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terça-feira, 11 de junho de 2019

Avaliação - Harley Davidson FXFB FAT BOB 2019



Fotos: Eduardo Motoca (http://vivocommoto.com.br/

Seu nome completo é Harley Davidson FXFB FAT BOB ou poderia ser chamada também de moto do apocalipse Zombie, ela pertence à família Softail (Street Bob, Softail Slim, Fat Bob, FatBoy, Breakout, Deluxe e Heritage Classic). Seu visual agressivo, rebelde e seu porte impõe respeito e mostram logo sua personalidade. 


Apresentada no Salão Duas Rodas em 2017 (eu estava lá) despertou paixões, mas também percebi que torceu alguns narizes dos mais conservadores. Além do bonito o farol de led que lembra um robô de desenho animado e ilumina muito bem, outros itens também chamam atenção, os para-lamas curtos, seu bonito escapamento 2-1-2 com curvas douradas e as ponteiras em aço escovado, seus enormes pneus montados em rodas de liga de alumínio, o motor em preto fosco com detalhes cromados na medida certa sem exageros, os para-lamas curtos e o suporte de placa preso pela suspensão dão o toque de exclusividade. 



A moto disponibilizada gentilmente pela Harley Davidson do Brasil ao VivoComMoto e Carpoint News é modelo 2019 equipada com o “motorzão” Milwaukee Eight 107 (1075cc) V-Twin com ângulo de 45 graus entre os cilindros, novo cabeçote com 4 válvulas por cilindro, duas de admissão e duas de escape por cilindro. 

São 14.9 kgfm de torque a 3.000 rpm, dá impressão de conseguir puxar um barco amarrado, mas isso não a deixa bruta na condução. O nome do motor vem de Milwaukee (sede da Harley) e Eight (quatro válvulas por cilindro). 

O motor conta com sistema EITMS (Engine Idle Temperature Management System) sistema este que gerencia a temperatura do motor em marcha lenta, quando a moto está parada sem aceleração (marcha lenta a menos de 1.200 rpm) velocidade menor que 2 Km/h ou atinge mais de 140 graus, o sistema para de injetar combustível no cilindro traseiro que então faz o papel de “bomba de ar” auxiliando sua refrigeração, assim que o acelerador é acionado ele volta à sua normalidade. 


Em nossa medição durante o teste (cidade e estrada) a moto fez em média 25,3 km/litro, respeitando sempre o limite de velocidade da via rodamos 887 Km o que é uma média excelente pelo seu porte e proposta. 



Após regular os retrovisores que acompanham o design e são bastante funcionais, não vibram atrapalhando a visão, acordei o “motorzão” somente com um toque no botão de start, sem chave, pois ela conta com sistema “keyless” e que delicia de som. O sorriso tomou conta do meu rosto, me ajeitei em seu banco que é muito confortável e fui para rua saindo direto na marginal Pinheiros no horário de pico com muito trânsito o que é normal aqui em sampa. 



Pensei logo que iria sofrer um pouco com uma moto de mais de 300 kg com seu guidão largo, mas para minha enorme surpresa ela fica extremamente leve e ágil, andando bem no meio dos carros, ela não é de forma alguma agressiva e seu motor entrega a potência de forma linear progressiva, ou seja é possível andar em primeira marcha sem solavancos, é claro que ela não esterça muito como uma urbana mas dá conta do recado, e se o corredor for bem fechado ela não passa, aí é só esperar atrás dos carros, mas nada que tire o prazer de pilotar esse “mamute”.

Sim, ela esquenta ainda mais no anda e para, mas é uma característica desse tipo de motorização, o calor que emana do motor, que não é assimétrico em relação ao quadro ficando mais saliente do lado direito pode até incomodar, principalmente quando se fica “preso” no trânsito, mas na estrada com ela em movimento constante não incomoda. 




Estranhei um pouco a posição de pilotagem com os pés bem à frente (estou acostumado com nakeds) mas depois de pouco tempo, esta posição lhe dá um conforto que mesmo andando muito, no fim do dia não sente dores nas costas e braços. O assento está a 710 mm do chão o que deixa o piloto de estatura baixa com os pés bem apoiados dando mais segurança nas manobras, claro que exige uma certa força nas pernas.

O chassi foi melhorado em relação ao modelo anterior e está 15 Kg mais leve além de ter melhorado cerca de 65% sua rigidez. Um detalhe bem legal, no quadro da moto existe uma porta USB que pode ser utilizada para carregar seu celular com a moto parada, um mimo muito útil.

As suspensões são firmes e dão conta do recado, mesmo passando por ondulações e buracos, não chegaram ao fim do curso e não senti em nenhum momento aquela porrada na coluna. Na dianteira são invertidas Showa Dual Bending Valve (SDBV) do tipo cartucho com 43 mm e na traseira mono-amortecida com amortecedor escondido sob o banco que pode ser regulada em 5 posições num prático manipulo. Testei nas posições 3 (médio) 5 (mais dura) e 1 (mais mole) e a que mais me agradou foi a 3 mesmo, pois me deu conforto e firmeza na pilotagem. 




Como sempre tivemos o privilégio de pilotar na chuva, digo privilegio pois conseguimos avaliar a moto sob todas as condições, com a pista bem molhada me senti seguro, os pneus de perfil alto medidas 150/80-16,71 dianteiro e traseiro 180/70B16,77 da marca Dunlop são bons e não passei por nenhum susto, mesmo quando fui “fechado” na avenida 23 de maio, tive que mudar de trajetória rápido, enfim…isso acontece. 



Os freios ótimos e que atuam de forma progressiva tem ABS de série, sendo dois discos de 4 pistões na dianteira e disco simples de 2 pistões flutuantes na traseira. O painel é minimalista, contém o necessário (Tacômetro analógico de 4 polegadas com velocímetro, indicador de marcha, odômetro, nível de combustível, indicador de consumo de combustível e odômetro parcial digitais), confesso que apesar de muito bonito e com excelente acabamento achei ruim o fato de ter que olhar para baixo toda vez que se quer ler as informações, principalmente se o sol estiver batendo diretamente. Toda a fiação e cabos estão escondidos dentro do guidão, mantendo um visual limpo e espartano. 



No fim de semana coloquei a Fat Bob na estrada que é “sua praia”, uma moto incrível, a tocada é gostosa demais, suas suspensões passam segurança e nas curvas tem que se tomar um certo cuidado pois com os grandes pneus ela as vezes teima em não inclinar mas percebi que é coisa de costume, depois de algum tempo você já se sente à vontade, tome cuidado para não deitar muito pois ela vai raspar a pedaleira com certeza. 

O destino inicial era a cidade de Monteiro Lobato distante 129km da capital, na qual o escritor de mesmo nome era proprietário de uma fazenda que aparece em seus livros, rodando pela SP 50 são quase 70 km de curvas torneando a serra, hora com arvores cobrindo o caminho, hora um rio ao lado, a moto desfilava e deslizava no asfalto com maestria. Fique muito esperto e tenha atenção com a vegetação que cai na pista pois, você pode escorregar em um galho, por exemplo. 



Segui em frente e acabei indo até São Francisco Xavier que é outra cidade muito agradável, cheia de cachoeiras e atrativos de aventura. Vale a pena almoçar na padaria e restaurante Vale Verde, comida caseira gostosa e barata. Após um passeio pelas pacatas ruas da cidade, retornei a sampa pilotando mais 170km até em casa, mesmo com esse dia cheio não me senti cansado, pelo contrário muito feliz e animado, pronto para outra aventura. 



Resumo
A moto é excelente para viagens, tem uma autonomia de cerca de 320km (respeitando o limite das vias) que casa muito bem com um descanso a cada 2 horas e meia por exemplo, dando conta de uma viagem muito maior sem sentir o peso no corpo, o assento confortável e a posição ajudam muito. Na cidade ela tem a dificuldade de uma moto de seu porte, vai bem nos lugares mais abertos e sofre no trânsito travado, mas em resumo é um “motão”.

É comercializada nas concessionárias da marca com valores a partir de R$ 65.900,00 na versão 107 com motor 1.745 cm³ nas cores (Vivid Black, Black Denim, Red Iron Denim e Bonneville Salt Denim) e R$ R$ 72.900,00 na versão 114 com motor 1.868cm³ nas cores Vivid Black, Black Denim, Red Iron Denim, Bonneville Salt Denim e Industrial Gray Denim).



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