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sexta-feira, 22 de maio de 2020

Economista inglês acha que com o pós-coronavírus o distanciamento social pode afastar passageiros do transporte público, trocando-o pela bicicleta e é a grande oportunidade para desincentivar o uso do automóvel




A micromobilidade não é uma estratégia nova - esclarece John Siraut -, mas ganhou um impulso, que terá de ser aproveitado para promover a descarbonização das cidades.

Encerrar estradas à circulação automóvel e abrir o caminho para ciclistas e peões é a estratégia de boa parte das cidades europeias para ultrapassar as limitações impostas pelo distanciamento social. 

E esta será também a grande oportunidade dos centros urbanos para desincentivar o uso do carro particular. É, pelo menos, essa a crença de John Siraut, o economista inglês que estuda os impactos sociais e económicos das políticas públicas de mobilidade. 

"Estão criadas as condições para um grande aumento da micromobilidade", defende o especialista que, esta tarde foi o convidado de mais uma entrevista do Portugal Mobi Summit 2020, conduzido pelo jornalista Paulo Tavares e o urbanista britânico Charles Landry.

Veja aqui o vídeo da entrevista.
A urgência de proteger as populações da Covid-19 alterou as formas de mobilidade. Bicicletas, trotinetes e circuitos pedonais são agora os meios que fazem mexer as cidades. 


Não é que as políticas sejam novas, mas ganharam um grande impulso, que servirá para dar continuidade às medidas que já visavam combater a poluição atmosférica: "Vimos nestes últimos meses uma significativa melhoria da qualidade do ar em cidades muito problemáticas."

Com o horizonte agora muito "mais límpido", os autarcas procuram estratégias para manter os benefícios conquistados: "A micromobilidade surge como a única forma de assegurar não só o distanciamento social, como também a retoma da economia com a reabertura do comércio, de restaurantes, praças ou esplanadas."

Mais bicicletas e trotinetes é a resposta dos centros urbanos em tempos de pandemia, mas será preciso ir mais longe para os hábitos se enraizarem nas rotinas citadinas, avisa Siraut. 


Ampliar as infraestruturas para os modos de transporte mais leves e restringir a circulação do automóvel é o desafio que as câmaras municipais têm pela frente: "Do que precisamos é de mais espaço para pessoas e não para os veículos."

Mais complicado será assegurar o regresso do transporte público às cidades nos tempos que se seguem. Para garantir o distanciamento social, os autocarros, os comboios ou o metro teriam de duplicar ou triplicar os lugares disponíveis. 


Um investimento que, segundo o economista, não compensará os milhares de milhões de receitas que o setor tem vindo a perder todas as semanas em cidades como Nova Iorque ou Londres.

"Quanto mais tempo durarem as medidas de proteção da saúde pública, mais difícil será a recuperação", avisa John Siraut, esperando, contudo, que a médio prazo as pessoas possam regressar ao transporte coletivo, "peça central" no puzzle das estratégias centradas na sustentabilidade.


Fonte: DN/PT

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