Coluna Fernando Calmon
Nº 1.213 — 11/8/22
Picape Gladiator sem rivais
nas trilhas mais difíceis
Na outra ponta, a das
picapes importadas pesadas, a Ram comprova que existe uma demanda limitada pelo
preço, mas atende tanto a quem deseja ter um veículo diferente quanto a quem
prosperou com o agronegócio. Por isso Ford F-100 e Chevrolet Silverado serão
importadas em 2023.
A Jeep, no entanto, saiu
na frente com a estreia da Gladiator, picape para quem gosta de trilhas pesadas
e tem bastantes recursos financeiros. Chega na versão única Rubicon por R$
499.990 (São Paulo, R$ 515.913) apenas com motor 3,6-L, V-6, gasolina, de 284
cv e 35,4 kgf.m, associado ao câmbio automático de oito marchas. A marca a
define como “primeira picape parcialmente conversível do mundo” pela
possibilidade de remover o teto, além de rebater o para-brisa e até retirar as
portas para quem gosta de estar bem perto da natureza.
No entanto para rodar
em ruas e estradas é necessário ter o para-brisa na posição original, usar portas
tubulares e espelho retrovisor fixável na coluna dianteira. Esse kit faz parte
de acessórios vendidos à parte, como no Wrangler. No interior a central
multimídia reproduz imagens da câmera frontal com linhas de grade para
mostrar o caminho à frente dos pneus, incluindo lavador integrado.
A distância entre
eixos de 3,49 m garante espaço de sobra para quem viaja no banco traseiro. O
visual externo um tanto bruto é dominado pelos 5,59 m de comprimento e uma caçamba
relativamente pequena de 1.000 litros. Carrega só 654 kg – menos do que uma
Fiat Strada Endurance. Ponto forte está na capacidade de reboque acima de três
toneladas, ideal para tracionar trailers.
O que garante seu bom
desempenho no uso fora de estrada e enfrentar desafios para valer são os bons
ângulos de ataque (43°), de rampa (20°) e saída (26°), além dos 27 cm de vão
livre em relação ao solo. Para superar obstáculos, a Gladiator tem tração nas
quatro rodas com bloqueio dos diferenciais dianteiro e traseiro, caixa de
redução de 4:1 e barra antirrolagem dianteira com desacoplamento eletrônico para
ampliar o curso da suspensão em até 30% fundamental em situações mais difíceis.
Polo 2023 terá faróis de LED matriciais
Previsto para iniciar
vendas entre outubro e novembro, o Polo terá como principal novidade os faróis de
LED de série desde a versão básica (com motor de 1 litro turbo um pouco mais potente
do que o descontinuado up!), uma exclusividade entre os hatches compactos fabricados
no Brasil. DRL (luzes de rodagem diurna) também serão em LED, mas as lanternas
não foram citadas pela VW.
Em comparação ao
tradicional sistema de lâmpadas halógenas o fluxo luminoso é 50% maior e
alcança mais de 130 metros (85% superior). Durabilidade 25 vezes maior indica
que não precisará de troca ao longo da vida útil do carro, além de proporcionar
uma pequena redução de consumo de combustível e por conseguinte na emissão de
CO2.
A empresa deu um
passo à frente na versão esportivada GTS (motor 1,4-L TSI) com faróis de LED
matriciais batizados de IQ. Light Matrix. Inclui câmera frontal no para-brisa,
sensor na grade, dois canhões de luz e DRL duplo, sistema encontrado apenas em
carros de categoria superior. Os faróis altos detectam o veículo à frente e no
sentido oposto, apagando e acendendo diferentes trechos iluminados para não incomodar
ou ofuscar outros motoristas.
Trata-se de evolução
importante do sistema usado no Taos e em outros modelos que ao avistar um carro
à frente apenas comuta faróis altos e baixos automaticamente.
ALTA RODA
Produção brasileira
de veículos leves e pesados reagiu em julho e foi a maior do ano (219.000
unidades), apesar das paradas técnicas por falta de componentes. Ainda assim,
no acumulado de 2022 ficou 0,2% menor que os sete primeiros meses de 2021. As
vendas (nacionais e importados) com média diária de 7.900 unidades foram as
melhores deste ano, embora concentradas na entrega para locadoras. Anfavea
prevê que a produção reagirá mais rápido do que o esperado pois as exportações
continuam a crescer graças à desvalorização do real. O principal cliente, a
Argentina, mantém-se uma incógnita nos próximos meses.
Situação de oferta no
mercado interno permanece pressionada. Estoques totais subiram de 24 para 25
dias (10 dias menos do que o normal) e concentrados em modelos de maior valor
agregado. Juros altos e crédito seletivo são obstáculos. Houve inversão no mix
de vendas: 65% à vista e 35% financiadas. Em 2020 o cenário era de 20% à vista
e 80% no crediário. Para a comercialização este ano igualar 2021 exigiria que o
volume de veículos leves e pesados vendidos mensalmente passasse das 8.700
unidades diárias em média para 9.500 até dezembro.
Ressalva: no recente
Brazil Classics Kia Show, em Araxá, os modelos dos anos 1980 premiados foram
entre os nacionais o Alfa Romeo 2300 TI 1986, de Emanuel Sweibil e dos
importados o Lamborghini Countach 1989, de Erick Freitas.
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