Piloto português de 40 anos morreu neste domingo durante a sétima etapa do Dakar. Muito respeitado por todos no meio, além das suas qualidades esportivas ficou conhecido pelas constantes atitudes de grande esportivismo no auxílio aos colegas em dificuldades.
Paulo Gonçalves participava no 13º Dakar da sua carreira. Na edição de 2015 conseguiu um honroso segundo lugar.
Há um código de ética entre os pilotos do Dakar que (quase) todos cumprem à risca - nunca deixar um companheiro/amigo em dificuldades para trás. Paulo Gonçalves era um desses pilotos de causas, um aventureiro, um guerreiro, que ao longo das suas 13 participações no rali deu vários exemplos de camaradagem.
Paulo Gonçalves participava no 13º Dakar da sua carreira. Na edição de 2015 conseguiu um honroso segundo lugar.
Há um código de ética entre os pilotos do Dakar que (quase) todos cumprem à risca - nunca deixar um companheiro/amigo em dificuldades para trás. Paulo Gonçalves era um desses pilotos de causas, um aventureiro, um guerreiro, que ao longo das suas 13 participações no rali deu vários exemplos de camaradagem.
Perseguiu sempre o sonho de um dia vencer a mais dura prova de todo-o-terreno do mundo. Mas neste domingo, aos 40 anos, perdeu a vida após uma queda quando seguia a alta velocidade na sétima etapa, que ligava Riade e Wadi-al Dawasir, na Arábia Saudita.
Quando a equipa médica chegou ao local, às 10,16h, oito minutos depois de ter sido dado o alerta, Paulo Gonçalves já estaria inconsciente e em paragem cardiorrespiratória. Foi transportado de helicóptero para o Layla Hospital, onde a morte foi confirmada.
Quando a equipa médica chegou ao local, às 10,16h, oito minutos depois de ter sido dado o alerta, Paulo Gonçalves já estaria inconsciente e em paragem cardiorrespiratória. Foi transportado de helicóptero para o Layla Hospital, onde a morte foi confirmada.
"O helicóptero com a equipa médica chegou perto do motociclista às 10,16h e encontrou-o inconsciente depois de ter sofrido uma paragem cardíaca. Após esforços para o ressuscitar no local, foi levado para o Layla Hospital, onde infelizmente foi declarado o óbito", escreveu a equipa do Dakar na sua página na internet.
"É uma grande consternação, uma tristeza imensa. Quando morre um piloto já ficamos abatidos, agora tratando-se de um português e que ainda por cima eu conhecia bem... deram-me a notícia logo pela manhã, estava a sair do avião que me trouxe de Riade. Sabem que eu sou português.., a morte do Paulo é grande choque. É muito complicado recebermos uma notícia destas no meio do deserto", lamentou Pedro Melvill de Araújo, diretor do Rali da Madeira, que está no Dakar como comissário desportivo da Federação Internacional do Automóvel (FIA), na qualidade de presidente do Colégio de Comissários Desportivos, que recorda um piloto corretíssimo e uma referência para todos na modalidade.
"Ele era muito respeitado por todos os pilotos e era sempre um candidato à vitória nas motos. Era um piloto de causas, que mesmo sabendo das penalizações ajudava sempre os colegas em dificuldades. E foram muitos os exemplos ao longo das várias edições do Dakar. Infelizmente não conseguiu cumprir o sonho que sempre perseguiu, o de vencer um Dakar. Mas a sua lenda vai ficar para sempre. Será para sempre recordado como um piloto de nível mundial", acrescentou.
De acordo com Pedro Melvill de Araújo, a queda terá sido causada pelo terreno acidentado: "Não é nada de oficial ainda, mas o que se diz por aqui é que terá sido pela forma do terreno, um declive de areia ou algo do género. Foi uma queda muito forte, a alta velocidade, num terreno propício a isso. Ele terá perdido controlo da moto."
Jorge Viegas, presidente da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), soube da notícia logo pela manhã, através de um telefonema de David Castera, o diretor da prova. "Disse-me que o encontraram já morto. Foi em reta, o que é estranho. Não sabem o que aconteceu. Não posso estar mais triste. Era um piloto que eu adorava e que conhecia desde pequenino. Era um exemplo como piloto e como pessoa."
Foram várias as vezes em que Paulo Gonçalves, natural de Esposende, parou a sua moto para dar auxílio a outros pilotos que sofreram quedas. Um dos maiores exemplos foi na edição de 2016 do Dakar, quando assistiu Matthias Walkner.
"É uma grande consternação, uma tristeza imensa. Quando morre um piloto já ficamos abatidos, agora tratando-se de um português e que ainda por cima eu conhecia bem... deram-me a notícia logo pela manhã, estava a sair do avião que me trouxe de Riade. Sabem que eu sou português.., a morte do Paulo é grande choque. É muito complicado recebermos uma notícia destas no meio do deserto", lamentou Pedro Melvill de Araújo, diretor do Rali da Madeira, que está no Dakar como comissário desportivo da Federação Internacional do Automóvel (FIA), na qualidade de presidente do Colégio de Comissários Desportivos, que recorda um piloto corretíssimo e uma referência para todos na modalidade.
"Ele era muito respeitado por todos os pilotos e era sempre um candidato à vitória nas motos. Era um piloto de causas, que mesmo sabendo das penalizações ajudava sempre os colegas em dificuldades. E foram muitos os exemplos ao longo das várias edições do Dakar. Infelizmente não conseguiu cumprir o sonho que sempre perseguiu, o de vencer um Dakar. Mas a sua lenda vai ficar para sempre. Será para sempre recordado como um piloto de nível mundial", acrescentou.
De acordo com Pedro Melvill de Araújo, a queda terá sido causada pelo terreno acidentado: "Não é nada de oficial ainda, mas o que se diz por aqui é que terá sido pela forma do terreno, um declive de areia ou algo do género. Foi uma queda muito forte, a alta velocidade, num terreno propício a isso. Ele terá perdido controlo da moto."
Jorge Viegas, presidente da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), soube da notícia logo pela manhã, através de um telefonema de David Castera, o diretor da prova. "Disse-me que o encontraram já morto. Foi em reta, o que é estranho. Não sabem o que aconteceu. Não posso estar mais triste. Era um piloto que eu adorava e que conhecia desde pequenino. Era um exemplo como piloto e como pessoa."
O momento em que Paulo Gonçalves é assistido depois da queda que o vitimou na sétima etapa.
O austríaco era um dos favoritos à vitória, mas nem isso impediu o português de auxiliar o piloto da KTM. Paulo Gonçalves liderava a prova, nesse dia 9 de janeiro, mas mesmo assim optou por parar 10 minutos e 53 segundos. Não vendeu o Dakar, mas o gesto valeu-lhe o Prêmio Ética no Esporte, do Instituto Português do Desporto e Juventude.
"No Dakar o risco está sempre à espreita. Não sou um herói, sou um ser humano com respeito pelos outros. A nossa vida vale mais do que qualquer vitória, sem ela não vencemos. O espírito do Dakar é isso mesmo. Passamos muitas horas sozinhos, muitas vezes no deserto. Umas vezes ajudamos, noutras somos ajudados", disse na altura ao DN.
Neste domingo, Matthias Walkner fez questão de recordar esse gesto de desportivismo do português, numa mensagem deixada nas redes sociais em que surge ao lado de Paulo Gonçalves numa cerimónia de pódio. "É exatamente assim que te vou lembrar. RIP Campeão. Isto é horrível. Os resultados e a luta por um lugar no topo, de repente, não interessam nada! O Paulo era um veterano aqui. Ele parou e ajudou-me quando tive um acidente em 2016, era um atleta incrivelmente simpático, prestável e justo", escreveu o austríaco na rede social Facebook, lembrando que há alguns dias o português lhe disse que esta "seria a sua última temporada". Walkner termina a publicação com a frase: "É tão trágico, que nem sei o que dizer."
© FRANCK FIFE/AFP / Diário de Notícias / Nuno Fernandes
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