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quarta-feira, 10 de março de 2021

Coluna Minas Turismo Gerais - Cozinha patrimônio mundial


Coluna 

Minas Turismo Gerais  


Jornalista Sérgio Moreira

 



Cozinha Patrimônio Mundial


Feijão tropeiro, tutu de feijão, linguiça, torresmo e muito mais na culinária mineira

 

Lugar do encontro e do aconchego, onde ganham vida o fogão à lenha, o café passado na hora e o pão de queijo quentinho, as quitandas perfumadas e os assados fumegantes, a Cozinha Mineira acolhe e resume, de forma singular, a identidade e a pluralidade do estado. É a cozinha típica que também se eterniza na tradição das casas de farinha, dos moinhos de milho, das hortas de quintal e nas plantações.

 

No momento, uma jornada inédita se apresenta para temperar ainda mais a história e a diversidade da cultura alimentar de Minas Gerais: em um movimento pioneiro no país, a Cozinha Mineira, com todos os seus ingredientes, sabores, aromas e modos de fazer, está sendo trabalhada para se tornar patrimônio cultural do Estado e do Brasil.

 

O processo já começa com duas ações articuladas pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Por meio do Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), órgão responsável pelos registros e tombamentos no estado, a pasta deu início aos estudos para reconhecimento da Cozinha Mineira como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais. Após concluída esta etapa, será solicitado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) o registro da Cozinha Mineira como patrimônio do Brasil. Os dois passos são fundamentais para pleitear mais adiante, junto à Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o posto da Cozinha Mineira como Patrimônio Cultural da Humanidade.


 

O sabor da comida no fogão a lenha é especial

 

“A cozinha é a alma de Minas Gerais, e vai além da sua crescente representatividade no Turismo e na Cultura do estado: a Cozinha Mineira gera milhares de empregos diretos e é responsável por 30% da vinda de visitantes ao estado, o que faz a economia girar nos diversos territórios mineiros. Pão de queijo, café, farinhas, doces, frutos, folhas, cachaças, azeites e queijos são apenas alguns dos itens que movimentam uma imensa cadeia produtiva e têm uma base sólida na agricultura familiar, fundamental instrumento para a valorização dos produtores, para a preservação da tradição e para o desenvolvimento sustentável. No sentido de valorizar todo esse patrimônio, o governo de Minas deu início ao processo de reconhecimento da Cozinha Mineira como patrimônio imaterial do Estado, além de elaborar, de forma participativa e colaborativa, o Atlas da Cultura Alimentar de Minas Gerais, que vai detalhar todos os alimentos e modos de fazer que são a base da nossa cozinha”, destaca o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira.

 

A chegada deste reconhecimento irá projetar o estado mundialmente de forma orgânica, uma vez que a cozinha é um dos principais atrativos turísticos de Minas Gerais, avalia o presidente da Frente da Gastronomia Mineira (FGM), Ricardo Rodrigues. “Minas é o primeiro estado a reconhecer toda a sua cozinha como patrimônio cultural de natureza imaterial, e isso é fruto de um trabalho que vem sendo realizado há muitos anos. A Cozinha Mineira, representada pelo respeito aos alimentos, pelo trabalho muito bem feito do campo à mesa, pelos mais variados ingredientes, modos de fazer e estilos de servir, traz uma identidade muito única e nos coloca no patamar das cozinhas mais bem representativas do país. Por esses e vários outros motivos ela já é e vai ser ainda mais um canal indutor do turismo nos níveis regional, nacional e internacional”, pontuou Rodrigues.

 

Atualmente, a Unesco reconhece algumas tradições relacionadas a alimentos e bebidas como parte da Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Entre eles estão a Dieta Mediterrânea, da Região Mediterrânea, a cozinha tradicional mexicana, do México, a refeição gastronômica dos franceses, da França, a base da culinária japonesa, chamada de Washoku, do Japão, e pratos e ingredientes específicos de países como Armênia (Lavash) e Turquia (café).

 

Ter a Cozinha Mineira e todo o imaginário que ela abriga nesta lista representativa da ONU colocará Minas Gerais e o Brasil em outro patamar do turismo mundial – de acordo com pesquisas recentes de empresas que prestam consultoria para a indústria do turismo em nível internacional, as duas principais tendências de viagens para os próximos anos envolvem experiências gastronômicas e maior proximidade com as comunidades locais.

 

Doce de leite, goiabada com queijo mineiro é espetacular

 

Para a presidente do Iphan, Larissa Peixoto, a riqueza da cultura alimentar de Minas influência de forma direta o processo de valorização do turismo cultural. “Em Minas Gerais já temos o registro do Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas nas regiões do Serro, da Serra da Canastra e do Salitre, e está em andamento o registro do Ofício das Quitandeiras de Minas. Estes saberes tradicionais constituem expressões de mineiridade e seus detentores os transmitem a cada geração. Nesse contexto, a culinária mineira vai muito além do ato de se alimentar. É expressão de cultura, ato social de formação identitária, fundada na memória e na tradição. Sua riqueza gastronômica contribui diretamente no processo de valorização do turismo cultural e do desenvolvimento social e econômico. O reconhecimento da Cozinha Mineira como Patrimônio Cultural do Brasil é de grande importância para a valorização e preservação dessa rica e saborosa identidade”, argumenta a dirigente do Instituto nacional.

 

Com base nos aspectos da diversidade, da história, da identidade e dos modos tradicionais de fazer, a Cozinha Mineira é um prato cheio para os viajantes que saem em busca de experiências aconchegantes em Minas Gerais, único estado brasileiro presente na lista das 10 regiões mais acolhedoras do mundo, segundo a Travellers Review Awards 2021, da empresa Booking.com.

 

O olhar para os sabores da Cozinha Mineira já faz parte das ações de reconhecimento dos bens culturais de natureza imaterial de Minas Gerais desde seus primeiros processos. Em 2002, o Iepha-MG registrou o Modo de Fazer o Queijo Artesanal da Região do Serro, que se tornou o primeiro registro imaterial do país. Desde então, muito se avançou no campo da preservação do patrimônio cultural de natureza imaterial.

 

Outro bem cultural mineiro que tem referências culinárias em sua identidade é a Festa de Nossa Senhora dos Homens Pretos de Chapada do Norte, registrada como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais em julho de 2013. O inventário das casas de farinhas e moinhos de milho também está em andamento e o cadastro já contabilizou 397 casas e moinhos distribuídos em 204 municípios, sendo que o município do Serro concentra o maior número: 23 casas de moinhos cadastrados.

 

Para amarrar estes processos, está em construção, conduzida pelo Iepha-MG, o Atlas da Cultura Alimentar de Minas Gerais, que integra o percurso em direção ao reconhecimento da Cozinha Mineira e irá fornecer elementos para permitir compreender o processo econômico e social envolvido no âmbito desta extensa e valiosa cadeia produtiva.

 

A presidente do Iepha-MG, Michele Arroyo, ressalta o forte traço presente na cultura gastronômica de Minas que ajuda a compreender a história do estado, do Brasil, e sua articulação diante de outros países. “Podemos perceber a expressão cultural da Cozinha Mineira na arquitetura, nas nossas paisagens culturais, nas festas, no nosso modo de receber quem vem de fora, de compartilhar o alimento, as receitas, de viver a vida privada e a coletiva nos lugares de encontro, no próprio espaço da cozinha e no espaço público. Essa cultura alimentar está viva em Minas, transcende o nosso espaço físico e passa ao nosso patrimônio imaterial. A partir de referências nacionais e internacionais, essa cultura se ressignificou e se consolidou como algo essencialmente mineiro. Pensar na Cozinha Mineira é pensar nas articulações e na centralidade que ela tem na vivência da cultura de Minas Gerais por cada um dos mineiros, para quem nos visita e para quem é de fora do país”.

 

A pesquisadora em gastronomia e chef de cozinha Vani Pedrosa salienta que a Cozinha Mineira é contemporânea dela mesma, pois sobrevive ao passar do tempo e se adapta constantemente. “Ela constitui um processo de memória do mineiro e guarda suas origens históricas, culturais e da biodiversidade do estado. Ao mesmo tempo, é inovadora e dinâmica. Ao preservá-la como um patrimônio, são resguardados a tradição, os modos de vida e o afeto de Minas Gerais. A nossa cozinha é muito familiar: desde os primórdios, o alimento sai do quintal, passa pela cozinha e vai para a mesa. Quem vai cozinhar sabe o que tem na horta, sabe a melhor forma de colher os alimentos, de prepará-los, e com isso vem a relação afetiva com a comida e o entendimento da família como um processo de alimentação integral – do corpo, da mente e do espírito. O alimento à mesa, para nós, mineiros, não é só nutrição. É também sinônimo de encontros, partilha e acolhimento”, aponta Vani.


 



Para o chef de cozinha, pesquisador e professor de Gastronomia Edson Puiatti, “o reconhecimento vai proteger a cultura alimentar de Minas e nos referendar como mineiros, porque carregamos patrimônio desde o nascimento, seja pelas memórias familiares ou pelas nossas próprias. Chega no momento certo, em que a nossa cozinha completa 300 anos”. Ele destaca a importância de toda essa trajetória ser permeada por rituais, crenças, heranças e influências de tantas etnias. “Costumo dizer que a Cozinha Mineira vai muito além da tradição e das histórias, pois ela se traduz, também, em comportamento, simplicidade e hospitalidade. Tudo o que reflete o jeito mineiro de ser”, comenta o chef.

Festuris Connection

O Festuris Connection, evento exclusivo que acontece de forma presencial e online nos dias 6 e 7 de maio, no Hotel Master Gramado, confirmou mais um grande nome como palestrante. O empreendedor e escritor Geraldo Rufino abrirá a imersão em vendas Top Performer levando aos participantes a sua palestra “O Poder da Positividade”. 


De catador de latinhas a dono da maior recicladora de caminhões da América Latina, a JR Diesel. A história de vida de Rufino e a forma como conseguiu se reerguer as seis vezes que quebrou, o fez ser destaque no mundo do empreendedorismo e especialista no tema positividade. 

Geraldo Rufino já inspirou milhares pessoas com suas palestras, teve mais de 50 mil exemplares vendidos com seus dois livros e hoje é um fenômeno nas redes sociais com quase 1 milhão de seguidores. No dia 6 de maio, ele estará compartilhando suas lições de vida e vivências no palco do Festuris Connection.

O evento terá como destaque a imersão Top Performer, um grande treinamento de vendas do Turismo, e na modalidade presencial também contará com espaços para geração de negócios e networking, mentorias com especialistas e workshops de comercialização de produtos.

A pré-venda de ingressos segue até o dia 22 de março com valores especiais. A inscrição custa apenas R$ 199 no online e R$ 299 no presencial. A compra pode ser feita pelo site www.festurisgramado.com/connection, onde também estão todas as informações sobre o evento.

O Festuris Connection tem o patrocínio de Sicredi Pioneira RS, Master Hotéis e Nano Comunicação e Eventos.

Programa de Reputação e Engajamento Digital da Gastronomia


O Programa de Reputação Digital da Gastronomia de BH disponibiliza aos interessados um relatório personalizado do seu negócio, que permite entender e conhecer a própria reputação e o engajamento digital nas principais plataformas de avaliação (Google Meu Negócio, Facebook/Instagram, Trip Adivisor, IFood e Yelp). O relatório personalizado será gratuito para os 200 primeiros inscritos.

 Programa de Reputação e Engajamento Digital da Gastronomia de BH vai até  30 de março, Evento on-line, Inscrições gratuitas: renato.lana@sebraemg.com.br ou  (31) 3379-9179, Conheça mais detalhes sobre o projeto no link: http://www.mg.agenciasebrae.com.br/sites/asn/uf/MG/inscricoes-abertas-para-o-programa-de-reputacao-e-engajamento-digital-da-gastronomia-de-bh,5162b8dab6177710VgnVCM1000004c00210aRCRD

 

   

sergio51moreira@bol.com.br     @sergiomoreira

 

 


Um comentário:

  1. Um Planeta. Uma solução. #balaiodeguisar
    Impactando o clima e o empoderamento das mulheres simultaneamente
    O desafio
    Todos os dias, mais de 3,5 bilhões de pessoas cozinham em fogão a lenha, prejudicando sua saúde, causando desmatamento generalizado e sobrecarregando mulheres e meninas com horas de trabalho não remunerado. A solução
    O #balaiodeguisar é um fogão lento não elétrico simples, mas revolucionário, desenvolvido para mulheres que cozinham em fogo aberto. Depois de ferver uma panela com comida e colocá-la em um #balaiodeguisar , a comida continuará cozinhando por até 12 horas sem aquecimento adicional. Como a panela passa uma fração de tempo no fogo ou no fogão, o cozimento #balaiodeguisar reduz em 70% a quantidade de lenha, carvão e outros combustíveis sujos usados ​​em casa. Isso economiza horas de trabalho e melhora a qualidade do ar interno e a saúde geral.
    Um #balaiodeguisar. Uma família. Um ano.
    Uma receita para resiliência.
    70% menos combustível necessário para cozinhar
    Até 1 tonelada de emissões de carbono mitigadas
    60% menos poluição do ar interno
    Os #balaiodeguisar criam enormes benefícios sociais para as mulheres e suas comunidades :
    O #balaiodeguisar trás às mulheres:
    Mais tempo
    Mais dinheiro
    Saúde melhorada
    Tempo para acessar a educação
    Uma barreira contra a violência de gênero
    Um #balaiodeguisar dá às comunidades:
    Segurança alimentar, hídrica e energética
    Melhores condições de vida
    Resiliência a longo prazo - a vida útil de 10 anos de uma bolsa garante uma mudança duradoura
    #balaiodeguisar transformam a vida das mulheres, dando-lhes ferramentas para revitalizar suas comunidades.
    Impacto Climático
    É verdade. Cozinhar pode impactar as mudanças climáticas.
    Sem um #balaiodeguisar, as mulheres queimam um feixe de madeira preparando cada refeição. Com um #balaiodeguisar eles queimam um pacote por semana. Se 100 milhões de famílias cozinhassem com #balaiodeguisar, poderiam economizar quase 8% das reduções globais de CO2 necessárias a cada ano para manter o planeta abaixo de um aumento de temperatura de 2 graus Celsius. Se 500 milhões de famílias usassem um #balaiodeguisar, elas poderiam economizar 39% do carbono global anual que precisa ser eliminado em cada um dos próximos 10 anos.
    Se toda família cozinhando usasse um #balaiodeguisar, poderíamos mudar o mundo.
    #COZINHAMAISLIMPA

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