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quarta-feira, 18 de outubro de 2023

GWM desmonta o SUV híbrido Haval H6 para avaliar durabilidade de suas peças após mais de 50 mil km rodados. A avaliação feita por Fábio Fukuda foi positivo


A GWM Brasil mais uma vez inovou ao realizar o total desmonte do SUV híbrido Haval H6 HEV, com o objetivo de verificar a durabilidade, a robustez e a confiabilidade do seu veículo. O modelo desmontado rodou exatos 51.886 quilômetros na mão de diferentes motoristas e em diversas situações de rodagem, como trânsito urbano intenso, estradas de terra e altas velocidades em rodovias. E, detalhe importante, esse veículo não passou por nenhuma revisão ou manutenção durante este período, como troca de óleo do motor e filtros de ar. 

 

“Com isso, acabamos de uma vez por todas com o mito segundo o qual os carros chineses não possuem qualidade. Isso é coisa do passado. Não ficamos atrás de nenhuma marca. Mas vemos várias delas pelo nosso retrovisor”, provoca Oswaldo Ramos, CCO (Chief Commercial Officer) da GWM Brasil. 

 

Para realizar a desmontagem e a avaliação geral do carro, a Autotech brasileira convidou o especialista em mecânica automotiva Fábio Fukuda, que foi responsável pelo teste de Longa Duração da Quatro Rodas por 23 anos e já desmontou mais de 100 carros.

 

A análise foi realizada nos seguintes componentes: cabeçotes, velas, turbo, cilindros e pistões, freios, virabrequim, refrigeração, carroceria, suspensão e direção, interior e acabamento e sistema de transmissão elétrica. “O resultado é um carro que revelou robustez e qualidade de construção surpreendentes”, destaca Fukuda.

 

Todo o detalhamento e as condições das peças estão disponíveis no documento anexo.


Foto: Divulgação

Resultado


INTERIOR E ACABAMENTO - APROVADO

Fukuda elogiou muito a qualidade construtiva do interior do Haval H6. “Depois de mais de 20 anos desmontando veículos, posso dizer que esse carro está entre os que têm o interior mais bem construído”, constatou Fukuda.


Ele ressaltou que o Haval H6 possui uma quantidade impressionante de travas de fixação, que estão em todos os lugares. Se por um lado esse número expressivo dificultou o processo de desmontagem, para o proprietário é uma garantia de uma fixação eficiente e confiável ao longo de anos de uso intenso.


“Todos os painéis e acabamentos estavam bem fixados e não havia sinais de deformação ou deslocamento. Percebe-se que há um cuidado muito grande com os pontos de fixação”, esclarece Fukuda.


SISTEMA DE TRANSMISSÃO HÍBRIDO - APROVADO

Esse conjunto é a grande estrela dos híbridos da linha Haval H6. No caso do HEV, o motor a combustão 1.5 trabalha sempre em harmonia com um motor elétrico. O sistema prioriza o uso do motor elétrico, enquanto a unidade a combustão entra para dar o suporte quando necessário.


O acoplamento dos dois módulos de propulsão é feito pela transmissão e-Traction, que define como e quando cada um deles vai atuar. Em baixa velocidade, o elétrico traciona sozinho; nas velocidades mais altas, o 1.5 turbo recebe o auxílio motor elétrico. Porém, quando necessário, o motor a combustão pode funcionar ainda como um gerador para alimentar a bateria que fornece energiapara o motor elétrico.


“O acoplamento é feito por um câmbio de duas marchas de dupla embreagem cujo ponto positivo é ser banhada a óleo, o que evita reclamações de ruídos que muitos modelos que usam caixa seca enfrentam”, explica Fukuda. 


É importante lembrar que as duas marchas são utilizadas em situações em que o motor elétrico não é suficiente para gerar a velocidade necessária. Nesse caso, o motor a combustão traciona usando a primeira marcha nas velocidades intermediárias e a segunda nas velocidades elevadas. E, nas ultrapassagens, as duas unidades de força atuam para garantir maior segurança e rapidez.


Durante a desmontagem, também ficou evidente como a bateria de alta tensão de 1,6 kWh é completamente blindada, revelando um elevado grau de proteção contra danos físicos ou alagamentos, além de apresentar uma brilhante solução de engenharia para ajudar na sua refrigeração. 


Os dutos que saem do ar-condicionado para resfriar os passageiros do banco traseiro possuem um desvio cuja função é levar ar gelado para resfriar a bateria de alta tensão. Um recurso simples, porém inteligente.


FREIOS - APROVADO

O sistema de freios a disco nas quatro rodas do GWM Haval H6 também não teve dificuldade de passar pela avaliação de Fabio Fukuda. De acordo com o manual técnico da GWM Brasil, as pastilhas dianteiras possuem 11 mm de espessura quando novas e devem ser substituídas ao atingir 2 mm, enquanto as traseiras têm 10 mm novas e 2 mm ao fim da vida útil. 


Como as pastilhas apresentavam a menor espessura de 8,19 mm à frente e 8,22 mm atrás, significa que, aos 50.000 km, elas não tinham atingido a meia vida, o que é condizente com o que se espera de um veículo híbrido, já que este utiliza os freios com menor intensidade do que um automóvel convencional graças ao seu sistema de frenagem regenerativa.


Os discos de freios também estavam de parabéns: o manual da GWM indica que os dianteiros têm 28 mm quando novos e devem ser substituídos com 26 mm, enquanto os traseiros devem ter 10 mm novos e 8 mm ao fim da vida útil. As medidas de Fukuda revelaram que os discos dianteiros tinham no mínimo 27,97 mm à frente e, portanto, estavam praticamente novos. 


Por outro lado os discos traseiros estavam com medida mínima de 10,18 mm atrás, curiosamente uma medida superior em relação à peça quando nova. A GWM explicou  que, apesar de incomum, pode ocorrer que alguns discos de freio novos apesentem uma espessura ligeiramente superior ao que consta no manual técnico previsto para a peça.


CILINDROS E PISTÕES - APROVADO

A pressão média de compressão dos quatro cilindros analisados variou entre 180 kgf/cm² e 196,7 kgf/cm². É uma diferença que está dentro do limite aceitável para esse tipo de motor, que é de 10% entre a maior e menor pressão medida. 


É importante lembrar que o filtro de ar também não foi substituído nos 51.886 km rodados, sendo que o prazo estabelecido pelo fabricante é a troca a cada 12.000 km. 


Esse cenário dá a entender que o filtro já estava saturado. Quando isso ocorre, ele pode permitir a passagem de partículas sólidas de impurezas, que entrariam nos cilindros e criariam pontos de perda de pressão de compressão. Se as três trocas tivessem sido efetuadas, talvez os cilindros poderiam ter apresentado uma variação de pressão ainda menor.


VELAS - APROVADO

As velas de ignição também estavam em ótimo estado e evidenciaram uma queima adequada. Como a previsão de troca é aos 60.000 km, não é de surpreender que elas aparentavam ter uma vida longa, o que pode ser explicado pela tecnologia usada: as velas do Haval H6 usam núcleo de irídio, uma tecnologia bem mais moderna.


TURBO - APROVADO

O turbocompressor de geometria variável apresentou-se sem folga em seu eixo e sem sinais de desgaste nas suas vedações, o que também é admirável num motor que rodou mais de 50.000 km com o mesmo lubrificante. Fukuda ressalta que, enquanto um motor atinge rotação máxima de 6.000 rpm, as pás da turbina podem girar até 100.000 rpm. Além disso, há que se lembrar que a lubrificação do seu eixo é feita pelo mesmo óleo do motor. Portanto, qualquer falha no filme de óleo que envolve o eixo do mancal comprometeria não só seu rendimento como provocaria folgas ou danificaria componentes do turbo, o que não ocorreu com este H6.

CILINDROS E


VIRABREQUIM - APROVADO

Não foi constatado nenhum desgaste no virabrequim, assim como em suas

bronzinas de mancal e bielas. O sistema chegou ao final do teste em perfeito estado de conservação, comprovou Fukuda. “Eu fiquei impressionado positivamente, já que esse carro rodou por estrada de terra e, apesar de ter mantido o mesmo filtro de ar por 50.000 km, ele não deixou aspirar poeira para dentro do motor.”


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