Coluna Fernando Calmon
Nº 1.274 — 26/10/23
Renault Kardian chega
em março
de 2024 com proposta
avançada
Uma apresentação mundial antecipada no Museu do Amanhã, no
Rio de Janeiro (RJ), com pormenores descritos sem cerimônia, mostram que a
Renault tem ambições para o Kardian nos mercados brasileiro e sul-americano. A
arquitetura foi desenvolvida a partir do zero sem nenhuma ligação com a subsidiária
romena Dacia e os atuais Sandero, Logan e Duster. O visual lembra o de um SUV,
mas tem identidade mais próxima de um hatch com altura de rodagem elevada.
Linhas são de um autêntico Renault. Frente imponente com o
novo logotipo da marca, grupo óptico dianteiro em três níveis (de cima para
baixo: DRL, faróis alto/baixo e de neblina no para-choque), rodas de liga leve
de 17 pol. e lanternas traseiras em forma de “C”.
O interior é amplo para referências do segmento graças aos
2.604 mm de entre-eixos e 4.119 mm de comprimento proporcionando bom espaço
para pernas no banco traseiro. Quadro de instrumentos digital de 7 pol.,
multimídia de 8 pol., freio de imobilização eletroassistido com
autoimobilização do veículo nas paradas e porta-malas de 358 litros (VDA) tornam
o Kardian um produto bastante competitivo na faixa de preço do Nivus e do Pulse.
Estima-se algo a partir de R$ 115.000 quando chegar às concessionárias em março
próximo
Para acompanhar a nova arquitetura, a Renault desenvolveu um
novo trem de força de 1 litro, três cilindros, turbo flex, de 125 cv e 22,4
kgf.m de torque com etanol. Não se adiantaram pormenores, mas esta é a maior
densidade de torque entre os motores produzidos no Brasil por qualquer marca.
Outra escolha bem-vinda é o câmbio automatizado de duas
embreagens a banho de óleo, de seis marchas (descartado o câmbio manual).
Trata-se de uma caixa mais prazerosa de usar e, segundo o fabricante, permitirá
uma economia de combustível até 20% superior a um CVT.
O Kardian será produzido no Brasil no Complexo Ayrton Senna
em São José dos Pinhais, região da Grande Curitiba, a partir de dezembro
próximo e lançamento em março de 2024.
No mesmo evento a Renault apresentou uma picape conceitual, com
o codinome Niagara, desenvolvida sobre a mesma arquitetura. Entre suas
características destacam-se tração 4x4 híbrida (na frente um motor a combustão híbrido
e atrás um motor elétrico), dois conjuntos mola-amortecedor por roda nos eixos
dianteiro e traseiro, além de uma parte frontal e rodas com desenhos dos mais
arrojados. A versão final, sem data prevista, terá estilo menos rebuscado.
Incentivos para elétricos começam a diminuir
Não se trata de criticar ou aplaudir, mas ter uma visão racional
sobre o assunto. Novas tecnologias precisam mesmo ser incentivadas na forma de
redução de impostos. Afinal, veículos elétricos apesar de suas indiscutíveis
vantagens no controle da poluição local, têm preço elevado e outras limitações como
alcance em estradas, tempo de recarga, além de exigência de uma rede capilar de
pontos de carregamento da bateria.
Porém, isenção ou diminuição de impostos dever ser algo
racional. Hoje nove Estados e o Distrito Federal oferecem algum tipo de
incentivo com prazos diferentes de validade. São Paulo tem a maior frota de
veículos convencionais e, claro, também de elétricos. Mas houve desentendimento
quando o governador Tarcísio de Freitas vetou a lei aprovada pela Assembleia
Legislativa (AL) que isentava todos os elétricos do IPVA.
Em seguida, o governador enviou um projeto de lei à AL com
uma proposta de zerar o IPVA já em 2024 apenas para híbridos com motor flex
etanol/gasolina. Em Minas Gerais a isenção só vale para veículos elétricos
produzidos no Estado.
Por sua vez, o Governo Federal deve anunciar um aumento
gradativo do imposto de importação (I.I.) de elétricos ao longo de quatro anos,
começando por 9% em 2024 até atingir 35% de I.I. em 2027.
Já comentei que “virar a chave” de combustão para eletricidade
é um processo muito caro e lento, que não pode se conduzir apenas por
voluntarismo. Precisa haver cautela. A Alemanha acabou de dar este exemplo.
Desde 1º de setembro último, zerou o subsídio para as importantes vendas
corporativas de automóveis elétricos e a demanda caiu drasticamente.
Como resultado, as vendas da Tesla recuaram 69% frente a
agosto e a VW, líder de mercado, também sofreu bastante. Em janeiro de 2024, o
governo alemão rebaixará os carros elétricos elegíveis a incentivos do preço
sugerido de 65.000 euros (R$ 348.000) para 45.000 euros (R$ 240.000). E o
desconto subsidiado encolherá de 4.500 euros (R$ 24.000) para 3.000 euros (R$
16.000). Espera-se nova queda nas vendas.
Salão do automóvel de Genebra volta a... Genebra!
A tradição vem desde 1905, mas a exposição sofreu seguidos
cancelamentos durante o período de epidemia da covid-19. Houve também
desinteresse dos fabricantes e a empresa suíça organizadora do evento transferiu
a edição deste ano, no começo de outubro, para o Catar, no Oriente Médio.
Agora o Salão Internacional do Automóvel de Genebra acaba de
ver confirmada sua volta às origens, de 26 de fevereiro a 3 de março de 2024. O
executivo-chefe da exposição, Sandro Mesquita, garantiu: “Não será um show de
mobilidade, e sim focará no carro como atração central”. Exibirá de tudo desde veículos
tunados com motor a combustão aos elétricos, além dos lançamentos de modelos, acessórios
e peças.
Haverá áreas temáticas, além dos estandes tradicionais: “Pavilhão
da Inovação”, “Distrito do Design”, “Zona de Adrenalina” e “Zona de Emissões
Zero”.
Renault foi uma das primeiras a confirmar presença. E
ressaltou em nota: “O Grupo participará
dos Salões de Genebra e de Paris de 2024, bem como de todos principais salões
do automóvel nas regiões onde o Grupo está presente. São verdadeiros espaços de
compartilhamento de inovações e discussões em torno da paixão pelos carros.”
Por outro lado, marcas
alemãs anunciaram desinteresse pela exposição de Genebra. Só a Porsche ainda
não se manifestou. Stellantis também optou pela ausência. Cerca de 20
fabricantes chineses, no entanto, negociam com a organização.
Inteligência artificial já é aplicável no reparo de veículos
Um recurso para agilizar a avaliação de pequenos danos à
carroceria e em até sete segundos fornecer um orçamento para o conserto está
disponível em um novo e exclusivo aplicativo. Trata-se do Webmotors Serviços que
faz uso da rapidez e precisão da IA (Inteligência Artificial) para tornar muito
mais ágil uma operação
que antes exigia tempo de deslocamento até uma oficina e assim orçar os
serviços de funilaria, pintura e polimento.
A operação
é simples e parte de uma foto obtida por meio de telefone celular da área
afetada pela colisão classificada como dano leve ou médio, que não comprometa a
estrutura do veículo, uma situação comum no pesado tráfego urbano. O aplicativo
consegue consultar até 1.500 estabelecimentos conveniados, inicialmente só na
cidade de São Paulo, e pode fornecer também o endereço da oficina mais próxima.
Mesmo para quem tem o carro segurado, é muito útil saber o
preço do reparo porque sempre há uma franquia associada à apólice. Além disso,
ao acionar a seguradora o motorista perde uma classe de bônus na renovação
anual. Pode ser mais conveniente executar o conserto por conta própria,
especialmente no caso de arranhões ou amassados que não envolvam um terceiro.
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