A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apresentou um estudo que mostra a evolução da indústria, dos produtos e do mercado automotivo na década passada.
Dezembro foi o melhor mês em licenciamentos desde dezembro de 2014. O ano fechou com recorde de licenciamentos de autoveículos no último mês (262,6 mil unidades), melhor resultado mensal desde os 370 mil de dezembro de 2014.
Foi também a melhor média diária de vendas em seis anos, com 13.173 unidades. Com essa forte reação no segundo semestre, o Brasil fechou o ano com 2,57 milhões de autoveículos licenciados, o que deve levar o País a saltar da 8ª para a 6ª posição no ranking global, superando França e Reino Unido.
Os números de fechamento dos outros países ainda são provisórios, mas tudo indica que o Brasil só ficará atrás de mercados como China, EUA, Japão, Alemanha e Índia. 2019: mercado interno impulsionou alta de 2,3% na produção.
Todos os indicadores da década passada revelam um tombo sem igual nas vendas e na produção a partir de 2015. Os números do Banco Central do Brasil mostram que sem o socorro das matrizes, muitas montadoras poderiam sucumbir à longa recessão da segunda parte dos anos 2010.
No total, houve um ingresso líquido de US$ 24,1 bilhões para que os fabricantes conseguissem investir em produtos, tecnologias e modernizações, mesmo numa fase de grandes prejuízos.
Segundo Moraes, os números contrastantes de faturamento e investimento indicam que as montadoras honraram seus compromissos de reduzir as emissões, melhorar a eficiência dos motores, e ao mesmo tempo aumentar o nível de segurança, comodidade e conectividade de seus produtos.
O licenciamento de autoveículos em 2019 registrou aumento de 8,6% em relação a 2018. Com isso, o mercado interno foi o grande responsável pelo crescimento de 2,3% na produção acumulada do ano, apesar da baixa de 31,9% nas exportações provocada pela aguda crise argentina.
“Devemos comemorar esses números, que mostram uma consistente recuperação do setor pelo terceiro ano consecutivo”, afirmou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
Já o setor de máquinas agrícolas e rodoviárias teve recuo de 8,4% nas vendas e de 19,1% na produção, com alta de 1,5% nas exportações. Para o setor de máquinas, a Anfavea projeta crescimento de 5,4% na produção e de 2,9% nas vendas.
Com esse aquecimento do mercado interno, a indústria automobilística espera produzir 7,3% mais veículos que em 2019, mesmo com uma retração nas exportações estimada em 11%.
A Anfavea também apresentou suas estimativas para o setor neste ano. A entidade prevê aumento de 9,4% no licenciamento de autoveículos, índice maior que o de 2019, e mais relevante ainda dada a maior base de comparação do ano anterior.
“Vale ressaltar que absorvemos a queda de produção tentando preservar os empregos em nossas fábricas na medida do possível. A redução das vagas em nosso setor foi muito menor do que o tombo do mercado.”
Além de uma grande recessão, a indústria nacional enfrentou desafios comuns a todo o setor automotivo global, que é a mudança dos hábitos de consumo de mobilidade. De acordo com levantamento da Anfavea, o Brasil já tem 253 aplicativos de transporte, fenômeno que impacta a forma de venda de veículos.
“Várias empresas terceirizam suas frotas, muitos motoristas de aplicativos usam carros de locadoras, e assim esse canal de vendas torna-se fundamental para o setor automotivo”, explica o presidente da Anfavea. Na visão de Moraes, a década conturbada que se passou deixa várias lições para que a indústria e o Brasil enfrentem os grandes desafios dos próximos 10 anos.
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