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sábado, 29 de junho de 2019

Brasil cai para a 116ª posição no ranking do países mais seguros, enquanto Portugal para onde os brasileiros estão imigrando em grande número se fixa entre as três nações mais seguras do mundo





Por Arnaldo Moreira

Enquanto o Brasil caiu 10 posições no ranking dos países mais seguros e pacíficos do mundo, ocupando o 116° lugar entre 163 nações, Portugal para onde um elevado número de brasileiros está se mudando é o terceiro mais seguro do planeta, atrás da Islândia e da Nova Zelândia, tendo evoluído muito significativamente, ano a ano, na redução da criminalidade geral e violenta, enquanto o Brasil amargou a quinta maior queda entre 2018 e 2019, com nove indicadores se deteriorando e apenas um melhorando, ficando à frente somente de Colômbia e Venezuela.

Os dados, divulgados em Londres, são do 13º relatório anual do Índice Global de Paz (GPI) 2019, elaborado pelo Instituto para Economia e Paz sediado em Sydney, Austrália, que aponta a Europa como a região mais pacífica do mundo, registando uma ligeira melhora, e a área do Oriente Médio e Norte de África a menos pacífica e segura.

Pelo menos o estudo mostrou um dado o positivo: o nível médio de paz global melhorou ligeiramente, pela primeira em cinco anos. A pontuação média de cada país melhorou em 0,09%, com 86 países melhorando e 76 registrando agravamento. No total, 22 dos 36 países europeus registaram melhorias no GPI de 2019 face ao ano anterior.

O Brasil registou ainda uma alta de 11% no impacto do terrorismo – em parte devido ao ataque a figuras políticas, entre elas o próprio Bolsonaro, atingido por uma facada em setembro de 2018, durante a corrida presidencial – e uma deterioração de 12,5% no crime violento.

O instituto também registou que a Islândia continua a ser o país mais pacífico do mundo, posição que ocupa desde 2008, e o Afeganistão é agora o país menos pacífico, substituindo a Síria.

Já o Brasil sentiu uma alta de 11% no impacto do terrorismo – em parte devido ao ataque a figuras políticas, entre elas o próprio Bolsonaro, atingido por uma facada em setembro de 2018, durante a corrida presidencial – e uma deterioração de 12,5% no crime violento.

De acordo com o GPI, o Butão registou a maior melhoria de qualquer país no “top 20”, subindo 43 lugares nos últimos 12 anos. Os últimos lugares da lista são ocupados pelo Iraque (159), o Iémen, o Sudão do Sul, a Síria e o Afeganistão (163). É o primeiro ano, desde o início do índice, que o Iémen foi classificado entre os cinco países menos pacíficos.

O Índice de Paz Global (GPI, na sigla em inglês), produzido pelo Instituto de Economia e Paz, classifica 163 países de acordo com 23 indicadores qualitativos e quantitativos de paz.

O GPI cobre 99,7 por cento da população mundial e mede o estado de paz usando três domínios temáticos:, o nível de segurança social, a extensão do conflito interno e internacional e o grau de militarização de cada país.

Além de apresentar os resultados do GPI deste ano, o atual relatório inclui a análise das tendências da chamada ‘Paz Positiva’: as atitudes, instituições e estruturas que criam e sustentam sociedades pacíficas.

No GPI 2019, 86 países melhoraram o seu índice de paz, enquanto que em 76 países este deteriorou-se. A maior melhoria foi registrada no indicador ‘Militarização’, com 98 países a registar melhorias na paz.

A segurança também melhorou ligeiramente com base em reduções substanciais de terrorismo político e refugiados e deslocados internos. No entanto, estas melhorias foram infelizmente compensadas com o aumento de criminalidade e encarceramento.

Foram 92 os países que melhoraram as suas pontuações no impacto do terrorismo, mantendo uma tendência dos últimos cinco anos que começou após as mortes por terrorismo que atingiram o pico em 2014. No entanto, a pontuação média do terrorismo deteriorou-se devido a um grande aumento do seu impacto em alguns países.


Europa é a região mais pacífica do mundoA Europa continua a dominar o topo do índice, representando 17 dos 25 países mais pacíficos. A região mais pacífica do mundo tornou-se ainda um pouco mais pacífica, em média. Em 22 dos 36 países da Europa, o índice de paz subiu. Apenas a Turquia, em 152º lugar, está classificada entre os 50 países menos pacíficos.

A maioria dos aspectos associados ao domínio ‘Segurança’ melhorou, especialmente o terror político e o impacto do terrorismo.

A maioria dos países da Europa, para além da Turquia, registam níveis baixos de ‘terror’, onde se inclui prisão política, desaparecimentos e tortura. As pontuações pioraram para este indicador em apenas quatro países, enquanto nove melhoraram.

Outra boa notícia é que houve redução no impacto do terrorismo em 24 países, em 2019, entre eles Chipre, Bósnia e Herzegovina, Grécia, Espanha, Dinamarca e Turquia – mesmo assim este país tem o pior índice de terrorismo na Europa. Apenas oito países registaram aumentos no terrorismo, incluindo os Países Baixos, a Letônia, a Polônia, a Noruega e a Sérvia.

Tréguas de quadrilhas
Sobre o Brasil, o relatório afirma que "foi quebrada uma trégua entre as organizações criminosas dominantes no final de 2016, resultando no restabelecimento dos combates, que provocaram cerca de 250 mortes no ano seguinte".

O texto cita ainda que "vários grupos no Norte do Ceará renovaram as tréguas entre eles, para se unirem em ataques contra as forças de segurança e infraestruturas públicas". A violência decorrente do tráfico de drogas também é um dos motivos destacados no relatório.

As eleições de 2018, marcadas pela chegada à Presidência de Jair Bolsonaro, culminaram num ciclo de intensa polarização política entre esquerda e direita, que segue em 2019 e "deverá aumentar ao longo do ano", prevê o instituto.

"A implementação pelo presidente Bolsonaro de leis restritivas no domínio da justiça e segurança, a par da reforma do sistema de pensões, deverá fazer aumentar as tensões ao longo do ano", estima o relatório.

Em nível mundial, ligeira melhoraNo geral, o IGP de 2019 revela que o nível médio de paz mundial melhorou pela primeira vez em cinco anos, mas o mundo continua um lugar menos pacífico do que há uma década.

Desde 2008, a paz global deteriorou-se em cerca de 3,78%, embora este ano tenha registado uma ligeira melhora de 0,09% em relação ao anterior, devido à "redução na gravidade de vários conflitos, que levaram a um menor número de mortes e a uma diminuição do impacto do terrorismo".

"Enquanto os conflitos que dominaram nos últimos dez anos, como os do Iraque e da Síria, começaram a diminuir, outros se intensificaram no Iêmen, na Turquia e na Nicarágua", apontou o presidente do instituto, Steve Killelea.


A Europa melhorou no ano passado e permaneceu como a região mais pacífica do mundo, com 22 dos 36 países avançando na lista.

A Islândia continua sendo o país mais pacífico do planeta – no topo da lista desde 2008 –, seguida por Nova Zelândia, Áustria, Portugal e Dinamarca. A Alemanha ficou em 22º lugar no ranking, quatro posições abaixo do que no ano passado.

O Afeganistão é o país menos pacífico, substituindo a Síria, que agora está em penúltimo lugar. Sudão do Sul, Iêmen e Iraque fecham a lista dos cinco países mais problemáticos. Desde o início do IGP – que está em sua décima terceira edição –, é a primeira vez que o Iêmen ocupa uma das cinco piores posições, devido ao agravamento do conflito armado em certas áreas do país.

A Nicarágua, por sua vez, foi o Estado que mais piorou o nível de paz, caindo 54 postos em relação ao ano anterior. O país foi alvo de intensos protestos ao longo do último ano, que deixaram mais de 300 mortos, centenas de presos e mais de 60 mil exilados, segundo dados de organizações humanitárias.

O impacto econômico da violênciaUm dos pontos-chave do relatório, segundo Steve Killelea, foi a redução do impacto econômico da violência pela primeira vez desde 2012, com US$ 14,1 trilhões, o que equivale a uma queda de 3,3%

No Brasil, incluindo gastos diretos e indiretos, o custo da violência superou US$ 297 bilhões (cerca de R$ 1,15 trilhão) – o que significa aproximadamente 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O documento mostra que os países com altos níveis de paz têm, em média, um crescimento do PIB três vezes maior do que os menos pacíficos. Nos 10 países menos pacíficos, a média do custo econômico da violência foi equivalente a 35% do PIB, em comparação com apenas 3,3% nos países menos afetados pela violência.



Síria, Afeganistão e República Centro-Africana tiveram os maiores custos econômicos decorrentes da violência, com porcentagem do PIB equivalente a 67%, 47% e 42%, respectivamente.

O estudo também analisa o impacto das mudanças climáticas na segurança, com uma estimativa de 971 milhões de pessoas vivendo em áreas com alta exposição às ameaças desse fenômeno, das quais 400 milhões residem em países com baixo índice de paz.

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