Nº 863 — 31/12/15
Fernando Calmon
De uns tempos para cá, pesquisas apontam desinteresse dos jovens em dirigir automóveis ou até se candidatar a uma carteira de motorista.
Fernando Calmon
O AUTOMÓVEL E OS JOVENS
Essa tendência aparece em países centrais de alta taxa de motorização e se atribui, entre outras razões, ao crescente grau de conectividade da internet em dispositivos portáteis, à menor necessidade de deslocamentos e, de certa forma, a meios de transporte coletivos e alternativos, incluindo aplicativos para táxis e motoristas particulares do Uber.
Quem produz autopeças, fabrica veículos e os comercializa estão atentos sobre o impacto desses novos consumidores.
Quem produz autopeças, fabrica veículos e os comercializa estão atentos sobre o impacto desses novos consumidores.
Já se prevê salões de concessionárias diminuindo de área e até com apenas um ou dois modelos em exposição – o mais vendido e/ou o recém-lançado.
No Brasil, esse caminho poderá também ser trilhado, só não se sabe em que ritmo. Para prospectar intenções, a pesquisa Jovem x Automóvel conduzida por Lupércio Thomaz, jornalista e diretor da rede social Campus Universitário, entrevistou 404 estudantes (51%, masculino; 48%, feminino) entre 18 e 25 anos, de São Paulo e Ribeirão Preto.
No Brasil, esse caminho poderá também ser trilhado, só não se sabe em que ritmo. Para prospectar intenções, a pesquisa Jovem x Automóvel conduzida por Lupércio Thomaz, jornalista e diretor da rede social Campus Universitário, entrevistou 404 estudantes (51%, masculino; 48%, feminino) entre 18 e 25 anos, de São Paulo e Ribeirão Preto.
Uma das revelações foi de que 59% dos entrevistados ainda não possuem carteira de habilitação, mas entre esses 95% pretendem fazê-lo, demonstração de sensível diferença em relação às enquetes no exterior.
Curiosamente, o carro significa expressão de liberdade para 18% desses universitários, enquanto 51% o consideram apenas meio de transporte.
Para as gerações do Século XX a resposta à mesma pergunta provavelmente teria proporção invertida.
Outros dados interessantes da pesquisa:
69% declaram que utilizam pouco ou raramente carros em seus deslocamentos.
Outros dados interessantes da pesquisa:
69% declaram que utilizam pouco ou raramente carros em seus deslocamentos.
Ônibus (46%) e metrô (31%) são as alternativas mais citadas. Motocicleta, 3% e bicicleta, 5%.
60% dão carona a quem estuda ou trabalha junto.
90% usariam menos o automóvel, se o transporte público fosse melhor.
77% aceitariam compartilhar um veículo, a exemplo de bicicletas.
73% não estariam dispostos a se endividar para ter um carro.
Se tivessem R$ 50.000, apenas 13% comprariam um automóvel.
Outras respostas: intercâmbio cultural (18%), viagem de estudo (15%), pós-graduação (12%), cursos complementares (11%), outra graduação (8%), turismo (7%) e outros projetos (16%).
Entre os que indicaram a preferência pelo carro, 53% são homens e 47% mulheres.
Das conclusões que se podem tirar do estudo, há sentimento de diminuição de prioridade do automóvel na vida dos jovens.
Das conclusões que se podem tirar do estudo, há sentimento de diminuição de prioridade do automóvel na vida dos jovens.
Vontade de compartilhar e não se endividar podem ser sinais de alerta tanto para fabricantes quanto concessionárias sobre o futuro do negócio.
Mais negativo, porém, o fato de apenas 11% considerarem o carro como objeto de desejo, enquanto 7% o apontam como fonte de poluição/barulho, 6%, vilão do meio ambiente; 5%, estorvo para o trânsito; 2%, gerador de acidentes.
Por outro lado, objeto de desejo e expressão de liberdade somam 29%, contra 20% de posições críticas.
Por outro lado, objeto de desejo e expressão de liberdade somam 29%, contra 20% de posições críticas.
Também é necessário frisar que a pesquisa foi conduzida em duas das maiores cidades do estado mais desenvolvido do País.
Em regiões com taxa de motorização menor, o resultado certamente seria outro. Para sorte do automóvel.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2
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