Fernando Calmon
Nº 1.103 — 25/6/20
JEEP RENEGADE TURBO
APARECE EM SETEMBRO
A FCA estaria preparando uma surpresa para setembro com o
Jeep Renegade. Não esperaria até o início de 2021 para agitar o mercado
com o novo motor Firefly turbo, de 1,33 L de cilindrada, previsto para começar
a ser produzido na fábrica de Betim (MG), no primeiro trimestre do próximo ano.
A ideia seria importar da Itália um modelo pronto para uma espécie de
avant-première, como estratégia de marketing. O motor do carro é a gasolina,
mas o nacional será flex. Todavia, a fabricante não confirmou a informação
da minha fonte.
O Firefly turbo tem versões de 150 e 180 cv. O primeiro está
reservado para o Renegade e o segundo para o Compass. A concorrência entre os
SUVs compactos tem ficado cada vez mais feroz. São 13 modelos, incluindo o
Nivus que chegará às concessionárias entre o final de julho e o começo de
agosto.
Uma das vantagens do novo motor da FCA é o consumo de
combustível, além do melhor desempenho em relação ao atual de 1,8 L conhecido
como E.torQ. Talvez a versão básica do Renegade mantenha esse motor porque tem
custo menor de produção.
EMPLACAMENTOS
REPRESADOS
MELHORAM NÚMEROS
NEGATIVOS
Junho será um mês de recuperação das vendas, mas ainda não
dá para comemorar. Números refletem a reabertura dos principais Detrans do
País. No entanto, tudo indica que o pior já passou, embora recuperação seja lenta.
Em debate promovido pela Anfavea, o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes,
apontou que os emplacamentos subiram de 4 a 5 mil por dia para 7.000.
“Acredito que vamos precisar de estímulo ao consumo, como já
está sendo feito em diversos países, para incentivar a compra no pós-pandemia. Os
concessionários também enfrentam situação muito difícil, mas continuam
importantes para as marcas, apesar do avanço das vendas on-line.
Carros
elétricos e autônomos terão um atraso considerável nos seus projetos e
implantação por aqui e, provavelmente, também nos Estados Unidos”, pontuou
Moraes.
Para Ricardo Bacellar, da consultoria KPMG, a pandemia se
refletiu em mudança surpreendente sobre a posse do veículo.
“Há cerca de um ano, em pesquisa mundial, havia grande
interesse em utilizar o sistema de assinatura, espécie de compartilhamento;
agora o carro próprio voltou a atrair. Mas assinatura ainda pode ser explorada.
Isso se deve ao medo de contágio, inclusive no transporte coletivo. Pelo mundo existe
tendência de compra de modelos mais simples, basicamente como meio de transporte
seguro e acessível.”
Gustavo Pena, do Google, detectou três tendências de
compra.
“A principal foi a procura pelo carro dos sonhos, que nos indicou o interesse por modelos mais luxuosos. A outra diz respeito à mobilidade. Pessoas que passaram a trabalhar em casa querem se mudar para o interior e precisam de um carro. Detectamos muitos interessados na compra de um veículo motivado pela pandemia, evitando não só o transporte coletivo, mas também poder se deslocar sem restrições. Por sinal, o modal viagem no carro próprio deve crescer no pós-pandemia.”
Em minha opinião, um problema trazido pela valorização do
dólar é justamente os modelos de entrada de cada marca. Fica mais difícil
diluir os aumentos de custos porque são carros com margens mais estreitas e descontos
menores.
Por isso, será mais difícil encontrá-los nas concessionárias. Por outro
lado, alguns analistas acreditam numa queda de vendas, em 2020 sobre 2019, mais
perto de 30% do que de 40%. Não é grande consolo, mas um pequeno alívio.
DUSTER À ESPERA DO
FIM DA PANDEMIA
Na concorrência entre SUVs compactos não é fácil sobressair.
Mas o Duster resolveu a maior parte dos vícios de nascença, no ano-modelo 2021.
Lançado em março às vésperas das primeiras medidas de isolamento social, ainda
não pôde mostrar seu desempenho em vendas.
As mudanças externas envolveram até inclinação do para-brisa
e um capô redesenhado para abrigar o motor de 1,3 L turbo, previsto para o
início de 2021 (já disponível na Argentina, exportado da Colômbia).
O conjunto
atual de motor 1,6 L/120 cv (etanol) e câmbio automático CVT apresenta respostas
algo lentas, seu ponto mais vulnerável. Sistema start-stop é de série. O motor
de 2 litros já tinha sido descontinuado.
Rigidez torcional aumentada, direção agora com assistência
elétrica (volante regulável em altura e distância) e o conhecido vão livre do
solo de 23,7 cm (o maior do segmento) melhoraram nitidamente a dirigibilidade
no uso do dia a dia.
Na versão avaliada, Iconic, rodas são de 17 pol. O
interior também ficou melhor, especialmente os bancos dianteiros com boa
sustentação lateral. O console central foi um pouco deslocado na direção do
motorista, facilitando a visualização.
Conjunto multimídia de 8 pol. permite parear dois celulares
e até cinco usuários, além de intuitivo de operar. O quadro de instrumentos tem
desenho agradável e moderno. Há quatro câmeras (frontal, traseira e duas
laterais), além de alerta de ponto cego.
Faltam portas USB para os passageiros
do banco traseiro que têm espaço para pernas, ombros e cabeças que são
referências no segmento. Além do maior porta-malas: 475 litros.
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