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sábado, 9 de janeiro de 2016

O QUE SERÁ DO SETOR AUTOMOTIVO EM 2016? AS PERSPECTIVAS DOS ECONOMISTAS E DA FENABRAVE SÃO DE UM QUADRO PREOCUPANTE, POIS O SETOR ESTÁ HOJE NO MESMO PATAMAR DE 2006. A SAÍDA HONROSA FICA COM AS MARCAS PREMIUM, MAS AINDA ASSIMN, NESTAS, A AUDI É QUE TEVE UM CRESCIMENTO RELEVANTE DE MAIS DE 40% ANO PASSADO


Texto e fotos: Arnaldo Moreira

O setor automotivo brasileiro passa por um momento muito delicado com registros mensais, em 2015, de queda das vendas, segundo a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores - Fenabrave -, de 22,80%, em relação a 2014, ano em que já fora registrada uma diminuição de 7,15%, diante de 2013.

Os dados da Fenabrave, revelam um recuo da indústria automotiva ao patamar de 2006. Com isso, ao longo de 2015, a mão-de-obra caiu 10,2%, o que representou a perda de 14.700 postos de trabalho. 


Apesar de nas últimas duas semanas de Dezembro ter havido uma melhora nas vendas, os estoques continuam elevados e atendem a 36 dias de vendas.

Renegade


Algumas montadoras conseguiram desempenhos menos ruins, como a Jeep pelo bom resultado obtido pelo Renegade, um produto novo, de que, em dezembro, foram vendidos 6.976. A Jeep encerrou o ano com 39.190 Renegades emplacados de um total de 41.795 vendidos no ano.

Audi em festa
Mas, muito longe da Audi que fechou 2015 com 17.539 carros emplacados graças ao desempenho do A3 Sedan e do Q3, que lhe garantiram um crescimento de 40,4%, em relação a 2014.


O mês do Natal foi um sucesso para a alemã que superou seu próprio recorde de vendas, de 1.942, ocorrido em agosto, para 2.297 - um crescimento de 66,2% - dos quais 909 do A3 Sedan. 

“Estamos extremamente felizes em terminar o ano na liderança, conquistando um recorde histórico de vendas e dando sequência a um ano de bastante sucesso para a Audi no País", ressaltou Jörg Hofmann, presidente e CEO da Audi do Brasil  

- Apesar da crise, crescemos mais de 40% em 2015. Isso mostra que nossa estratégia tem sido acertada, e seguiremos por esse caminho neste novo ano que acaba de começar”, comemora.


A inauguração da linha de produção, em São José dos Pinhais (PR), foi, segundo Jörg Hofmann, dos grandes marcos para a Audi, em 2015. 



A fábrica paranaense começou em setembro, a produzir o A3 Sedan 1.4 TFSI Flex, o Audi a rodar com etanol, e, em novembro, foi iniciada a fabricação desse modelos com motor 2.0 TFSI.

O executivo alemão frisou que esse planejamento começou a dar resultados já em 2014, quando a empresa cresceu 90% no País, "o maior crescimento registrado entre todas as montadoras no mercado nacional".



Jörg Hofmann atribuiu esse sucesso ao excelente o trabalho iniciado no final de 2013, quando a Audi AG identificou o Brasil como um mercado-chave para o crescimento internacional da marca. 

Na ocasião, acrescentou, a Audi do Brasil anunciou sua estratégia de 360 graus, de investimentos em todas as áreas de negócio, como pós-vendas, marketing e produção local. 


Hofmann atribuiu, também, o sucesso da marca no País à expansão da rede de concessionárias pelo Brasil. 

"No ano passado, foram inauguradas 10 lojas em diferentes estados, fechando o ano com 50 revendas", revelou. 

A área de pós-vendas recebeu aportes de R$ 12 milhões para a inauguração de seu Centro de Treinamento e Competência Tecnológica, em São Paulo, e para a ampliação do Centro de Distribuição de Peças, na cidade de Jundiaí. 

Em marketing, a marca promoveu ações importantes nas mais variadas mídias, recebendo investimentos recorde no ano.

A linha de produtos atualizada com o mercado internacional também demonstra o compromisso da Audi com seus clientes no Brasil. 

No ano passado, a Audi apresentou importantes lançamentos no mercado doméstico, como a linha RS 6 Avant e RS7 Sportback renovada, a nova geração do icônico esportivo TT e o A3 Sedan fabricado no País.

Em 2016, a marca inicia o ano com o pé no acelerador, com os lançamentos da nova geração do utilitário-esportivo Q7, que ficou mais moderno e tecnológico, dos reestilizados A1 e RS3 e do TTS, versão apimentada do cupê. 

Ainda no primeiro semestre será iniciada a produção nacional do Q3, um dos modelos mais vendidos pela Audi no País.

“Esperamos enfrentar um cenário desafiador em 2016, mas continuaremos trabalhando intensamente para cumprirmos a proposta de manter um crescimento a longo prazo, oferecendo produtos de qualidade e excelência no atendimento em vendas e pós-vendas. Nosso objetivo é manter o foco para que possamos vender 30 mil carros por ano até 2020”, completa Hofmann.

A Audi com o implemento da produção nacional do A3 e do Q3, em 2016, tudo indica que colherá novos bons frutos.

Setor sem perspectivas
No entanto, este ano, o quadro é ruim para o setor como um todo, sem perspectivas de melhorar. 

Os resultados positivos, em 2016, é relevante lembrar, deverão continuar a vir das vendas de carros premium, adquiridos pelo segmento social com mais recursos, menos afetado pela crise.

A verdade é que as previsões da Fenabrave para 2016, se apresentam muito perto da realidade diante do atual panorama econômico-social do País, quando se estima uma queda de 5,8%, em relação a 2015, para mais ou menos 2,42 milhões de veículos leves e pesados

As vendas, em 2015, ficaram 26,5% abaixo das de 2014, mas ainda garantiram o emplacamento de 2,56 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, valores da Fenabrave. 

Os números confirmam 2015 como o quarto ano consecutivo de queda dos licenciamentos e um mercado semelhante a 2006, o primeiro ano em foram comercializados os 2 milhões de veículos e a primeira vez, desde 2008, que o setor não atinge os 3 milhões em vendas anuais. 

Para Alarico Assumpção, presidente da Fenabrave, a crise política, piora ainda mais a caótica situação econômica; inflação alta, baixando a confiança do consumidor; a queda do real e do PIB de 3,4% e a projeção de 1,9% a 2% negativa para 2016, além da expectativa do aumento da inadimplência de pessoa física, do desemprego e da queda real do salário, são preocupantes.

A falta de carga para transportar no País – que acompanha o ritmo da economia – e a queda do preço das commodities são fatores adicionais de retração no setor de veículos pesados. 


2016, na mesma
O segmento leve, segundo a Fenabrave, terá em retração de 5,9%, para 2,33 milhões de unidades contra os 2,47 milhões emplacados em 2015, cuja queda foi de 25,5% sobre 2014.

À semelhança de 2015, 
quando os licenciamentos caíram 33,6%, para 354,2 milos comerciais leves deverão continuar caindo. 

Para 2016, a projeção aponta para pouco mais de 305 mil unidades, volume 13,8% menor que o do ano passado. 

Já automóveis, cujos licenciamentos fecharam 2015 com queda um pouco menor, de 24%, para 2,12 milhões, em 2016, devem ficar no patamar das 2,02 milhões de unidades, segundo a Fenabrave, o que significa retração de 4,57% sobre 2015.

Os pesados deverão registrar queda de 2,81%, em 2016, considerando caminhões e ônibus, para pouco mais de 89,5 mil unidades. 

Em 2015, o segmento teve o pior resultado de todo o setor, com quedas de 47,6% para 71,7 mil caminhões e de 36,5% para 20,3 mil ônibus.

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