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sábado, 25 de janeiro de 2014

DUAS MARCAS DE CARROS DE LUXO ESTEVE EM EVIDÊNCIA NO BRASIL, A JAGUAR E A LAND ROVER, HOJE DA INDIANA TATA MOTORS E QUE CONSTRUIRÁ SUA FÁBRICA, EM ITATIAIA - GRAÇAS À AÇÃO, AO TRABALHO, DO SEU PRESIDENTE PARA O BRASIL, O SEMPRE BEM HUMORADO FLÁVIO PADOVAN. A REVISTA FORBES, NUMA MATÉRIA SOBRE O CRESCIMENTO DOS VEÍCULOS PREMIUM NO PAÍS, QUE REPRODUZIMOS, ENALTECE A IMPORTÂNCIA DESSE PROFISSIONAL.


Flávio Padovan, o grande nome 
das luxuosas Jaguar e Land Rover no Brasil


Rodando em duas marchas. O conjunto do mercado brasileiro de automóveis zero-quilômetro vem usando a segunda, e teima em não engrenar nem mesmo a terceira; já no segmento específico dos carros de luxo, o ritmo é de quinta marcha, quase sexta: eis a situação do setor automotivo nacional em 2013. 

Refinando a imagem da linha de largada da corrida dos veículos premium, enxerga-se na pole position uma montadora inglesa (controlada por capital indiano): a Jaguar Land Rover (JLR).

No retrovisor, Flávio Padovan – presidente da companhia para o Brasil e todo o restante da América Latina – vê, aceleradas, suas concorrentes: as alemãs BMW, Mercedes-Benz, Audi e Porsche, a italiana Maserati, a sueca Volvo e até mesmo os japoneses da Lexus, braço para o alto luxo da Toyota. 

Mas os britânicos guardam uma carta na manga: começarão, muito em breve, a erguer sua própria fábrica no país.

Aos números: é provável que, neste ano, o emplacamento de carros no Brasil caia cerca de 1%. Não é pouca coisa. Há algum tempo o setor não conhecia um ano de retração nas vendas. 

Em 2012, por exemplo, 3,63 milhões de novos automóveis foram comercializados por aqui, uma quantidade histórica que não se repetirá em 2013. 

Em contrapartida, porém, as principais marcas de luxo que atuam no País (13 no total) nunca antes venderam tanto: a linha Lexus, por exemplo, cresceu nada menos que 255% de janeiro a outubro último (167 unidades comercializadas); a BMW teve 64% a mais de vendas em comparação com o mesmo período de 2012 (11.525 unidades) e a Porsche colocou no mercado nacional 941 de seus carros esportivos (88% de crescimento). 


Mas há um campeão nesse ranking – e ele tem sotaque inglês. Trata-se da Jaguar. A marca esteve (sempre entre janeiro e outubro de 2013) próxima de quintuplicar as vendas no Brasil: 264 de seus sedãs foram comercializados, contra 45 no mesmo período do ano passado. 

Um crescimento de 486% – impressionante, mesmo que se leve em conta a base inicial pequena. Carros de luxo, é bom lembrar, não constituem bens de venda maciça. Sofisticados e caros, são para poucos.

“Nossas marcas são aspiracionais, os veículos que vendemos são a concretização dos sonhos de nossos clientes. Nosso produto significa liberdade, requinte, luxo e acabamento de primeira”, enfatiza Padovan, que recebeu a FORBES Brasil na sede da companhia, próxima ao Parque Ibirapuera, na capital paulista.


Originalmente empresas independentes, tanto a Land Rover e seus famosos SUVs quanto os requintados modelos da Jaguar foram unificados em uma única companhia. 

Durante anos figuraram como marcas premium da Ford, até que a crise econômica de 2008 obrigou a montadora americana a desfazer-se de suas jóias da coroa. 

Foi quando entrou em cena a Tata Motors, controlada pelo milionário Ratan Tata. A companhia adquiriu a JLR e, ao contrário do que muitos temiam, manteve-a inglesa – e, melhor, lucrativa. 

“O sr. Ratan Tata é um visionário”, diz Padovan, de forma cerimoniosa, sobre o empresário indiano. “Um homem de muita competência e visão. Comprou ambas as marcas em um momento difícil, e foi persistente: manteve os investimentos nas duas mesmo quando davam prejuízo, para que a Jaguar Land Rover pudesse chegar ao azul. O melhor é que ele fez questão de manter a sede da empresa na Inglaterra, para que ficasse mantido seu DNA britânico.” 

E tal decisão, de fato, parece ter sido sábia: recentemente, a Tata Motors reportou alta de 71% no lucro em seu segundo trimestre fiscal, em grande medida devido ao bom desempenho da subsidiária JLR em todo o planeta, particularmente na China.


Nos primeiros dez meses do ano, a Land Rover vendeu no Brasil 8.920 de seus SUVs – 30% a mais que em 2012, ano no qual a operação local da montadora terminou como a oitava maior da JLR em todo o mundo (“agora já devemos ter subido de posição”, observa Padovan). 

Os principais players desse setor projetam que o Brasil estará, por volta de 2017, com 100 mil carros de luxo sendo vendidos ao ano – a média, hoje, é de 30 mil unidades/ano. 

Levando-se em conta o preço desses veículos, será um mercado mais que atraente (o Evoque, modelo preferido do portfólio da Land Rover, pode sair por até R$ 264 mil; a Toyota venderá em breve por aqui um cupê esportivo, o GT 86, por R$ 140 mil, e a Mercedes-Benz começará a comercializar no país seu veículo top de linha, o sedã Classe S 500 L, por valiosos R$ 600 mil).

Não é à toa, portanto, que mais e mais montadoras de luxo vêm anunciando a abertura de fábricas locais. 

A BMW colocará R$ 520 milhões na cidade de Araquari (SC), onde construirá a sua. Já a Audi aportará R$ 500 milhões nas linhas de produção de sua coligada Volkswagen no Paraná para que as mesmas fabriquem o utilitário Q3 e o sedã A3, ao passo que a Mercedes pretende edificar em Iracemápolis (SP) uma fábrica ao custo de outros R$ 500 milhões. 

Mas o maior destaque desse pelotão é ela, ­a JLR, que colocará entre R$ 700 milhões e R$ 1 bilhão, em Itatiaia, no Rio de Janeiro, para erguer do chão uma unidade fabril que produza modelos Land Rover. Algo entre 20 mil e 30 mil SUVs sairão ao ano dessa planta, quando pronta.

Não se trata de informações oficiais da empresa. Perguntado a respeito, Padovan nega-se a comentar o assunto, afirmando estar preso a compromissos de confidencialidade. 

Mas quase todas as fontes desse mercado dão como certas as informações acima – apenas a localização em Itatiaia ainda não estaria totalmente fechada, pois outras cidades fluminenses disputam o investimento. 

Não há dúvidas, de qualquer maneira, de que o Brasil terá, daqui a cerca de dois anos, uma fábrica da Jaguar Land Rover em operação. 

Atualmente, o grupo conta com plantas fabris no Reino Unido, na China e na Índia, apenas.

“Muitos clientes ligam diretamente para mim quando querem conselhos sobre a compra de nossos carros”, observa Padovan. 

O meio dos automóveis de luxo permite tal proximidade entre compradores e altos executivos das montadoras, explica. 


Ele conta ter vendido, há pouco tempo, pessoalmente, cinco Land Rovers Evoque em uma única noite durante um jantar com clientes em potencial em Campos do Jordão (SP). 

Ao que tudo indica, esse ex-vice-presidente de Vendas e Marketing da Volkswagen, de fala afável e torcedor do clube paulistano Palmeiras, terá jantares – e negócios – mais que movimentados nos próximos anos.

Fonte: Forbes Brasil

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