Coluna Fernando Calmon
Nº 1.305 — 14/6/2024
Mover, finalmente aprovado,
põe o País no caminho certo
Trâmite tortuoso e
difícil, depois de idas e vindas entre Câmara dos Deputados e Senado Federal, porém
terminou aprovado o Mover (Programa de Mobilidade Verde). Grandes centros
econômicos mundiais já tinham avançado nas opções de mobilidade limpa futura. O
Brasil até que não se atrasou tanto e nos próximos cinco anos os incentivos
fiscais vão somar 19,3 bilhões. As fabricantes já garantiram pelos menos R$ 130
bilhões de investimentos em pesquisa e desenvolvimento para atender não apenas
o Mover, mas também as novas exigências de segurança ativa e passiva já
estabelecidas por lei.
Antes do Mover, a
indústria já cumpriu o Inovar-Auto (2012-2017) e o Rota 2030 (2018-2023), mas a
exigência agora será bem maior e inclui veículos leves e pesados. O principal
avanço está no cálculo de emissões de gás carbônico (CO2), agora do
poço à roda, que mede a eficiência ambiental do combustível desde o
início de sua produção. Na Europa, por exemplo, o cálculo só é feito do motor à
roda, que esconde a fraqueza do continente em sua matriz energética com altas
emissões daquele gás de feito estufa.
Aqui 27% de etanol (que capta 80% do CO2 no seu processo agroindustrial) é misturado à gasolina e
mais 30% são usados diretamente nos motores. No total, veículos leves ajudam a
diminuir em 55% os efeitos deletérios do CO2. Nenhum país chega
perto desses resultados. Com o avanço da hibridização nos próximos anos os
ganhos serão ainda maiores
Segundo o Ministério
do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a partir de 2027 haverá
medição da pegada completa de carbono dos veículos vendidos no Brasil, numa classificação
conhecida como do berço ao túmulo.
Toyota vai quase dobrar fábrica de Sorocaba (SP)
O primeiro
brasileiro a assumir a presidência da filial da Toyota, Evandro Maggio, espera
que no máximo em dois anos esteja pronta a ampliação da sua unidade mais
moderna em Sorocaba (SP). A marca japonesa está investindo R$ 11 bilhões no
Brasil até 2030. Uma das prioridades é a fabricação local dos conjuntos híbridos
plenos que estão nos Corolla e Corolla Cross, hoje totalmente importados.
Maggio adiantou que
todos os modelos nacionais terão oferta de híbridos flex até 2026 e para isso
não descarta a produção local de baterias. “Fomos pioneiros e 40% das vendas
atuais do Corolla Cross são de híbridos flex. Os concorrentes só agora se
movimentam nessa direção”, afirmou. Ele elogiou o programa Mover que equilibrou
melhor a concorrência. “De tempos em tempos é preciso fazer mudanças em termos
de tributos e incentivos para ter igualdade nas condições de mercado”, lembrou.
Embora o executivo
não tenha confirmado, é dado como certo que Yaris Cross será o produto
principal em Sorocaba. A unidade terá praticamente dobrada a área construída. Ele
confirmou que a fábrica de motores em Porto Feliz (SP) terá sua capacidade ampliada
em quase um terço e fica a menos de 30 km de distância. Espera ainda que boa parte
do pessoal empregado na unidade de Indaiatuba (SP), em processo de fechamento,
possa aceitar a transferência para Sorocaba distante 60 km por boas estradas.
Quanto às notícias
sobre o interesse da recém-chegada chinesa Neta em produzir no Brasil e que uma
opção poderia ser as instalações em Indaiatuba, o diretor de Comunicação da
Toyota, Roberto Braun, admitiu que existem sondagens de alguns grupos. “A
partir do próximo ano, negociações podem ser abertas. Contudo, não há uma data
definida para isso”, esclareceu.
Mustang GT Performance foca em desempenho e freios
Ao completar 60 anos
do lançamento do Mustang, a Ford só tinha uma escolha: melhorar desempenho,
focar nos freios e aperfeiçoar características que tornaram o cupê uma
verdadeira lenda. As primeiras unidades da nova versão GT Performance serão
entregues no final deste mês para quem o adquiriu em pré-venda por exatos R$
529.000.
Externamente dá para
reconhecê-lo com facilidade: novas rodas de 19 pol., freios a disco Brembo
também atrás, pequeno aerofólio sobre a tampa do porta-malas e lanternas
traseiras de LED.
No interior, quadro
de instrumentos digital de 12,4 pol., novo desenho da alavanca do freio de
estacionamento, tela multimídia de 13,2 pol. com controle externo do
ar-condicionado, carregador de celular por indução, Android Auto e Apple CarPlay
sem fio.
O cupê avançou em
outros pontos: motor ganhou 5 cv (agora, 488 cv) e torque passou para 58 kgf·m,
novos amortecedores com sensores que detectam buracos, barras antirrolagem do
Mach 1, pneus Pirelli P-Zero e freios específicos para provas de drifting (derrapagem controlada). Quanto
à segurança ativa recebeu assistente de manobras evasivas, monitoramento de
pontos cegos e sensores estacionamento traseiros.
O Mustang continua
um automóvel de reações previsíveis, acelerações empolgantes, freios ainda mais
eficientes e perfeita definição de centro do volante. Em algumas voltas no
autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu (SP), com cones na pista para conter os
afoitos, nada de surpresas ou comportamentos inesperados. Carro na mão, puro
prazer.
Crédito: Pixabay |
Seal: estilo e espaço como maiores destaques
O porte de sedã
grande, 4.800 mm de
comprimento e 2.920 mm de
distância entre eixos, garante espaço muito bom em especial para os três passageiros
do banco traseiro. Estes contam com assoalho plano e confortável grau de
inclinação do encosto. Seu estilo mais esportivo é bastante agradável, embora a
inspiração para a seção dianteira reflita as linhas do elétrico Taycan, da
Porsche.
Na traseira, há um
arranjo moderno e interligado das lanternas, mas um número excessivo de emblemas-logotipos
(inclusive um que indica aceleração de 0 a 100 em 3,8 s) e decoração de
para-choque que apenas imita um extrator de ar. O visual é o de sedã-cupê moderno
e com rodas de 19 pol. de desenho arrojado. Porta-malas oferece volume de 400
litros (sem informação se segue a norma VDA) e mais 53 litros sob o capô para
alojar o carregador portátil e seu cabo.
Atmosfera na cabine
destaca-se pelo grande teto solar panorâmico e a enorme tela giratória de 15,6
pol. Entretanto, esta inclui os comandos do ar-condicionado (com purificador de
íons negativos) que desviam atenção do motorista para uma simples regulagem. Freio
de estacionamento é eletromecânico.
A distância livre do
solo de apenas 120 mm exige cuidado adicional em obstáculos e desníveis em
rampas. Parte inferior, porém, está bem protegida porque a bateria Blade e o
chassi estão integrados pela primeira vez em um modelo BYD. Desempenho é forte
graças aos motores dianteiro e traseiro que juntos entregam 531 cv e 60,2
kgf·m. Como todo elétrico o comportamento em curvas sobressai. Destaco ainda
precisão de direção e potência de frenagem.
Em viagem de
avaliação por estradas as ultrapassagens foram bastante tranquilas. Alcance médio
(padrão Inmetro) é de 372 km, mas convém não abusar do acelerador. Com apenas 5
s de pé no fundo, o alcance diminuiu em 6 km.
Apesar do preço
competitivo de R$ 296.800, o Seal sofreu forte queda de vendas de 65% entre
janeiro e maio. Recuo geral da comercialização de elétricos pode ser em razão
das exigências do Corpo de Bombeiros de São Paulo sobre instalação de carregadores
nas garagens de prédios. O tema está em revisão.
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