Coluna Fernando Calmon
Nº 1.252 — 25/5/23
Procura por metais para baterias
gera problema aos carros elétricos
Mina de lítio |
Advertência vem da
Universidade de Cornell, em Ithaca, no Estado de Nova York (EUA), uma das mais
prestigiosas do país e
fundada em 1865 (158 anos de tradição). Um estudo coordenado por quatro
pesquisadores analisou a necessidade de planejar com mais cuidado a implantação
dos carros elétricos a bateria depois de conferir o cenário de mineração em 48
países, incluindo China, EUA e Índia.
A pesquisa
centrou-se nos principais metais e minerais hoje em uso na fabricação de
baterias: lítio, cobalto, níquel, manganês e platina. Em relação ao lítio, se
40% dos modelos leves à venda no mundo forem elétricos até 2050, a mineração por
si só altamente poluente terá de crescer 2.909% em relação a 2020. Na hipótese
improvável de 100% de elétricos, aumento seria de 7.513%. Hoje não há minas suficientes
para isso. Os números se repetem para os outros quatro metais com poucas
variações.
Também clamou por
prudência em relação aos veículos pesados cuja necessidade dos metais é muito
maior. Entre as soluções estão a economia circular com foco na eficiência da
reciclagem. Sugere ainda projetos alternativos para cátodos e ânodos das
baterias, além das pilhas a hidrogênio verde.
Uma das alternativas vem sendo o sódio. A fabricante chinesa de baterias CATL acaba de anunciar que está pronta para industrializar a primeira bateria híbrida de sódio e lítio, porém não revelou pormenores como percentual de sódio utilizado, nem preço e outras características. Lítio é metal altamente inflamável em estado líquido e a segurança aumentará com as baterias de estado sólido previstas para daqui a cinco anos.
Ram 1500 Limited: picape superlativa também
no preço
Nova versão Limited da Ram 1500 é importada dos EUA com imposto alto como a rival direta F-150. Preço parte de R$ 529.990 e vai a R$ 539.990 na configuração Night Edition, que traz detalhes em preto brilhante em vez do acabamento cromado e rodas de liga leve de 22 pol.
Ela se diferencia pela suspensão ativa a ar com cinco configurações, tração 4x4 com reduzida, acabamento mais requintado e dois bancos traseiros com inclinação do encosto ajustável. Na cabine há duas telas de 12 pol.: uma para o quadro digital e outra para a central multimídia com AndroidAuto e Apple CarPlay sem fio, além de nove portas USB.
A caçamba tem tampa
que pode ser aberta para baixo ou lateralmente e oferece volume total de 1.414
litros, incluindo dos compartimentos extras. Motor Hemi V-8, gasolina, 400 cv,
57 kgf.m e câmbio automático de oito marchas entregam aceleração de 0 a 100
km/h em 7,7 segundos e velocidade máxima de 174 km/h. O desempenho empolga com
acelerações fortes e ronco encorpado. Com diferencial mais longo (3,21:1) o
silêncio de rodagem destaca-se em especial na estrada.
Para explorar o uso fora de estrada a suspensão pneumática é bastante útil, já que possibilita dois vãos livres: 241 e 262 mm. E para facilitar acesso ao veículo pode ser abaixada para 159 mm
Frota brasileira continua crescendo menos de 1% ao ano
O tradicional estudo
do Sindipeças e Abipeças sobre a frota real circulante brasileira apontou que
em 2022 havia 46,9 milhões de unidades em circulação entre automóveis,
comerciais leves, caminhões e ônibus, ante 46,6 milhões em 2021. O crescimento
foi de apenas 0,6%. Motocicletas são 13 milhões.
A idade média da
frota não para de envelhecer. Em 2010 era de oito anos e oito meses, enquanto
no ano passado havia subido para 10 anos e sete meses. O que preocupa é: 56,5%
da frota ter entre 6 e 15 anos de idade; 19,8%, 16 anos ou mais.
Significa que grande
parcela não dispõe de avanços na segurança ativa/passiva e controle de gases
poluentes. Estas ausências significam custos muito elevados para o País em
termos humanos e materiais. Se as vendas de veículos novos não reagirem nos
próximos anos, a tendência é de estagnação e crescimento da idade média da
frota com graves implicações.
Esses números se diferenciam dos divulgados pelo Denatran (116 milhões de veículos, incluindo motos, motonetas, reboques e semirreboques para caminhões) baseados na frota registrada. Na realidade há milhões de veículos abandonados sem baixa nos registros, tornando mais difícil o planejamento no País.
ALTA RODA
- Chevrolet Montana com dimensões externas praticamente iguais às da Oroch acertou na proposta de se colocar entre a Strada e a Toro. Esteticamente tem boa presença, mas a placa dianteira no meio da grade não é solução agradável. A caçamba na versão Premier avaliada conta com capota marítima elétrica, além de ganchos de amarração bem localizados e tampa com abertura amortecida.
No interior, motorista e
passageiro dianteiro têm a impressão de estar a bordo do SUV Tracker. No acabamento,
embora simples, destaca-se a aplicação de tecido no painel e laterais
dianteiras. Atrás, o banco apresenta limitações típicas de picapes apesar de
boa distância entre eixos.
Motor turbo flex 1,2-litro
(133 cv; 21,4 kgf.m; etanol) vai muito bem para a proposta de uma picape mais
voltada ao uso urbano. Manobras são facilitadas pela câmera de ré com sensor de
distância. Juntamente com o câmbio automático garante também bom desempenho em
estradas e nível de silêncio a bordo aceitável.
Tomada de carregamento |
- Bosch América Latina está pronta para ter e continuar desenvolvendo soluções elétricas e eletrônicas para qualquer rumo que o mercado de veículos tomar. Seu presidente, o argentino Gastón Perez, disse em encontro na sua sede em Campinas (SP) que a empresa alemã é agnóstica no combate às emissões globais de gás carbônico (CO2) e cada país faz sua parte.
“O Brasil tem uma solução
imediata. Podemos em três anos descarbonizar o País: basta produzir e incentivar
mais o uso do etanol. Acho errada a discussão se será elétrico ou híbrido flex,
até por ser uma tecnologia de transição. No longo prazo a solução está no
hidrogênio”, afirmou.
Um setor que a Bosch
incentivará muito é o desenvolvimento local de softwares. Entre 2030 e 2035,
50% do valor de um automóvel estará ligado a esse campo da ciência. E desde já
investe na capacitação técnica de estudantes entre 16 e 19 anos, em parceria
com o Senai, tendo como meta a formação de pelo menos 1.000 novos profissionais
para reforçar sua equipe atual.
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