Imagem de fábrica da Renault em França
Diogo Ferreira Nunes
A aliança Renault-Nissan vive dias atribulados por causa do novo coronavírus. As fabricantes da França e do Japão, respectivamente, preparam planos de reestruturação que poderão ter impacto na vida de dezenas de milhares trabalhadores e na indústria automóvel mundial.
Esta sexta-feira, soube-se que a Renault está a "lutar pela sua sobrevivência", enquanto a Nissan está a estudar um plano para o despedimento de 20 mil pessoas no Japão.
Renault
Comecemos pelo caso da Renault, que tem por fechar um empréstimo de 5 mil milhões de euros com garantia do Estado francês - e que já foi validado pela Comissão Europeia. Para que essa injeção de capital entre na fabricante, será necessário o cumprimento de várias condições, entre as quais, a manutenção dos postos de trabalho em França.
"A Renault pode desaparecer, os grandes construtores industriais podem desaparecer. A Renault está a lutar pela sua sobrevivência", avisou esta sexta-feira o ministro francês da Economia, Bruno de Maire, em entrevista ao jornal Le Figaro e citado pelo jornal El País.
O mesmo ministro detalha algumas das condições para que o empréstimo seja firmado com a Renault. "Pedimos aos fabricantes que assumam três compromissos: o desenvolvimento do veículo elétrico, o respeito pelos fornecedores e a localização, em França, de algumas das atividades mais avançadas tecnologicamente". O aviso surge a uma semana da apresentação de um plano de redução de custos da Renault que ronda os dois bilhões de euros.
NissanA japonesa Nissan está a estudar um plano de despedimentos que poderá afetar mais de 20 mil trabalhadores em todo o mundo, segundo a informação divulgada esta sexta-feira pela agência japonesa Kyodo, citada pelo jornal Cinco Días.
A redução da força de trabalhado deverá fazer parte de um plano de redução de custos de 2,6 bilhões de euros que a marca vai apresentar na próxima quinta-feira, 28 de maio. Neste dia, a Nissan deverá apresentar os resultados anuais relativos ao ano fiscal de 2019, que terminou em 31 de março, e que deverão ditar prejuízos de 800 milhões de euros.
Nos próximos dois anos, a Nissan poderá ainda ter de reduzir a capacidade de produção em 20%, ao abrigo da reorganização das fábricas da aliança Renault-Nissan e à qual também pertence a Mitsubishi.
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