Foto: Arnaldo Moreira
O Audi A3 sedan será fabricado no Brasil, em 2015.
Texto de Arnaldo Moreira
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O Brasil, na verdade, nunca foi um modelo de preocupação no cumprimento da lei.
A herança que 2014 nos deixa no setor automobilístico é importante. O mercado nacional não atingiu as metas de vendas estimadas, mas cresceu com o surgimento de novas fábricas: BMW, Audi, Nissan, Chery, JAC Motors, Land Rover Jaguar e Jeep (Fiat).
Os carros híbridos e os 100% elétricos chegaram e criaram curiosidade. Mas, ao contrário de diversos países, o governo brasileiro não deu muita bola para esses veículos que um restrito número de pessoas e empresas adquiriram.
Faltou mais uma vez vontade política e compromisso do governo e do Congresso Nacional oferecendo incentivos que reduzam o preço, ainda muito elevado, desses carros silenciosos, tão eficientes quanto os movidos a gasolina.
Assim, de desleixo em desleixo, o País viu passar mais um ano de derrocada do Programa do Álcool, oscilando entre o desinteresse do governo e a ganância dos usineiros mais interessados em lucros açucarados.
O mesmo não se pode dizer das estradas que continuam, muitas delas verdadeiras picadas de safáris africanos, por absoluta incompetência e desinteresse do poder público.
A irresponsabilidade dos governos federal, estaduais e municipais deste país com as rodovias é assustadora, embora sejam super zelosos na arredação do IPVA e na ampla extensão da rede de radares, que garantem uma gorda arrecadação paralela.
Um país que tem sua mobilidade principal baseada no transporte rodoviário, no mínimo tem de garantir segurança e qualidade de suas estradas, mas isso está muito longe de acontecer.
Sobram estradas em mau estado, mas falta fiscalização nas rodovias federais e estaduais, permitindo que os motoristas, independente dos veículos que dirijam, pratiquem toda a sorte de infrações, desde perigosas e criminosas ultrapassagens a trafegar com caminhões poluindo o ar.
Os caminhões, aliás, são, de acordo com o professor do Departamento da PUC-Rio, José Marcus Godoy, responsáveis por significativa contaminação do ar nos grandes centros urbanos.
Caminhoneiros burlam a lei e ao invés de usar o Arla 32 - agente líquido redutor de emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) que diminui em 98% a emissão de poluentes - obrigatório utilizam um chip que burla o uso do produto.
Cada caminhão que utiliza o chip polui tanto quanto 4,5 caminhões que usam o Arla 32, obrigatório nos veículos movidos a Diesel, garante o engenheiro Tadeu Cordeiro, do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes).
O fato é que as Polícias Rodoviárias Federal e Estaduais trabalham com o mínimo de meios humanos e materiais, pois segurança das estradas não é uma prioridade de governo - e isso vale para as áreas urbanas.
Assaltos a ônibus, roubo de cargas são constantes e estão em ascensão e isso deve-se exclusivamente à ausência de policiamento eficaz, devido à falta de efetivos nessas corporações.
2015 está à porta e o que todos esperamos é que entre com o pé direito, mas esse é mero desejo dos brasileiros...
2015 está à porta e o que todos esperamos é que entre com o pé direito, mas esse é mero desejo dos brasileiros...
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