 25.
Afim?
O MINI Challenge abre ótima oportunidade a pilotos amadores. Os carros são da
organização, e a temporada completa custa R$ 160.000 – com três provas por
etapa, significa R$ 6.665/prova, incluindo pneus, seguro, cobertura pela
BandNews e BandSports.
Fórmula 1 – Cristina Kirscher, presidente da Argentina
garantiu, o país retornará ao circuito da Fórmula 1 no próximo campeonato.
Antes, a abertura da temporada era no Autódromo de Buenos Aires.
Circo - Circuito de rua, na cidade de veraneio de Mar Del Plata. Para o
governo o resgate custará US$ 40M por edição. Investimento para colher gastos e
impostos com negócios e visitantes? Ou político? O acordo é por três anos, a
duração do mandato da presidente.
Antigos – Há 45 anos o Ford Galaxie começou a ser montado no Brasil. Solução
local, com motor de caminhão F 600, V8, 4.164 hp. Foi e é a grande referência
de produto e construção no Brasil, primeiro a oferecer direção hidráulica e
transmissão automática. Seu rodar confortável e imponência, levaram-no a ser
utilizado por 20 anos como automóvel do Presidente da República.
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