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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

RECALLS SÃO UM PROBLEMA PARA AS FÁBRICAS E UM ALÍVIO PARA OS PROPRIETÁRIOS DE CARROS QUE APRESENTEM DEFEITOS DE ORIGEM. APENAS NOS EUA, NO ANO PASSADO, REGISTRARAM 868 RECALLS ENVOLVENDO 51 MILHÕES DOS 255 MILHÕES DA FROTA ESTADUNIDENSE DE VEÍCULOS. NO BRASIL, HOUVE 114 CONVOCAÇÕES PARA REPAROS COM 2,8 MILHÕES DOS 41 MILHÕES DA FROTA NACIONAL. NISSAN APROVEITARÁ A OLIMPÍADA PARA LANÇAR SEU SUV KICS


Alta Roda 

Nº 873 — 28/1/16
Fernando Calmon

SEGURANÇA COM MAIS FORÇA

Uma das complicadas e desgastantes situações para fabricantes de veículos e seus clientes, em qualquer parte do mundo, são os recalls sempre ligados a riscos de segurança. 

Apenas, em 2015, nos EUA – maior frota mundial, 255 milhões de veículos e o segundo maior mercado, 17,5 milhões unidades/ano – ocorreram 868 campanhas envolvendo o recorde de 51 milhões de veículos. 

Aqui, no mesmo período foram 114 recalls e 2,8 milhões de unidades convocadas para uma frota total de 41 milhões. Nos números frios das estatísticas proporcionais o Brasil não ficou tão mal na foto.

Em grande parte, o aumento das chamadas para reparos se deveu ao problema com airbags da Takata, que se tornou mundial. 

Os fabricantes também ficaram bastante cautelosos em razão das implicações financeiras de defeitos fatais. 

Nem se discute relação custo-benefício de um recall: melhor pecar por excesso do que por falta. 

Como consequência, pode acontecer de o motorista começar a “selecionar” o tipo de recall. Isso é ruim.

O governo americano, no entanto, aproveitou o recente Salão do Automóvel de Detroit para assinar um acordo com os 18 grupos de fabricantes locais e importadores para que esses defeitos sejam evitados ao máximo. 

Produzem-se em série cerca de 85 milhões veículos/ano e cada um tem cerca de 5.000 peças. Não se pode querer a segurança de um avião, mas erros devem ser diminuídos.

Outro passo importante foi a NHTSA (agência oficial nos EUA responsável por requisitos de segurança) acabar de revisar critérios para obtenção de cinco estrelas nos testes. 

Há conflito de interesses, que só confunde e aumenta custos, entre Euro NCAP (entidade não oficial na União Europeia), IIHS (instituto das seguradoras americanas) e a própria NHTSA.

Este, além do exclusivo teste de resistência do teto, agora prevê diminuição de riscos nos atropelamentos (semelhante ao Euro NCAP), nova colisão frontal oblíqua, dummies (bonecos de teste) aperfeiçoados, avaliação mais rigorosa para passageiros do banco traseiro sem mudar o teste de colisão 100% frontal desdenhado em outras partes do mundo. 

Também passa a valorizar recursos eletrônicos a fim de evitar acidentes (também em linha com os europeus). 

Enfim, não se trata ainda de convergência, porém avanços importantes na bagunça atual de seis NCAPs diferentes.

Pena que o Latin NCAP cometa certas falhas técnicas e tenha aprendido pouco com os próprios erros. 

Claro que suas exigências não são – e nem poderiam ser – as mesmas de países de alto poder aquisitivo. 

A região latino-americana tem muitas diferenças e usar argumentos como “uma vida vale mais que US$ 50 do custo de tal peça” soa pura demagogia. 

Por que veículos comerciais, como furgões, têm apenas um airbag obrigatório, mesmo no exterior? 

Até nos EUA, há exigências diferentes por tipo de veículo e a vida não tem preço.

Controle eletrônico de estabilidade (ESC, na sigla em inglês), por exemplo, só se tornou obrigatório por lei na Europa em 2014. 

Aqui o será apenas em 2020 e em 2022. Apesar de a Coluna concordar que esse prazo é elástico demais, o impacto do preço do ESC em um automóvel de R$ 35.000 obviamente não é o mesmo em outro de R$ 100.000.

RODA VIVA

NISSAN aproveitará a oportunidade de atuar como uma das patrocinadoras dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto próximo, para lançar e iniciar em seguida vendas do Kicks, seu novo SUV compacto. 

De início, carros virão do México, a exemplo do que VW fez com o Golf. 

Produção nacional em Resende (RJ) começará em 2017, com o segundo turno de trabalho.

MOTOR 1,4 TSI, por enquanto só a gasolina, aposentou o motor aspirado de 2 litros no sedã médio-compacto Jetta. 

Com 150 cv e torque de 25,5 kgfm, é o que o modelo precisa para disputar de forma equilibrada o segundo segmento em vendas (os SUVs compactos em 2016 devem subir a essa posição). 

Versão de topo com motor 2 litros turbo de 211 cv continua a vir do México.

ALÉM da simples reestilização, Cobalt ganhou presença, antes bastante tímida. Além de novos itens de série, inclusive multimídia de segunda geração e serviços OnStar via chip próprio, mantém o grande espaço interno e porta-malas de 563 litros. 

Apesar de bom torque do motor 1,8 L, a potência de 108 cv vai bem com câmbio manual, porém no automático nem tanto.

TAMBÉM deve se dar crédito à Câmara dos Deputados quando há boas propostas aprovadas. 

A mais recente impede a venda de veículos sem dispositivo antiesmagamento em vidros elétricos. 

Nem precisaria de lei (ainda passará pelo Senado) para isso por questão de bom senso. 

Comissão também aprovou anotação de recalls não atendidos no licenciamento anual.

FABRICANTES de fluidos de freios estão recomendando a troca anual ou, de forma errada, a cada 10.000 quilômetros rodados, independentemente de especificações.

Vale é o que o produtor do veículo indica. A esmagadora maioria destes recomenda a troca por tempo, sem quilometragem específica. Basta ler manual do proprietário.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2

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