Coluna Fernando Calmon
Nº 1.326 — 9/11/2024
Legislativo federal começa a regular
futuro do carro autônomo no Brasil
Desde 2017 o assunto
encontra-se em análise, mas nada de profundo se decidiu. A Câmara dos Deputados
reuniu, em Brasília (DF), no final de outubro último, Governo Federal e
especialistas no tema para tentar definir uma regulamentação.
O debate foi
proposto pelo deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), relator de duas
propostas de lei sobre o tema. Em declaração à Agência Câmara de Notícias,
afirmou que “é preciso uma avaliação com a sociedade, para a segurança jurídica
de fabricantes, proprietários e participantes do trânsito”, disse.
Daniel Tavares, coordenador-geral
de Segurança Viária do Ministério dos Transportes, destacou a necessidade de
normas específicas, adequação do Código de Trânsito Brasileiro (esse tipo de
veículo está proibido de circular), mecanismos legais para fases de testes,
adequação da infraestrutura viária (sinalização e limites de velocidade),
eventuais ligações de celulares pelos ocupantes, interações no trânsito com os
demais veículos e, principalmente, quem responsabilizar em caso de acidentes.
Segundo Paulo
Guimarães, CEO do Observatório Nacional de Segurança Viária, “mesmo com
ressalvas tecnológicas, nossa estimativa indica que 5.300 mortes teriam sido
evitadas, em 2022, se toda a frota de quatro rodas fosse composta por veículos
autônomos”.
O seminário, no
entanto, focou mais nos níveis quatro e cinco de automatização veicular (no
último não existem nem volante e nem pedais). Estamos hoje no nível 2,5. No
exterior alguns países regulamentaram o nível 3 de automatização condicional
que permite mãos fora do volante, contudo supervisão permanente do motorista e
uma sinalização externa do veículo. Isso exigiria enfoques técnico e
legislativo bem mais urgentes.
Outra proposta da
Câmara dos Deputados prevê redução de um terço nos pontos acumulados na
Carteira Nacional de Habilitação, se o condutor não cometer novas infrações no
período de seis meses (em 12 meses, retiram-se os pontos por lei). Já aprovado
pela Comissão de Viação e Transportes, é bom não se animar. O projeto ainda passará
pelas comissões de Cidadania, Constituição e Justiça, plenários da Câmara e do
Senado e depois depende de sanção presidencial.
Outubro forte em vendas indica 15% de crescimento em 2024
A expansão das
vendas em outubro teve a seu favor o maior número de dias úteis, 23 no mês
passado, contra 21 em setembro. No total foram comercializadas 264.936 unidades,
no décimo mês deste ano, contra 217.746 unidades em relação a outubro de 2023 (mais
21,7%). Também foi o melhor outubro dos últimos 10 anos. O crescimento robusto
também se sustenta no acumulado dos 10 primeiros meses: 2,123 milhões em 2014 e
1,846 milhão em 2023 (mais 15%).
Segundo a Fenabrave,
o mesmo percentual de 15% de aumento nas vendas será mantido no fechamento de
janeiro a dezembro deste ano em relação aos 12 meses de 2023. Na primeira previsão
feita em janeiro último, a associação das concessionárias esperava 12% de
crescimento em 2024 com viés de alta, o que de fato aconteceu. Em julho revisou
para 14,7% ao constatar o bom volume de crédito disponível para automóveis e
comerciais leves que representam 94% das vendas totais (5% são caminhões e 1%
ônibus).
No entanto não basta
o volume de crédito. Avalio que este ano os compradores sentiram que os juros
vão aumentar nos próximos meses para combate à inflação e, portanto, as
prestações subirão para acompanhar a taxa básica Selic. E, naturalmente, houve
um certo grau de antecipação de compras, reflexo previsível. De qualquer forma
o avanço do mercado mostra que a indústria deve continuar a crescer nos
próximos anos.
City ganha primeira atualização desde seu lançamento
Linha 2025 chegou
com pequenas modificações tanto no hatch quanto no sedã. O segmento de hatches
e sedãs compactos somados, em que concorre o City, representa cerca de 30% das vendas
do mercado brasileiro e no primeiro semestre somou quase 295.000 unidades. Para
se ter ideia, apesar de todo apelo e modismo dos SUVs, estes atraíram 236.000
compradores no mesmo segmento de compactos. Números compilados pela consultoria
ADK com exclusividade para a coluna.
O compacto da Honda
está no mercado há três anos e, em geral, a primeira renovação ocorre aos
quatro (substituição de geração entre sete e oito anos). No caso do City houve
antecipação para enfrentar uma concorrência cada vez mais ferrenha pela
preferência do consumidor.
São poucas modificações
externas. O hatch recebeu alterações na grade com acabamento em preto brilhante,
para-choques dianteiro e traseiro de aparência mais robusta. No caso do sedã,
os dois para-choques e grade também são novos. Ambos ganharam rodas redesenhadas.
Pormenor: apenas o hatch tem ponteira de escapamento cromada.
Uma mudança sensível
foi a chegada do freio de estacionamento eletromecânico de imobilização
automática (auto-hold), inédito entre
os compactos e muito útil no para e anda do tráfego, de série em todas versões
menos na de entrada EX. Agora há também carregador de celular por indução, além
de duas portas USB-C para os ocupantes do banco de trás (na frente, apenas USB
comum). O sistema ADAS de assistência ao motorista agora mantém distância
segura do veículo à frente, mesmo em baixa velocidade.
Preços inalterados
entre R$ 117.500 e R$ 142.400.
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