Coluna
Fernando Calmon
Nº 1.101 — 11/6/20
FCA E TIM FIRMAM
ACORDO
PARA INTERNET A BORDO
Depois de negociações longamente amadurecidas, a FCA e a
operadora de telefonia celular TIM fizeram um acordo para que a nova central
multimídia de 7 pol. Uconnect receba um chip para internet com Wi-Fi a bordo. Essa
informação ainda não se tornou pública. Segundo minha fonte, isso deve
acontecer em outubro para as marcas Fiat e Jeep.
A central Uconnect, a primeira no Brasil que permite conexão
sem fio para celulares e que facilita o uso de aplicativos de rotas como Waze, Google
Maps ou Here tanto para telefones com o sistema operacional Android quanto iOS
(Apple), foi anunciada como exclusividade da nova picape Strada. Outra vantagem
desse sistema é que uma vez feita a primeira conexão, as posteriores são
automáticas.
Então, se você esqueceu ou extraviou o cabo não há problema para
usar os aplicativos de rota tão úteis.
A pandemia, no entanto, atrasou os planos de produção da
Strada.
O SUV cupê Nivus, cuja produção começou na semana passada, poderia
chegar às concessionárias alguns dias antes e a nova central VW Play oferece a
mesma facilidade. Mas a Fiat já começou a oferecer a Uconnect também na Fiat
Toro, garantindo a primazia.
A GM foi a primeira no Brasil a oferecer internet a bordo no
Cruze, Onix, Onix Plus e Tracker. O chip tem custo de utilização, cobrado à
parte pela operadora.
CONFIANÇA, BOLSA E
DÓLAR
ALIVIAM PESSIMIMO
GERAL
O balanço de vendas, produção e exportações, como se
esperava, foi bastante negativo em maio. As quedas em relação ao período de
janeiro a maio de 2019 alcançaram, respectivamente, 37,7%, 49,2% e 44,9%. Além
de grande parte das concessionárias com seus departamentos de vendas
presenciais fechados, os principais Detrans do País continuaram sem executar os
emplacamentos em razão da pandemia do Covid-19.
No entanto, um dado interessante não passou despercebido na videoconferência
mensal da Anfavea com os jornalistas. Pesquisa do índice de confiança do
consumidor, no contexto de macroeconomia, inverteu a curva de queda pela primeira
vez desde que começou a cair fortemente no início do ano.
Para o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, “as
primeiras autorizações para reabertura parcial do comércio e das
concessionárias juntaram-se à esperança da volta gradativa do trabalho e da
produção. A impressão é de que se chegou ao fundo do poço. Muda a percepção da
sociedade em relação ao futuro. A economia de um país vive também de
expectativas”.
Os estoques na soma de concessionárias e pátios dos fabricantes,
ainda muito altos, diminuíram bem de 119 para 97 dias, ainda assim quase três
vezes superiores ao normal.
Outros dois indicadores econômicos, porém, mostram surpresas
animadoras.
As quedas na bolsa de valores de São Paulo em 2020 reduziram-se para
15% (depois de afundar cerca de 50% no começo da pandemia); em relação a um ano
atrás as perdas foram zeradas.
O valor do dólar recuou de quase R$ 6,00, no
pico do pessimismo, para R$ 4,90 no começo desta semana, aliviando pressões de
custos que vêm sendo repassados parcialmente para os preços dos veículos.
Uma linha de crédito especial negociada entre o governo e os
bancos ligados aos fabricantes de veículos também dará suporte a prazos mais
elásticos de financiamentos ao consumidor e às concessionárias.
Deve continuar
a tendência de postergação das primeiras prestações, em alguns casos por seis
meses ou mais. Isso dá tempo ao comprador para reorganizar seu orçamento.
A Anfavea também reviu sua projeção de venda anual.
Estimou
a queda em 2020 sobre 2019 em 40%, ainda sem previsões sobre produção e
exportação por depender da reação do mercado dos países clientes do Brasil.
MERCADO MUNDIAL
DE CARROS ELÉTRICOS
O coronavírus também impactou as perspectivas de curto prazo
para veículos elétricos puros (VEs), aqueles movidos só a bateria. A queda
brutal do preço do petróleo (agora em recuperação) tirou competividade de
fontes alternativas limpas a partir das energias solar e eólica.
De janeiro a abril, o maior mercado de VEs do mundo, o
chinês, caiu 50% enquanto a venda geral encolheu 35%. Os dados são da LMC
Automotive, parceira da consultoria brasileira Carcon. Mas para esse ponto
negativo há outros positivos.
Na Europa, por exemplo, enquanto o mercado geral
de veículos caiu no mesmo período 36% (quase igual ao Brasil de janeiro a maio),
os elétricos subiram 38%, embora a partir de números muito baixos de
participação, o que gera distorções estatísticas.
Muitos governos europeus estão subsidiando a compra de um VE.
O governo francês, por exemplo, aumentou o incentivo para 7.000 euros (R$ 40.000)
para pessoas físicas, o que além de elevado não parece sustentável. Outro
resultado positivo foi na América do Norte: a queda de venda dos elétricos de
17% foi um pouco menor que o encolhimento total do mercado (21%).
Mas a consultoria não mudou sua projeção para 2032. Estima
que serão vendidos18 milhões de carros elétricos em todo o mundo,
aproximadamente 16 % do mercado global anual, sem incluir os híbridos.
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www.fernandocalmon.com.br
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