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quarta-feira, 27 de maio de 2020

Os raros tesouros de Porsche em Cuba





Cuba é um país que se pode dizer que é um clássico em todo ele, pois teve quase meio século praticamente fechado ao exterior e os automóveis que por lá circulam parecem todos eles saírem de um encontro de clássicos. Desse modo, é muito difícil encontrar um automóvel Porsche neste país da América Central, mas eles existem, apesar de andarem escondidos das autoridades.

Só para se ter ideia, o último circuito internacional que ocorreu em Cuba, foi a 24 de Junho de 1962 e dois Porsche 356 Speedster ficaram em primeiro e segundo lugares, que com um motor de 1,5 litros ficaram à frente dos automóveis americanos com motores de 5,0 litros, estavam aos comandos destes Porsche os pilotos Papi Martínez e Eduardo Delgado, respectivamente. 
Nestas épocas, vários foram os pilotos de renome que participaram em provas em Cuba, como Huschke von Hanstein, director desportivo da Porsche, que participou no Gran Premio Libertad de 1960, num 718 RSK. Carroll Shelby também esteve ao volante de um Porsche 550. 
Outros pilotos que também competiram em Cuba são por exemplo Graf Berghe von Trips, Edgar Barth, Stirling Moss e não esquecer Juan Manuel Fangio e o seu famoso rapto.
Apesar do embargo já ter terminado, Cuba ainda vai demorar a modernizar-se, sendo que a grande maioria dos automóveis que circulam na capital Havana, são americanos e um ou outro Lada. O Porsche Club de Cuba só existe em nome, foi formado em 2003, e encontrar um modelo da casa de Zuffenhausen é quase como encontrar “uma agulha no palheiro”, nunca esta expressão portuguesa se aplicou tão bem.
Orlando Morales, de 77 anos, é um autêntico arquivo automobilístico de Cuba, guardando com ele várias fotografias da era dourada das competições no país e sabe onde alguns modelos Porsche ficaram, mas estes, continuam escondidos. 
Ele próprio chegou a conduzir um Porsche 550 A Spyder, em 1961. Tem também um arquivo de todos os modelos legalmente importados para o país, onde consta, claro está, os Porsche, reconhecendo que não devem ter ido mais de 30 exemplares para o país. Alguns deles eram de competição e esses abandonaram o país há muito tempo.
Raúl Abreu conhece cada Porsche que passou por Cuba, pois nos anos 50 era mecânico do antigo concessionário Porsche, em Havana.
Através de Manuel García Fernández e Alberto Gutiérrez Alonso, sabe-se da existência de um Porsche 356 C cor de vinho parado há anos num quintal. Infelizmente, o seu motor boxer de quatro cilindros não está presente e as portas estão desmontadas. Os farolins terão sido substituídos por uns oriundos de um Lada. 



Posteriormente, é encontrado outro 356 cinza, mas este, apesar de também parado há algum tempo, está tapado e parece em melhor estado, tendo uma carroçaria Reutter. No interior tem backets Recaro, com não mais de 20 anos.
Posteriormente, são encontrados mais dois 356, mas estes, apesar de em estados diferentes de preservação, circulam. 
Um deles, na cor bege, é de 1957 e está impecável, tendo sido totalmente restaurado. O outro, de 1953 e com o característico pára-brisas vincado ao centro, é azul e está num avançado estado de deterioração, pois foi encontrado parado debaixo de uma árvore, mas agora está a circular. No entanto, o seu motor não é o original, sendo proveniente de um Volkswagen Carocha.
Esta é a breve e curta história dos automóveis Porsche em Cuba, onde os próprios donos não querem ser conhecidos, para não levantar “alarido”.

Fonte: Motor 24

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