Por Arnaldo Bittencourt
Fotos: Marcus Lauria
A Strada foi lançada em 1996 pela Fiat como a picape da linha Palio, vindo a substituir a Fiorino Pickup. Em relação a esta última, a Strada era maior, mais moderna, com maior oferta de equipamentos e com capacidade de carga ampliada.
O carro sempre teve ótima aceitação no mercado, podendo a Fiat gabar-se de ter lançado no mercado um produto que é o líder de vendas do segmento há duas décadas. Talvez seja por isso que a segunda geração foi lançada apenas em 2020, nas versões Endurance (básica, 100% voltada para o trabalho), Freedom (voltada também para quem pretende usar o carro para o lazer) e, finalmente, a topo de linha Volcano.
A versão Endurance é oferecida apenas com cabine plus. Já a versão Freedom pode ser adquirida nas versões cabine plus e cabine dupla. A Volcano está disponível apenas na versão cabine dupla. A nova Strada é montada na nova plataforma MPP, que segundo fontes do setor traz alguns elementos dos modelos Mobi, Argo e Fiorino. A construção é esmerada, destacando-se a estrutura do veículo que utiliza aços de ultra alta e alta resistência, com apenas 10% de aços comuns, instalados na região atrás do painel para facilitar a deformação em caso de acidente.
Além disso, a plataforma MPP possibilitou o desenvolvimento de novas suspensões dianteira e traseira, que melhoram o conforto e a dirigibilidade. Há novas molas, amortecedores e geometria, além de novas travessas de suspensão e barra estabilizadora na dianteira, além de um novo eixo traseiro.
Pesando quase 1.100kg, o desempenho da Strada Freedom 1.3 cabine plus é satisfatório. O motor Firefly garante à Strada força para arrancadas e subidas. Já nas retomadas em estrada é preciso afundar mais o pé no acelerador para conseguir uma ultrapassagem segura. No uso diário em trajetos urbanos, com carga na caçamba, certamente a picape dará conta do recado, como sempre deu mesmo quando equipada com o motor 1.4 fire de 88cv e 12,5kgfm de torque, que foi inclusive mantido na versão Endurance, a versão básica da Nova Strada.
A nova Strada, por enquanto, é oferecida apenas com câmbio manual de cinco marchas. Os engates não são muito precisos, mas com o tempo o motorista se acostuma. Em breve, a Strada deve receber uma moderna transmissão automática do tipo CVT e, possivelmente, um motor 1.0 turbo, que dará ao carro uma performance próxima daquela obtida com o motor 1.8 E-Torq de 132cv e 18,9 kgfm de torque, disponível na geração anterior.
Quem for usar a Strada para trabalho ficará satisfeito em saber que, optando pela cabine plus, tal como a versão testada, estará levando para casa um carro com uma caçamba de dar inveja na concorrência. São 1,71m de comprimento, com laterais mais altas e com volume total de 1.355 litros. A carga útil total aumento para 720kg, portanto 15kg a mais que o modelo antigo.
É interessante notar que a versão “cabine simples” recebeu da Fiat o nome de “cabine plus”, isso porque o espaço interno do carro foi ampliado, permitindo assim o armazenamento de pequenos objetos na parte localizada atrás dos bancos. Há também uma versão “cabine dupla”, com espaço ampliado no banco traseiro, sendo homologada para 5 passageiros. Sim, é uma cabine dupla de verdade, 4 portas… Esqueçam a inovação disponível na geração anterior das três portas, sendo a terceira do tipo “suicida” (abre na direção contrária).
A coluna de direção, volante e painel de instrumentos foram herdados do Mobi. A coluna de direção, aliás, só oferece ajuste de altura. As saídas de ar centrais são do Uno, enquanto que as laterais são do Mobi. Já os bancos dianteiros a Strada herdou do Argo. Os assentos apoiam bem as pernas e o encosto tem abas laterais maiores capazes de apoiar bem o corpo do condutor.
Destaco que o ar condicionado, apesar de ser do tipo manual (idêntico ao do Mobi, com recirculação manual e tudo), é capaz de gelar a “cabine plus” com grande agilidade e competência. Para quem adquirir o Pack Tech (R$2.990), haverá também a nova central multimídia Uconnect 7”, um dos equipamentos mais modernos de infoentretenimento do Brasil, além de quatro alto-falantes, câmera de ré e sensores de estacionamento traseiros. Com uma tela sensível ao toque de sete polegadas, a central traz recursos sofisticados como Apple CarPlay e Android Auto com projeção sem fio (wireless). Palmas para a Fiat, poder usar esses recursos sem cabo é bom demais.
Moral da história: a Strada é uma campeã de vendas que evoluiu muito nessa segunda geração, mantendo as características que fazem dela um sucesso de mercado. Dado que oferece um comportamento dinâmico e conjunto de equipamentos similares àqueles verificados em um carro de passeio, passando uma sensação de carro “normal” com visual mais descolado em função da caçamba, é possível que a Strada consiga “roubar” clientes até então fiéis ao segmento dos sedans e hatches de passeio.
Mecânica
Motorização 1.3
Combustível Álcool Gasolina
Potência (cv) 109 101
Torque (kgf.m) 14,2 13,7
Velocidade Máxima (km/h) 168 164
Tempo 0-100 (s) 11 N/D
Consumo cidade (km/l) 9 12,8
Consumo estrada (km/l) 9,8 14,2
Câmbio manual de 5 marchas
Tração dianteira
Direção elétrica
Suspensão traseira Suspensão tipo eixo de torção, roda tipo semi-independente e molas feixe de lâminas.
Dimensões
Altura (mm) 1.607
Largura (mm) 1.732
Comprimento (mm) 4.474
Peso (Kg) 1.092
Tanque (L) 55
Entre-eixos (mm) 2.737
Ocupantes 2
*Dados do fabricante
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