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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O COMEÇO DO ANO TRAZ O CICLO DE SALÕES DE AUTOMÓVEIS EM DIVERSOS PAÍSES A SER INAUGURADO PELO DE DETROIT. DE 16 A 23 DESTE MÊS. MUITAS NOVIDADES SURGIRÃO. A COLUNA DE ROBERTO NASSER VEM REPLETA DE NOTÍCIAS BEM QUENTES.


Coluna Nº 0214 - 8 de Janeiro de 2014
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Naias, o Salão de Detroit, 
e suas 60 novidades

Mostra assinalando o início do circo dos salões de automóveis, o Naias, montado por revendedores, é o mais importante evento em Detroit, Michigan, EUA. 

Foco de bom número de novidades, instigado pelas legislações de proteção ao planeta, caminhos mais factíveis em tecnologias amigas do meio ambiente. 

Conceito esportivo da Volvo, mostrando que os novos donos chineses deixam os suecos – de onde é e opera a marca – pensar. 

Um conceito dito John Coopers Works – inspirado nos carros da equipe de competição do inglês ícone preparador dos carros da marca, é feito sobre o Mini em sua nova plataforma, maior, mais larga. Pintado em cinza metálico com faixas vermelhas e detalhes. 

O cinza é batizado Highway. Tom diverso, nome idêntico ao utilizado no Brasil no Simca Rallye de 1963, o cinza asfalto. Nada se cria.

Mais importante ao mercado brasileiro será a exibição do novo Honda Fit – a ser fabricado aqui. Plataforma e medidas maiores, base para o City e novo SUV.

Como sinal partindo do segundo maior mercado mundial, o novo F-150, o picape mais vendido no mundo, reestilo e intenso uso de alumínio para reduzir peso, consumo e emissões. Terá novos motores. Alumínio em carro de trabalho pode ser novo caminho.


Do País, novo Cadillac coupé, série ATS, porte menor, concorrente de BMW série 4 e Mercedes Classe C. 

A BMW, recém-encerrando produção de sua Série 1, terá substituta, a Série 2, motores de 4 e 6 cilindros em linha, 240 e 322 hp.

Audi mostrará como atração elétrica o novo sub suv, o Q1, a entrar em produção em 2016, e apresentará algo mais do exibido na CES, feita de tecnologia, onde mostrou a cabine do futuro TT de terceira geração, pensada como interface para uso de tecnologias e desfrute de sua rica estrutura.


Ninguém vai a Detroit por turismo. A cidade, ex-farol e torre do poder estadunidense com sua líder fabricação de automóveis, vem-se estiolando, reduzindo a população, fechando negócios, tendo queda de renda e degradação de serviços. Uma cidade vazia, suja, de prédios abandonados. Tem impagável dívida federal.

O NAIAS é seu grande evento turístico. De jornalistas usualmente vão 5.000. Destes, 1.500 do exterior. 

O evento tem foco desconhecido nos assemelhados nacionais. Além de visita prévia para imprensa, visitantes pagam, e parte do valor do ingresso destina-se a casas de caridade. 

Na semana aberta ao público, em 2014, de 16 a 23 próximos, não se sabe quantos visitantes terá. Ano passado 750 mil. 

Neste, com o tal de vórtice polar congelando a cidade, o rio Windsor que a separa do Canadá, ruas, calçadas, estradas, caminhos de ferro, aeroportos, às vésperas da abertura é impossível prever volume de visitantes.


Audi Q1

Mercado dos alemães Premium embola
Um dos desafios mais interessantes no atual momento da indústria automobilística no mundo ocorre na Mercedes-Benz. 

Talvez pelo fato de ter a láurea formal do primeiro veículo – Quadriciclo Benz, 1875 -, ou por ter história sólida em meio a tantos novos fabricantes. 

Em si o desafio é economicamente pequeno, pois a falta de êxito não comprometerá o futuro da empresa, fantasma assombrando outras marcas seculares.

A questão reside no desafio imposto a Dieter Zetsche, condutor da empresa. Aposentado, foi recontratado com missão específica: resgatar o primeiro lugar nas vendas de automóveis alemães ditos Premium – os de maior preço -, perdido para as patrícias BMW e Audi.

Zetsche está no meio do contrato renovado e tomou decisões importantes: ampliar as faixas de clientela, refrescar e elevar os produtos por conteúdo de decoração, conforto e tecnologias. 

Vai bem. Bancou a criação da nova família A, bem vendida em hatches – à venda no Brasil -, surpreendida com o sedã CLA – em breves dias o lançamento -, e o SUV da família – a ser produzido aqui. 

Pequenos motores 1.6, turbo, transversais, tração dianteira, submetendo-os à criatividade da AMG, sua divisão de performance. 

Criou versões superiores em rendimento e preço, em busca de imagem e mais clientes. Inicia democratizar os trabalhos da AMG, fracionando-os e vendendo acessórios de decoração.

Conseguiu o aparentemente impossível, baixando a idade do comprador do primeiro nível dos Mercedes de 45 para 37 anos.

No segmento dos tradicionais automóveis da marca, com motores dianteiros longitudinais, tração traseira começou pelo mais elevado, o Classe S, aumentado em tamanho, confortos, e um excepcional sistema através de câmeras de TV sob o carro. 

Dito Magic Body Control, lê o piso à frente e condiciona a suspensão às irregularidades, filtrando os efeitos, reduzindo o desconforto.

Os dois extremos da linha – a Mercedes não conta o Smart – dão resultados. A procura pelo S e pelo intermediário E, e pelo novo Classe C tem exigido aumento de turnos de produção nas usinas de Sindelfingen e Bremen, investe no aumentar capacidade produtiva em Tuscaloosa, Alabama, EUA e nova fábrica em Iracemápolis, SP.


O novo Classe C modelo 2015 inicia ser vendido no meio do ano nos EUA e Europa, chegando ao Brasil, como a Coluna antecipou, no terceiro trimestre. 

Maior, resgata o padrão de dignidade decorativa relegado há alguns anos, liderado pelo retorno ao uso de madeira nobre na cabine.

As três marcas aguardam as entrevistas coletivas no NAIAS 2014, o salão de Detroit, para anunciar resultados. 

A Mercedes seguirá terceira do bolo, devendo cravar quase 1,5 milhão de unidades vendidas, aproximando-se de Audi e BMW. estas estarão muito próximas, disputando liderança por cabeça de parafuso de para choques frontal, em torno de 1,6 milhão. 

Considerado o mercado dos EUA, o projeto da Mercedes funcionou: foi dos Premium o mais vendido, o que não ocorria desde 1999, crescendo 14% relativamente a 2013, vendendo 312.528 unidades. 3.248 à frente da BMW, dedicando sério ataque comercial em dezembro para reduzir a diferença de 7.610 veículos. 2014 promete.


Classe S incrementou vendas da Mercedes


Roda-a-Roda

Vai – Incêndio em alguns dos carros elétricos da fabricante californiana Tesla, poderia ter destruído a marca. 

Mas seu enfrentar corajoso do problema, divulgando pesquisa, processos e soluções, trouxe-a de volta ao mercado. 

Porém, murmura-se no mercado, seu criador Elon Musk, co-fundador do sistema de pagamentos Pay Pal, ouviu proposta da GM para vender sua marca.

Caminho – A GM voltou a ser General Motors quitando débito com o processo de salvação aplicado pelo governo dos EUA, tornado acionista maior – diziam era, então, Government Motors ... E precisa de carros de menor consumo, emissões, especialmente no maior mercado, a Califórnia. 

Comprar a Tesla permitiria abandonar seu projeto com o Volt, caro e de pouca autonomia. 

Nos EUA as emissões são calculadas pelo total de unidades construídas. Assim, os elétricos ajudam enquadrar as fabricantes nos limites legais.

Negócio – Não é fabriqueta, nem produz franksteins elétricos sobre rodas. Vendeu 5.500 unidades no último trimestre, exporta para a Europa, caminha para a China. 

Tem projetos, crossover Model X, e carro pequeno. O retorno glorioso valorizou suas ações.

Caminho – Carro mais barato do mundo – US$ 2.400, quase R$ 7 mil -, o indiano Tata Nano não atinge os níveis de venda projetados. 

Agora, para uso mais econômico, terá opção diesel, dois cilindros, 800 cm3, turbo, 45 cv.

Mercado – O Nano visa substituir bicicletas e pequenas motos, mas os compradores, ao descobrir poder dar o grande salto da motorização, agregando a mobilidade aos seus hábitos de vida, querem mais – e vão para carros maiores, equipados. Veem o Nano, como a Coluna: cruza de bicicleta com guarda-chuva.

... II – Em 2013, Ford assumiu liderança de vendas no mercado estadunidense, quase 2,5 milhões de unidades. 

Também lidera na China, crescendo quase 50%. No Brasil, em zona de conforto, é a quarta mais vendida.

Coerente – Sabe o nome do nº 1 de marketing da Ford mundial? JohnFelice.

Valor – Ao formalizar a compra dos 41,5% de cotas, complementando 100% da Chrysler ao VEBA, fundo de empregados, a Fiat terá gasto US$ 6.3 bilhão pela companhia. Fundidas, será o 6º. fabricante mundial.

Passado – Muito? Veja. O Cerberus Capital Management, empreendedora, comprou 80% da Chrysler à Daimler-Benz por US$ 7.4 bilhão. 

Muito menos aos US$ 36 bilhões pagos pela Daimler ao assumir a Chrysler sob rótulo curioso – Fusão de iguais ...

Brasil – Fechados os números da indústria automobilística, houve crescimento de produção em quase 10%, marcando 3,74 milhões. 

Dólar alto fomentou exportações de veículos e peças em 26,5% - US$ 16,6B. Vendas caíram 0,9%. 

Previsões para 2014 atrapalhado por Copa do Mundo e turbinado pelas verbas eleitorais projetam pequeno crescimento.

... 2 – Mercado, especialmente pelos importados, aumentou o prazo de garantia, e a Volkswagen dobrou-se à evidência. 

Modelos mais recentes - Gol, Voyage, Fox, CrossFox, SpaceFox e Space Cross terão garantia idêntica aos importados Premium da marca – Jetta,Tiguan, Passat, CC, Touareg e Amarok: 3.000 km.

Mais – Pretendendo ser a marca japonesa mais vendida e a líder de qualidade no Brasil em 2016, a Nissan ampliou sua pegada com unidade para construção de motores: 200 funcionários, R$ 140 milhões – US$ 60 milhões. 

Fará motor 1.6, 8 válvulas Flex 111 cv e 15,2 mkgf de torque, diâmetro x curso 77,9 mm - 83,5 mm.

Curiosidade – Anúncio em meio às férias cariocas de Carlos Ghosn, presidente mundial, justificando ausência de gravata. 

Há curiosidades: Nissan e Renault são unidas industrial e economicamente, e a Renault produz outro motor, um bom 1.6 8V. Diâmetro x curso de 79,5 mm – 80,5 mm, 108 cv, 15,3 mkgf de torque.

Dúvida – Razões não conhecidas. Fontes de ambas as marcas desconhecem se a Renault deixará de fazer o seu 1.6 para utilizar o da Nissan, abrindo capacidade industrial em sua usina de motores para trocar o 1.0, hoje defasado.

Sem – Objetivos e fatos desconhecidos, nestes tempos de economizar, usando peças comuns, diminuindo medidas de parafuso e especificação de plásticos, econômico. 

Cortadores de custos como são Ghosn e subordinados com apreço ao emprego e esperança de futuro, não haverá duplicidade de motores. Razões para a aparente incoerência as há, apenas não divulgadas.

Jus Sperneandi – Jocosa expressão latina, criada por estudantes, mas permeada ao uso jurídico, explica o último direito do enforcado. 

Tudo perdido, nada a opor, contestar, recorrer, resta-lhe apenas o direito de espernear. 

Respeito devido, é o que faz o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos, SP, tentando resgatar empregos cortados com a redução de produtos e produção na fábrica da GM no município.

Tentativa - Protestam alegando, a redução do IPI foi assinada com compromisso das montadoras em manter empregos. 

Durante a vigência a GM ofereceu planos de demissão voluntária e, com a elevação do imposto industrial e o fim do ano-modelo, reduziu o quadro de funcionários.

Lulou – Para reverter a situação sindicato procura proteção do Ministro do Trabalho para mediar encontro com a direção da GM e da Anfavea, associação dos fabricantes de veículos. 

Procurado, Marcos Munhoz, na GM vice presidente de assuntos corporativos, declarou-se em férias e desconhecer o tema.

Mais uma – Recém-chegada, fábrica de motos Triumph tem novo modelo, o Tiger Explorer XC, topo de sua linha Adventure. 

Por imodestos R$ 62.900 anda fora da estrada e nela, onde seu motor tricilíndrico, 1.215 cm3 gerando 137 cv de potência, piloto automático, controle de tração e ABS nos freios permite elevada velocidade de cruzeiro. 

Pacote inclui rodas com aro em alumínio, raios em aço, 19” na dianteira e 17” na traseira. Montada em Manaus, AM.

Triumph Explorer, R$ 62.900

Feice – Cearense Troller coloca pilha nas mídias sociais alcançando 130 mil fãs no Facebook. 

Faz campanhas interativas, cobertura de competições, instiga entrada no off Road. Trabalho de Carla Freire, supervisora de marketing, varrendo o pátio para a nova linha a chegar antes e ser vendida após a Copa.

Revista – Bom projeto de Quatro Rodas, é o teste de longa duração, uma das seções mais lidas da revista, ao comprar automóveis e submetê-los a 60 mil km de uso. 

Na edição atual não aprovou o Ford EcoSport, em especial por falta de vedação do motor e desgaste prematuro das peças móveis.

Elegia – Foi-se o Uno Mille. Barrado pela tecnologia de segurança, por não ter freios ABS e almofadas de ar. 

Mais de 3,7 milhões de unidades no Brasil, mais de 9 milhões no mundo, e histórias como o primeiro nacional com turbo compressor, o símbolo do carro popular 1.0. Está em última edição, a Grazie Mille.


Grazie Mille, última série

Cultura – Livro sobre Genaro – Rino – Malzoni, fazendeiro que traçou a linha de independência para a construção de automóveis esportivos nacionais, fazendo Malzonis, Puma, Onça, Carcará – recordista brasileiro de velocidade. 

Homenagem de Kiko, seu filho, pela pena do jornalista Jorge Meditsch, recuperando período áureo de nossa história. Em boas livrarias, ou na Editora Alaúde, R$ 76,50.


Malzoni, ícone em livro.


Aviso – O Museu Nacional do Automóvel esclarece não ter procuradores para assumir compromissos de compra de veículos antigos para seu acervo. 

Explicação se faz em razão de consulta de antigomobilistas gaúchos sondados para venda de antigos com pagamento posterior. 

A Curadoria do Museu desconhece e não autoriza tais iniciativas. Em caso de dúvidas, 061.3225.3000, e procurar autoridades policiais com esta publicação.
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edita@rnasser.com.br

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