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quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Fernando Calmon: direção autônoma não chegará tão rápido quanto se espera e virá a conta-gotas




Coluna                        
Fernando Calmon 

Nº 1.078 — 02/01/20


MAIOR SEGURANÇA PODE VIR POR ETAPAS 



Embora os carros autônomos estejam entre as prioridades de vários conglomerados – de fabricantes de automóveis a sistemistas e empresas de tecnologia da informação –, é possível que alguns avanços tornem-se viáveis antes até de se conseguir uma homologação completa para ruas e estradas. Pesquisas em universidades têm contribuído para explorar pontos específicos e já alcançam resultados promissores.

Um exemplo vem do Massachusetts Institute of Technology (MIT), famosa academia particular americana fundada em 1861, na cidade de Cambridge daquele Estado. Em colaboração com a Toyota, o MIT desenvolve um modelo científico para ajudar a determinar quando é seguro avançar em cruzamentos, se a visão está obstruída por obstáculos como edificações e outros veículos.

Para tanto, avalia todos os fatores críticos, além dos visuais, como ruído do tráfego, velocidade dos carros e até o nível de atenção de outros motoristas. O sistema, então, pode sugerir parar, avançar ou só acelerar ligeiramente para captar e analisar mais dados. Exatamente como um motorista prudente reage em um cruzamento mais perigoso. Os sistemas atuais podem falhar quando a linha de visão de lidares (medidores de distância a laser) e câmeras é encoberta por barreiras físicas estáticas ou móveis.

Essa tecnologia assemelha-se à apresentada pela Nissan em janeiro de 2019, no salão CES, em Las Vegas, ainda em estágio inicial. Foi batizada de Invisible-to-Visible (Invisível-a-Visível, em tradução livre). O objetivo é o mesmo de aumentar a segurança especialmente em cruzamentos.

O sistema do MIT já foi testado por mais de 100 situações diferentes com veículos controlados remotamente em cidade cenográfica. As experiências envolvem carros totalmente autônomos e outros dirigidos por pessoas, porém assistidos pela tecnologia do instituto. O índice de sucesso tem variado entre 70% e 100%. Os pesquisadores planejam incluir novos fatores de risco entre os quais a simulação de pedestres no entorno.

Se tudo caminhar conforme o previsto, acidentes poderão ser evitados antes mesmo de se alcançar a segurança de nível mais alto que os veículos autônomos prometem. Conquistas parciais significam também preços mais acessíveis, como comprova o recurso de frenagem autônoma de emergência que já foi muito caro e começa a baixar de preço com o aumento de escala de produção em nível mundial.

Uma ideia mais simples para ajudar na segurança do trânsito uniu a Toyota e a empresa de previsão do tempo Weathernews. A iniciativa está sendo testada em três cidades do Japão: Tóquio, Osaka e Aichi desde novembro passado. Consiste em ampliar a conectividade dos veículos ao incluir informações de que os limpadores de para-brisa estão funcionando de modo contínuo.

Isso permite relatórios bem mais precisos e antecipados sobre chuvas e pistas escorregadias. Em geral radares meteorológicos são utilizados para previsão do tempo com alto grau de acerto. A Weathernews também recebe avisos de usuários das vias por meio da rede móvel de internet, mas depende da iniciativa de cada motorista. Ao automatizar o processo em tempo real, mais usuários poderão se beneficiar em especial quando as condições mudarem repentinamente. Ou seja, dá para monitorar até variações do microclima.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2

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