O Instituto SENAI de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs) e o Grupo Stellantis deram início a sua primeira parceria com foco na evolução tecnológica da indústria automotiva. Aprovado no programa Rota 2030, o projeto consistirá no desenvolvimento de uma solução tecnológica capaz de aprimorar a execução do plano operativo de montadoras de automóveis.
A criação e a validação da solução envolverão, além da planta responsável pela produção dos modelos Jeep Renegade, Jeep Compass, Jeep Commander e Fiat Toro, em Goiana, duas sistemistas que atendem à empresa, cujos processos produtivos estão diretamente vinculados ao da montadora: a Componentes de Módulos Plásticos (CMP) e a Componentes e Módulos Automotivos (CMA). Ao todo, o investimento somará mais de R$ 1 milhão, dos quais R$ 625 mil serão oriundos do Rota 2030. O custo restante será compartilhado entre a Stellantis e as demais empresas participantes do projeto.
“A Stellantis é uma empresa voltada para a inovação e o futuro da mobilidade. Esta parceria soma talentos e competências, sendo capaz de acelerar e ampliar nossos resultados na busca de soluções inovadoras”, ressalta Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América Latina.
"O Instituto SENAI de Inovação é um parceiro que tem desenvolvido soluções de grande impacto", afirma João Irineu Medeiros, responsável por Regulamentação e Compliance da Stellantis. "Estabelecer parcerias com instituições de alta capacidade de desenvolvimento é uma estratégia da Stellantis para acelerar a inovação, através da atração de competências. As parcerias representam a forma mais dinâmica e moderna de enfrentar os grandes desafios que a indústria da mobilidade tem que superar agora e no futuro", acrescenta.
Por meio dessa parceria, o ISI-TICs irá desenvolver um software capaz de auxiliar na resolução de um desafio comum nas plantas automotivas que fabricam mais de um tipo de produto, como é o caso da fábrica pernambucana da Stellantis: a necessidade constante de ajustes no plano operativo para cumprir com a meta estabelecida de produção. “A proposta é que essa solução seja testada na fábrica da Stellantis, na CMA e na CMP para homologação e, depois, que seja disponibilizada para toda a cadeia automotiva brasileira. Assim, o projeto irá alavancar a eficiência de todo o setor”, explica o gerente de Negócios do ISI-TICs, Ernani Azevedo. O projeto será desenvolvido ao longo dos próximos 12 meses e reunirá tecnologias como inteligência artificial, aprendizagem de máquina, big data e análise de dados.
O desafio apresentado pela Stellantis foi um dos vencedores do último ciclo do edital Aliança Automotiva, uma das categorias previstas pelo Programa Alavancagem de Alianças para o Setor Automotivo (A3), o programa prioritário desenvolvido pelo SENAI Nacional dentro do Rota 2030. Nesta categoria, são contemplados desafios propostos pelas indústrias automotivas que também estejam presentes em toda a cadeia, o que possibilita a disseminação da solução desenvolvida. A parceria com um dos institutos mantidos pelo SENAI é uma das exigências do edital.
O projeto contará, ainda, com a participação da Maltic, start-up pernambucana que atua junto à indústria tanto com consultorias em tecnologias de mercado quanto no desenvolvimento de soluções customizadas. Além de participar do co-desenvolvimento da solução, o papel da empresa será atuar como fornecedora da solução para toda a cadeia automotiva do País.
ROTA 2030 - O Rota 2030 é um programa criado pelo Governo Federal que define regras para a fabricação e a comercialização de automóveis no Brasil nos próximos anos, incluindo metas de aportes em Pesquisa e Desenvolvimento. Para viabilizar recursos, as montadoras poderão direcionar a alíquota de 2% que seria paga sobre a importação de peças sem equivalente no Brasil para um fundo, gerido por cinco entidades – entre elas, o SENAI – que irão executar os projetos prioritários. A expectativa é arrecadar, até 2024, R$ 1 bilhão para o investimento em inovação.
Institutos SENAI de Inovação - A Rede de Institutos SENAI de Inovação foi criada para atender as demandas da indústria nacional. Ela tem como foco de atuação a pesquisa aplicada, o emprego do conhecimento de forma prática, no desenvolvimento de novos produtos e soluções customizadas para as empresas ou de ideias que geram oportunidades de negócios. Os institutos trabalham em conjunto, formando uma rede multidisciplinar e complementar, entre si e em parceria com a academia, com atendimento em todo o território nacional.
A rede é composta por 26 Institutos SENAI de Inovação. Desde a criação, em 2013, mais de R$ 1,2 bilhão foram mobilizados em 1.332 projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). A estrutura conta com mais de 930 pesquisadores, sendo que cerca de 52% possuem mestrado ou doutorado. Por serem reconhecidos como Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT), os Institutos SENAI de Inovação possuem acesso a diversas fontes de financiamento não-reembolsáveis para projetos de PD&I. Atualmente, 15 institutos compõem unidades EMBRAPII e possuem acesso direto a recursos para financiamento de projetos estratégicos de pesquisa e inovação.
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