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segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Coluna Mecânica Online


COLUNA MECÂNICA ONLINE® 


10 | JANEIRO | 2022 


Tarcisio Dias


É necessário trocar o óleo da transmissão automática?



Com o crescimento das vendas de veículos com transmissão automática no mercado brasileiro, é cada vez maior a procura para entender seu funcionamento, vantagens e principalmente sobre a manutenção necessária para garantir sua durabilidade e confiabilidade.

Pesquisas apontam que até o final desta década, os motoristas brasileiros deverão migrar do câmbio manual para o automático de forma tão intensa que mais de 90% da frota disponível no mercado estará equipada com essa tecnologia mais recente. E quando falamos de carro elétrico, todos são automáticos e bem mais simples.

Por enquanto, vamos nas dúvidas que as pessoas têm quando o assunto é transmissão automática e entender os principais tipos existentes no mercado.

O câmbio automatizado possui como diferença para um câmbio mecânico convencional um sistema eletrônico que aciona a embreagem após analisar os parâmetros dos sensores de velocidade e rotação, fazendo a mudança automaticamente da marcha com o auxílio de um atuador hidráulico. Nas transmissões automatizadas, durante as trocas de marchas, ocorre interrupção do fluxo de torque semelhante a transmissão manual, porém de forma mais eficiente.



Este modelo de transmissão apresenta consumo de combustível equivalente ou até mesmo superior aos de transmissão manual e possui maior frequência de manutenção.

Já o câmbio automático consiste de um conjunto de engrenagens planetárias que funciona com o conversor de torque — possuem como componentes principais: planetária, conversores de torque, sistema de embreagens e corpo de válvulas.

O conversor de torque acopla o motor à caixa de câmbio (atuando como uma embreagem). Como o deslizamento é mais lento que o acoplamento da embreagem, o tempo na passagem é mais maior, assim como o consumo.

A vantagem desse sistema é que ele possui maior torque e resistência à fricção (considerando os sistemas com mais de 6 marchas). A desvantagem é que em sistemas com poucas marchas e tamanho reduzido, apresenta queda significativa na qualidade destes itens, maior ruído e consumo de combustível.



Já os câmbios automáticos de dupla embreagem combinam elementos de transmissão manuais e automáticas, e conta com pares de embreagens e conjuntos de engrenagens, separados por marchas pares e ímpares.

De modo geral, quando uma marcha é engatada, a próxima já é pré acionada. Portanto, a troca ocorre quase que imediatamente. Proporcionando excelente resposta em trocas de marcha e alta performance de fricção. Esse sistema ainda pode ser divido em seco e úmido.

A sigla CVT significa Continuously Variable Transmission (Transmissão Continuamente Variável). Esse sistema não possui marchas, e sim polias de diâmetros variáveis que permitem que o carro acelere gradativamente, como se houvesse apenas uma marcha. Isso porque existe uma variação das relações de transmissão continuamente, o que otimiza o desempenho do motor independente da velocidade exigida pelo acelerador.

O destaque desse tipo de transmissão é a economia de combustível e confiabilidade em seu funcionamento. No entanto possui resposta mais lenta e maior limitação em torques mais elevados. Sua manutenção é considerada mais simples que os demais.



O motorista deve ficar atento na manutenção preventiva de um câmbio automático, conforme especificado no manual do proprietário do veículo e seguindo os prazos estipulados para substituição dos fluidos e lubrificantes, reposição do fluido de arrefecimento do radiador, atenção à sinais como trepidação e demora ao arrancar, devem ser frequentes para manter o bom funcionamento do seu automóvel.

A partir desse conhecimento chegamos na discussão que mais encontramos na internet: é preciso substituir o óleo do câmbio automático? A resposta eu já falei no parágrafo anterior: observe a especificação no manual do proprietário do veículo. Pronto. Não adianta seu amigo que entende tudo de mecânica, acredite na engenharia, em quem desenvolveu seu veículo.

A partir dessa informação, sim, existem veículos que não precisam trocar o óleo da transmissão durante toda vida útil do veículo. O óleo do sistema de câmbio é projetado para ter durabilidade “for life”, ou seja, não há previsão de troca do fluido ao longo de toda a vida útil do veículo, situação por exemplo da Nova Strada com câmbio automático da Fiat, do câmbio tiptronic da Audi, sistema DCT da CAOA Chery, AT6 Aisin e AT9 (diesel) utilizados em veículos da Fiat e Jeep, automáticas do HB20, Creta e HB20 nova geração, modelos da Renault, Peugeot, Citroën e Volkswagen com conversor de torque tipo AQ.

Outras marcas sinalizam em seus manuais necessidades de observações, complementações ou conforme uso do veículo a substituição do óleo do câmbio automático.

Modelos com câmbio S tronic de dupla embreagem da Audi devem realizar a troca do fluido a cada 60 mil quilômetros ou três anos; modelos da BMW com quilometragem superior aos 120 mil km e com algum sinal como tranco ou trepidações devem trocar o óleo; com 40 mil km o motorista deve trocar óleo do câmbio no Arrizo 6, Arrizo 5, Tiggo 2, modelos da Honda com transmissão CVT, modelos da Nissan sem CVT e observar na Ford Ranger; Ford Mustang, Edge ST e Chevrolet Onix recomendam inspecionar e completar o óleo a cada inspeção de 10 mil km; a cada 60 km a Volkswagen recomenda a troca do óleo nos câmbios automáticos de dupla embreagem tipo DQ, situação de troca semelhante nos modelos da Volvo; a cada 80 mil km a Honda recomenda a troca do óleo do câmbio no Accord e a Toyota na RAV4, Corolla, Hillux, SW4, Prius e Camry; a Nissan recomenda inspeção a cada 100 mil km no modelos com CVT.

Nunca é demais afirmar que a necessidade de inspeção, troca ou mesmo a continuidade de uso do óleo da transmissão automática é especificada no manual do proprietário do veículo, que deve ser seguido à risca para manter o pleno funcionamento, confiabilidade e vida útil do veículo.

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Tarcisio Dias - Profissional e técnico em Mecânica, além de Engenheiro Mecânico com habilitação em Mecatrônica e Radialista. Desenvolve o site Mecânica Online® (mecanicaonline.com.br) e sua exclusiva área de cursos sobre mecânica na internet (cursosmecanicaonline.com.br), uma oportunidade para entender como as novas tecnologias são úteis para os automóveis cada vez mais eficientes.

Entre os três (TOP 3) +Admirados Influenciadores Digitais da Imprensa Automotiva.

Entre os cinco (TOP 5) dos +Admirados Jornalistas da Imprensa Automotiva.

Premiado (TOP 3) na categoria Automotivo e Motociclismo da 7ª edição do Prêmio Especialistas.

Coluna Mecânica Online® - Aborda aspectos de manutenção, tecnologias e inovações mecânicas nos transportes em geral. Menção honrosa na categoria internet do 7º e 13º Prêmio SAE Brasil de Jornalismo, promovido pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade. Distribuição gratuita todos os dias 10, 20 e 30 do mês.

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