Fusca, o carro que comoveu até personalidades de governo
Jornalista Luís Carlos Secco
Hoje, 20 de janeiro, é o Dia Nacional do Fusca no Brasil, automóvel que repetiu a história do Ford Modelo T, que ganhou o nome de veículo que colocou o mundo sobre rodas. O sedanzinho nasceu há 87 anos, no dia 22 de junho de 1934, quando Adolf Hitler, que acabara de assumir o poder da Alemanha, fechou contrato com Ferdinand Porsche para o projeto de um carro para o povo, que também se tornasse um símbolo mundial.
Além da Alemanha, o Fusca foi produzido no México e no Brasil. Apesar da simplicidade do projeto, foi idolatrado pelos consumidores e até hoje tem uma multidão de admiradores e clubes em muitas cidades brasileiras. Tenho um amigo, o Jaime, formado pela FEI em engenharia e, atualmente, funcionário da Petronas, na Itália, que possui dois Fuscas por ele restaurados e admirados por quem os vê.
O Fusca foi o carro brasileiro com o maior número de admiradores, pelas características de resistência, mecânica simples, motor arrefecido a ar e pela fácil disponibilidade de peças e uma rede de assistência muito efetiva em qualquer lugar do País.
Alguns anos depois de ser lançado, tornou-se o automóvel mais desejado do Brasil, assumindo a liderança do mercado que era ocupada pelo Jeep. Por essa admiração mundial foi o automóvel mais vendido do Brasil ao longo de 23 anos e já nos primeiros anos de sua participação do mercado, suas características o ajudaram a vencer qualquer terreno com a vantagem de conforto que o jipe não possuía.
O Fusca foi o carro brasileiro com o maior número de admiradores, pelas características de resistência, mecânica simples, motor arrefecido a ar e pela fácil disponibilidade de peças e uma rede de assistência muito efetiva em qualquer lugar do País.
Alguns anos depois de ser lançado, tornou-se o automóvel mais desejado do Brasil, assumindo a liderança do mercado que era ocupada pelo Jeep. Por essa admiração mundial foi o automóvel mais vendido do Brasil ao longo de 23 anos e já nos primeiros anos de sua participação do mercado, suas características o ajudaram a vencer qualquer terreno com a vantagem de conforto que o jipe não possuía.
O Fusca também contribuiu com seus fãs e transformou-se em plataforma ideal para outros modelos, como o único carro esporte da Volkswagen do Brasil, o modelo SP 2, e os diversos modelos de buggies, inicialmente nos Estados Unidos e em países do Caribe, até chegar ao Brasil nas praias do Nordeste, além de variados carros esportivos e de corrida das Fórmulas Vê e Super Vê.
O Fusca era um carro apaixonante e por isso deve ter sensibilizado até as principais personalidades da Alemanha e do Brasil. Lá, Hitler convenceu Ferdinand Porsche a projetar o carro do povo e aqui, Itamar Franco convenceu o diretor da Autolatina Pierre-Alain De Smedt a restabelecer a produção do Fusca, ambos com o objetivo de oferecer ao mercado um carro de baixo custo.
O mais fervoroso admirador do Volkswagen que conheci é Alexander Gromow.
Ao receber convite de Heinz Willy Lotterman, organizador do Encontro Internacional de Volkswagen Antigos, realizado em 1991, para estar presente no evento e transmitir uma mensagem aos participantes, com base na experiencia do Dia Nacional do Fusca no Brasil, Gromow sugeriu a instituição de uma data mundial para o automóvel que foi aprovada por aclamação. No evento do ano seguinte, anunciou o dia 22 de junho como o World Wide Day of the Volkswagen Beetle.
A paixão de Alexander Gromow sensibilizou até o presidente e diretores da Volkswagen do Brasil que, em reconhecimento ao seu trabalho, decidiram restaurar um Fusca de sua propriedade na oficina da Ala Zero da fábrica de São Bernardo, que foi pintado na cor vermelha-coral, que se assemelha à tonalidade rosa. Por isso, é carinhosamente chamado de Rosinha. Esse Fusca é praticamente zero e tem itens especiais, como o teto solar de lona e não metálico.
Ao logo de minha vida tive dois Fuscas, um bege e outro azul, que me ajudaram muito no cumprimento de meu trabalho, especialmente na descoberta de protótipos em testes por madrugadas, em cidades do interior e até de outros estados.
Em reportagens sobre carros da Volkswagen, me ajudava por confundir as equipes de testes da Volkswagen por imaginar que eu era colega de trabalho. Equipado com um kit 1.500, meu Fusca me garantiu fugir das equipes de teste por não me alcançarem nas fugas após fotografar os protótipos. Foi assim nas fotos da perua Variant, do sedã quatro portas e do modelo cupê.
As fotos que o fotógrafo Oswaldo Luiz Palermo fez da perua Variant em testes foram tranquilas porque descobrimos que o carro estava sendo avaliado na pista da Vemag, no bairro do Ipiranga e ninguém nos viu. Mas as imagens do cupê, exigiram uma fuga em direção a Itanhaém.
E nas do sedã quatro portas, também num amanhecer interiorano, surpreendemos o piloto de testes que parou o carro na estrada por um problema qualquer e ao nos ver imaginou que éramos funcionários, como ele.
Minha principal curtição desse Fusca era nas madrugadas em que eu saía do jornal, na Rua Major Quedinho, e tomava a Avenida 23 de Maio. Com o motor 1.500 o carrinho descia o trecho entre o viaduto Cubatão e a curva hoje ao lado do túnel Ayrton Senna e que antecede o antigo Detran à velocidade que levava o ponteiro do velocímetro a 140 km/h. Felizmente, naqueles tempos não existiam os radares.
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Crédito das imagens: Sérgio Castro/AE |
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