Coluna Fernando Calmon
Nº 1.282 — 21/12/23
Elétricos começam a baquear
em mercados no exterior
É certo que a China
continua como o maior mercado de carros 100% elétricos do mundo graças aos
subsídios explícitos e implícitos, além das imposições por parte do governo
ditatorial. Em alguns dos grandes conglomerados urbanos chineses só se pode obter
uma licença ou placas para circular se for elétrico e, eventualmente, híbrido
plugável.
No continente europeu
os países também oferecem bônus atraentes para quem decide adquirir um VEB
(Veículo Elétrico a Bateria). As vendas vinham subindo rapidamente, mas nos
últimos meses o ritmo arrefeceu.
No Reino Unido, os
24.359 VEB comercializados em novembro último representaram uma queda de 17,1%
em relação ao registrado um ano antes. A participação de mercado caiu de 20,6%
em 2022 para 15,6% no mês passado, de acordo com números da SMMT (sigla em
inglês para Associação de Fabricantes e Concessionárias de Veículos). Algumas
projeções apontam para uma recuperação em 2024, mas não há realmente certeza.
Por outro lado na Alemanha, maior mercado do continente, a
VW foi a primeira a sentir uma diminuição de procura por modelos elétricos. Análises
iniciais atribuíram a queda a uma inadequação dos produtos.
No entanto, a Audi anunciou agora que irá adiar o lançamento
de novos elétricos em resposta à diminuição do interesse dos compradores devido
aos preços elevados em relação aos carros com motor de combustão interna (MCI).
Em declaração ao site Automotive News Europe, o executivo-chefe da marca alemã,
Gernot Dölner, admitiu que pretende reduzir a produção para evitar pátios
cheios.
Já a BMW negou peremptoriamente que deixaria de investir em
MCI. O presidente da empresa, Oliver Zipse, falou da sua aversão à proibição
destes motores por parte União Europeia, em 2035. Alegou que isso colocaria os
fabricantes de automóveis europeus numa guerra de preços com os produtos
chineses.
Os novos registros de veículos elétricos ainda crescem a um
bom ritmo nos EUA, mas limitados ao mercado de marcas de luxo. Porém, segundo
dados da consultoria Experian, nos segmentos de altas vendas não conseguem
avançar sobre modelos a gasolina e híbridos.
Uma surpresa, agora, veio do polêmico Elon Musk, o homem
mais rico do planeta, dono da Tesla e de outros grandes negócios inclusive
aeroespaciais. Ele afirmou que os alertas sobre mudanças climáticas são
exagerados em curto prazo, embora repetisse que se considerava um ambientalista.
Segundo o sul-africano naturalizado americano e canadense, maior produtor de
carros elétricos do mundo, “petróleo e gás não podem ser demonizados”.
Difícil é saber exatamente o que ele considera “curto prazo”.
Ranger Raptor tem proposta marcantemente superior
A
superespecialização chegou às picapes e a Ranger Raptor é o melhor exemplo.
Importada da Tailândia, ocupa um nicho muito específico de mercado, inclusive
por seu preço para bem poucos: R$ 446.800.
Em um primeiro
contato no campo de provas da Ford, em Tatuí (SP), logo se destacou pela aceleração
vigorosa e o ronco que ecoa do motor. Estabilidade muito boa, apesar dos pneus
de perfil alto (285/70R17 A/T General Grabber) indicados para uso fora de
estrada. Há molas helicoidais na traseira, além de maiores bitolas e cursos das
suspensões dianteira e traseira. Os amortecedores são ativos da marca Fox.
Motor é um V-6, 3-L,
gasolina, biturbo, 397 cv e 59,5 kgf·m. O câmbio automático epicíclico de 10
marchas ganhou desenvolvimento específico para a linha Raptor. Desempenho
declarado de 0 a 100 km/h em 5,8 s, bem além de qualquer picape. Velocidade
máxima é limitada eletronicamente em 180 km/h. O modo esportivo é selecionável
no console.
Nos trechos fora de estrada
demonstrou aptidão acima da média, em baixa e alta velocidade. Além do controle
de tração bem calibrado, há cinco modos de terreno: escorregadio, lama, areia,
pedregulho e baja. Neste último, para
alto desempenho, o controle de estabilidade é desabilitado e aceita entrada de curvas
no modo pêndulo típicas de ralis. O botão “R” no volante (modo Raptor) permite personalização
para cada um dos itens separadamente: amortecedores, direção e escapamento.
Capacidade de vau (transpor
alagados) é de até 850 mm, 50 mm a mais do que as outras versões da Ranger. Ângulos:
de entrada, 32°; de saída, 27° e central, 24°. A facilidade com que as suspensões
absorverem saltos reais é impressionante, com ótimo trabalho dos amortecedores
ativos.
Tudo isso sem esquecer do bom comportamento em ambiente urbano e rodoviário, simuláveis também no campo de provas.
Melhorou segurança ativa da Hilux SRX Plus
Apesar de manter uma
posição confortável na liderança entre picapes médias tradicionais – aquelas
com carroceria sobre chassi de longarinas, também conhecido como chassi tipo
escada – a Hilux apresentava algumas deficiências quando submetida a exigências
rigorosas. Embora sem tanta repercussão no Brasil não se deu tão bem quando
testada no exterior, no famoso Teste do Alce, em que chegou a retirar rodas do
chão quando provocada a fazer desvio brusco de trajetória. Modelos de outras
marcas passaram sem problemas.
As mudanças incluem
alargamento das bitolas em 155 mm na traseira e 140 mm na dianteira com novo
posicionamento de amortecedores e molas na dianteira; amortecedores traseiros externos
ao chassi; barra antirrolagem também no eixo traseiro; aumento do vão livre em 20
mm o que melhorou ângulos de ataque e saída; freios a disco ventilado no eixo
traseiro.
Esteticamente a SRX Plus
ganhou extensões maiores de para-lamas (em razão do aumento das bitolas) e uma
barra entre caçamba e cabine com formato aerodinâmico para diminuir ruído. Motorização
Diesel não mudou (2,8 L, 16 V, 204 cv,
50,9 kgf·m), nem o câmbio automático de seis marchas e o bloqueio eletromecânico
do diferencial traseiro.
Pacote ADAS (sigla
em inglês para Sistemas Avançados de Assistência ao Motorista) inclui, entre
outros, alertas de mudança de faixa e de pré-colisão, assistentes de partida em
subida e de descida e controle de cruzeiro adaptativo.
Em um primeiro contato com a picape destaques para menos ruído a bordo e suspensões ligeiramente melhores em termos de conforto de marcha.
Preço: R$ 334.890.
_________________________________
*A todos os leitores(as) feliz Natal e um ano
de 2024 turbinado. É tempo de dar uma parada e volto ao volante na segunda
semana de janeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário