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sexta-feira, 12 de junho de 2020

TAP voará com menos aviões, menos rotas e menos pessoal, mas o Governo português não deixará a companhia falir







Governo português assume que companhia não vai conseguir pagar empréstimo em seis meses. Reestruturação pronta até ao primeiro trimestre de 2021. Bruxelas aprova ajuda do governo em troca de reestruturação da empresa 

O Governo já vê como certo o plano de reestruturação para a TAP depois de receber a injeção de capital no valor de 1,2 mil milhões de euros (R$ 6,768 bilhões), autorizada ontem pela Comissão Europeia. E admite um reforço da posição do Estado na companhia.

“O plano de reestruturação vai começar a ser desenhado agora”, adiantou o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos. Questionado sobre as condições em que esse plano poderia avançar com redução de rotas, frota e pessoal, o ministro afirmou que, apesar de não querer “especular”, “não seria sério se dissesse” que estas não podem ser algumas das consequências da reestruturação.

“Conseguimos, com honestidade, imaginar, no atual contexto e perante um futuro de elevada incerteza, para a economia como um todo, nomeadamente para o setor do turismo e da aviação, que nós podemos ter neste momento uma empresa com uma dimensão superior àquelas que serão as necessidades para os próximos anos” e isto “é uma imposição da comissão europeia que nós compreendemos e que julgo que todo o universo TAP compreende”, avisou.

O Governo não quer uma “reestruturação excessiva”. 
“Não queremos uma TAP pequena”, sublinhou o ministro, ao reconheceu que é preciso tomar decisões para “diminuir os prejuízos inerentes a uma situação como aquela que estamos a viver”, frisou. 

À espera dos privados o ministro adiantou que foram apresentadas condições ao acionista privado (Atlantic Gateway de David Neelman e Humberto Pedrosa) e que espera pela resposta para avançar com a intervenção. 

“Estamos preparados para avançar a falta a aceitação por parte do privado para avançar”, adiantou Pedro Nuno Santos, sublinhando que se trata de “uma empresa que sem uma intervenção pública acabaria por falir”. 

E o Estado pode ainda vir a reforçar a companhia. “Decorre destas intervenções que os acionistas sejam também chamados, neste caso no que diz respeito aos créditos sobre a própria empresa”, indicou, “partindo do princípio que o acionista privado está tão interessado como nós em salvar a empresa”, rematou. 

Trata-se de uma injeção de capital na forma de empréstimo, feita por tranches, mas, segundo Pedro Nuno Santos, não fica excluída a possibilidade de, numa fase posterior, se proceder a um empréstimo privado garantido pelo Estado. 



Mais controle das contas 
O governante garantiu ainda que, dada a “intervenção de monta” que para já vai até mil milhões de euros (R$ 5,640 bilhões), sobrando uma “almofada de 200 milhões (R$ 1,308 bilhão)” haverá mais controlo sobre o dinheiro que entra e sai da companhia.

“Obviamente que o Estado terá um quadro de monitorização e controlo dos movimentos de caixa, fundamental para nós termos certeza e segurança no destino que vai ser dado ao dinheiro que o Estado vai injetar na empresa”, adiantou Pedro Nuno Santos, recusando dar mais pormenores sobre como será feito esse controlo.

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