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quinta-feira, 20 de junho de 2024

Coluna VAMOS BEBER VINHO // Tintos, rosés, cor de âmbar, alaranjados. Por que há tantas cores de vinhos? Para entender melhor como surge a paleta de cores da bebida, a Sommelière da Wine explica o impacto da escolha das uvas e do modo de produção em sua coloração // Aprenda a harmonizar vinhos e comidas nordestinas



Tintos, rosés, cor de âmbar, alaranjados. Por que há tantas cores de vinhos? 

Para entender melhor como surge a paleta de cores da bebida, a Sommelière da Wine explica o impacto da escolha das uvas e do modo de produção em sua coloração

As cores dos vinhos variam conforme o estilo de cada rótulo. No entanto, dentro do mesmo estilo, também ocorrem variações significativas e notáveis, qualidade que faz com que a esta bebida seja tão singular. “Um vinho tinto mais escuro pode ser associado a um sabor mais encorpado e complexo, enquanto um vinho branco mais claro pode ser associado a um sabor mais leve e refrescante, diz Marina Bufarah de Souza, sommelière da Wine, o maior clube de assinatura de vinhos do mundo. 

Conforme a especialista, a tonalidade do vinho não é um indicador direto de sua qualidade ou sabor, mas sim uma característica que pode revelar informações sobre sua variedade, origem, idade e processo de elaboração.

Coloração das cascas de uva 

O que dá cor aos vinhos é o contato do mosto com as cascas das uvas, que acontece durante a maceração, que é o processo produtivo em que os materiais fenólicos da uva - taninos, agentes corantes e compostos de sabor - são adquiridos das cascas, sementes e caules da uva para o mosto, que é o líquido extraído da uva. 

Na produção de vinhos brancos as cascas são retiradas e os vinhos ficam com a cor natural do suco. No caso dos vinhos rosés, as cascas ficam apenas algumas horas em contato com o mosto, tempo suficiente para adquirir o tom de rosa desejado pelo produtor. Finalmente nos tintos, as cascas das uvas ficam dias em contato com o mosto, dando toda sua intensidade de cor aos vinhos. 

“Os polifenóis são os compostos das cascas das uvas responsáveis pela cor da fruta e dos vinhos. Cada variedade de uva tem uma composição polifenólica determinada e, portanto, uma cor específica. Um outro ponto importante é a espessura da casca da uva, uma vez que, quanto mais grossa, maior será a intensidade de cor que ela irá proporcionar”, explica a sommelière. 

Ainda nessa etapa inicial de produção, quanto mais longa a maceração, mais tempo o mosto permanece em contato com as cascas da uva, o que faz com que a intensidade de cor aumente.

Acidez e amadurecimento 

A cor dos vinhos também pode sofrer influência da acidez. Os vinhos tintos com maior acidez são mais propensos a ter uma cor rubi brilhante, pois o pH mais baixo lhes dá essa tonalidade. Já os vinhos tintos menos ácidos podem assumir uma tonalidade azul ou roxa, além de serem mais propensos à oxidação, reação que ocorre mais rapidamente em um pH mais alto.

“Além da variedade de uvas, tempo de maceração e acidez, o amadurecimento do vinho também pode influenciar sua tonalidade. Os vinhos que amadurecem em barricas de carvalho tendem a ter uma tonalidade mais escura, devido à extração de compostos fenólicos da madeira, que conferem cor e sabor ao vinho”, conta a especialista.  

Os vinhos tintos apresentam uma vasta gama de tonalidades que variam do vermelho rubi, cereja, púrpura, granada até o alaranjado. Já os vinhos brancos podem apresentar tonalidades que vão do amarelo palha, verde claro, dourado a ouro. Os vinhos rosés, por sua vez, exibem uma ampla gama de tonalidades que variam do rosa pálido, salmão, até o rosa intenso. 

Vinhos jovens e vinhos de guarda 

A diferença entre um vinho jovem e um vinho de guarda reside principalmente no tempo de envelhecimento e na capacidade de amadurecimento em garrafa. Um vinho jovem é aquele que é engarrafado e está pronto para consumo relativamente pouco tempo após a colheita das uvas, geralmente dentro de um ano ou dois. Esses vinhos tendem a ser frescos, frutados e vibrantes, com pouca complexidade desenvolvida pelo envelhecimento. Por outro lado, um vinho de guarda é elaborado com uvas de alta qualidade e é projetado para envelhecer e evoluir ao longo do tempo. “Esta diferenciação é importante para o nosso tópico, das cores, pois o período de envelhecimento também altera a coloração dos vinhos”, explica a especialista. 

Os vinhos tintos tendem a perder a cor com o passar dos anos, já os brancos e rosés ganham cor por conta da oxidação. O tempo que um vinho leva para modificar sua cor, depende do seu ciclo de vida, sendo que os vinhos jovens atingem a maturidade de cor em poucos anos, enquanto os vinhos com grande potencial de guarda podem levar décadas.

Análise visual 

Para uma análise visual adequada, a recomendação é que você esteja em um ambiente bem iluminado. “Na sequência, a indicação é servir o vinho até um terço da taça, inclinando-a a 45º, contra um fundo branco (um guardanapo branco é suficiente). Dessa forma, será possível avaliar a coloração da bebida, sua intensidade e seus reflexos”, conclui Marina Bufarah de Souza, sommelière da Wine.



Aprenda a harmonizar vinhos e comidas nordestinas 


Por ocasião das festas juninas e celebração da cultura e gastronomia popular, a sommelière da Wine dá dicas de como fazer as melhores combinações de pratos clássicos e vinhos


Com a chegada das festas juninas, uma das celebrações mais aguardadas do ano, a culinária nordestina volta a romper fronteiras para se tornar protagonista. Para equilibrar o paladar e acentuar os sabores de cada iguaria, vale conferir  dicas de harmonização com vinhos de Marina Bufarah de Souza, sommelière da Wine, o maior clube de assinatura de vinhos do mundo, que destacam a complexidade dos sabores dessa culinária. 


“A culinária nordestina é um banquete de cores, aromas e sabores marcantes. Para encontrar o melhor vinho, precisamos considerar alguns pontos importantes como a intensidade de sabor, que deve ser acompanhado pela estrutura do vinho, a quantidade de gordura, a qual pedirá rótulos com maior acidez quanto maior for, e o mix de sabores, que demanda vinhos que vão bem com uma variedade de ingredientes”, avalia a especialista. 


Confira a seguir algumas sugestões de harmonização de pratos juninos com vinhos. 


Cuscuz nordestino 

O cuscuz é um prato super versátil que pode ser recheado de diversas maneiras ou servido apenas com manteiga de garrafa. Para harmonizá-lo com vinhos, deve-se levar em consideração os recheios. Como costumam ser bem variados, a recomendação é apostar num espumante por se tratar de uma bebida curinga para jantares e demais festividades com um grande leque de sabores. Uma boa pedida é o chileno Espumante Undurraga Brut, que é elaborado com as uvas chardonnay e Pinot Noir, trazendo um frescor elegante capaz de combinar perfeitamente com a ocasião.

https://www.wine.com.br/vinhos/espumante-undurraga-brut/prod24442.html  



Baião de dois

O baião de dois é um prato icônico da culinária brasileira, com muitos elementos e sabores característicos. Trata-se também de uma receita com manteiga de garrafa, que acrescenta sabor aos ingredientes. Para contrapor a gordura, a sugestão de harmonização é o vinho branco chileno Baron Philippe de Rothschild Sauvignon Blanc 2023, um exemplar muito aromático e refrescante, com nuances cítricas e herbáceas, além de acidez suficiente para equilibrar a untuosidade do prato.


https://www.wine.com.br/vinhos/baron-philippe-de-rothschild-sauvignon-blanc-2023/prod29862.html 


Carne de sol com acompanhamentos

A carne de sol, com seu sabor salgado e intenso, pede um vinho tinto com mais estrutura e taninos maduros. Entre as receitas mais populares está a carne de sol com macaxeira, arroz de leite, feijão verde, pirão e farofa. Uma boa indicação para acompanhar este prato saboroso é um vinho com a uva Malbec. 


Com 9 meses em barricas carvalho francês para agregar complexidade e estrutura, o Manos Negras Malbec é um rótulo que acompanha muito bem este prato. O sabor salgado e intenso da carne de sol pede um vinho tinto com mais estrutura e taninos maduros, sendo a uva Malbec perfeita para essa harmonização. O argentino Manos Negras Malbec 2021 é um bom rótulo para fazer dupla com receitas preparadas com carne de sol. 


https://www.wine.com.br/vinhos/manos-negras-malbec-2021/prod28278.html  


Sarapatel

Sarapatel é aquele prato típico com sabor mais marcante. Feito com carne de porco e miúdos, pimentas, alhos, cebolas e ervas de sabor mais presente, a iguaria pede um vinho com maior estrutura, como um tinto encorpado com alta acidez e bastante aromático. A sugestão de harmonização é o tinto chileno T.H. [Terroir Hunter] D.O. Valle Del Maipo Cabernet Sauvignon 2021. O aroma maduro e especiado da Cabernet Sauvignon ajuda na harmonização que se completa com seus 12 meses em barricas. 

https://www.wine.com.br/vinhos/t-h-terroir-hunter-d-o-valle-del-maipo-cabernet-sauvignon-2021/prod29503.html






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