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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

A era ESG da nova mobilidade orientada a tecnologia e aos créditos de carbono





*Por Guilherme Cavalcante


A mobilidade futurista sempre foi explorada nos filmes, nas séries, nos desenhos animados e agora no nosso dia a dia. Essas histórias de ficção estão virando realidade como os recém-lançados projetos de carros voadores da coreana Hyundai (Supernal) e da brasileira Embraer (EVE), ambos elétricos e autônomos, que até 2028 estarão em teste como solução de mobilidade em cidades como Dubai, Nova Iorque e Shanghai. A indústria da nova mobilidade deve apostar em modelos cada vez mais autônomos e elétricos com base em tecnologias pensadas localmente, 5G e blockchain.


O cenário futurista é também mais consciente. As novas tecnologias são desenvolvidas com maior responsabilidade no impacto ambiental. E o consumidor tem evoluído nesse sentido. Apenas no mercado brasileiro, a venda de carros elétricos cresceu 77%, em 2021, com recorde de mais 34 mil modelos comercializadas, destes 4.545 vendidos no mês de dezembro, equivalente a um aumento de 133% comparado com o mesmo período do ano anterior, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).


As questões ambientais influenciam e transformam as transações financeiras com pegada ESG. As criptomoedas, por exemplo, estão se popularizando ao redor do mundo, com NFTs e também chegam ao mercado de crédito de carbono, hoje negociados por criptomoedas, denominadas como tokens de carbono. Tema esse presente entre os principais projetos para redução de gases de efeito estufa na atmosfera. De acordo com a consultoria WayCarbon, o Brasil pode gerar entre 493 milhões e 100 bilhões de dólares em créditos de carbono até 2030.


A mudança no hábito de consumo está presente, ainda, na forma de locomover. É cada vez maior o número de pessoas que preferem compartilhar veículos ou pegar caronas. Observa-se uma tendência maior entre os jovens. E abre-se uma oportunidade para novos negócios como os veículos por assinatura digital e compartilhamento, o carsharing. Um serviço no qual o usuário pode utilizar o veículo apenas pelo tempo que alugou e depois devolvê-lo em uma base, similar ao aluguel de carros tradicional. Dados da World Resources Institute (WRI), apontam que pelo menos 5 milhões de pessoas no mundo já utilizam esse sistema.


Outro estudo, realizado pela Shared Mobility, da Universidade da Califórnia, indica que o carro compartilhado retira, em média, de nove a 13 automóveis das ruas. A pesquisa também mostra que 25% dos usuários de carsharing venderam o seu veículo e outros 25% adiaram a compra de um novo carro. Este método, além de sustentável, também tem como grande benefício a diminuição na frota de veículos rodando nas ruas, ajudando a otimizar os tempos de deslocamentos e reduzir o fluxo de trânsito, aumentando espaço para mais ciclofaixas, por exemplo.


O fato é que a mobilidade urbana, ou o meio como vamos nos locomover nas cidades, segue em transformação exponencial e a mobilidade elétrica orientada a dados chegou para ficar. Ainda temos um longo caminho a percorrer para alcançar padrões internacionais de investimentos e incentivos governamentais, porém, o ecossistema de empreendedorismo tecnológico brasileiro está borbulhando, é hora de criar e surfar novas ondas de oportunidades.


*Guilherme Cavalcante é CEO e fundador do app UCorp.app, startup referência em soluções para mobilidade elétrica, eleita pelo Estadão "TOP100 Empresas mais influentes em 2021" e integrante do Smart Hub Mobility do Cubo Itaú. O executivo tornou-se especialista em desenvolver modelos de negócios e produtos digitais com foco em mobilidade em 2018. Guilherme é formado em formado em Tecnologia e Mídias Digitais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), e possui pós-graduado em Design de Projetos Especiais pela BAU-Barcelona e Inteligência de mercado pela Universidade de São Paulo (USP).


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