Se você é um apaixonado por vinhos, provavelmente já ouviu falar da uva Tannat, que tem origem francesa mas, ao longo do tempo, se tornou a mais emblemática do Uruguai. A característica mais marcante dos vinhos produzidos com esta uva é a mais elevada carga tânica do mundo, que dão a sensação de adstringência e secura que sentimos na boca ao degustar um vinho.
Trata-se da principal uva cultivada no país vizinho, ocupando cerca de 40% dos vinhedos da região. Por lá, a Tannat também é conhecida como Harriague, referência a Pascual Harriague, imigrante francês pioneiro em seu cultivo. “Os vinhos uruguaios com Tannat geralmente possuem perfil mais frutado, fresco e com taninos potentes, porém, mais macios. Já os vinhos franceses com esta uva têm um perfil mais rústico, com taninos mais rígidos”, diz Thamirys Schneider, sommelière da Wine, o maior clube de assinatura de vinhos do mundo.
O nome da uva tem origem na língua Occitana, do sul da França, “tan” que vem de tanino, que corresponde aos compostos polifenólicos que se encontram naturalmente nas cascas, sementes e engaços das uvas. Estes componentes têm efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios.
“Devido à alta concentração de taninos, é uma uva muito indicada para harmonizar com carnes vermelhas mais fibrosas, pois ajuda a quebrar as fibras e proteínas e limpar o paladar”, diz a sommelière.
Dicas para conhecer mais sobre a Tannat
Para começar a entender a proposta dos vinhos feitos com a uva, é interessante explorar um rótulo do sudoeste da França, região considerada o berço das uvas Tannat. A sugestão seria o Mon Adour I.G.P. Côtes de Gascogne 2021, um exemplar 100% elaborado com a Tannat que teve 40% do vinho amadurecendo em barricas de carvalho francês por dez meses para amaciar os taninos e ganhar certa estrutura e complexidade. É um exemplar rico, denso, poderoso e duradouro no paladar.
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Uma proposta com perfil mais moderno e intenso, porém, mais macio no paladar, é o uruguaio Pueblo del Sol Ultra Tannat 2022. Trata-se de um vinho muito frutado nos aromas e sabores, com taninos bem perceptíveis, com agradável frescor e suculência. O cuidado para a produção deste rótulo começa ainda nos vinhedos: vinhas de baixo rendimento, ou seja, uvas com maior concentração de nutrientes e qualidade superior. Apenas 10% do vinho passa por barrica em um período entre 12 a 18 meses, sendo que o restante permanece em tanques de aço inox, justamente para arredondar os taninos e manter a máxima expressão da uva e do seu terroir em um vinho frutado, fresco e tânico.
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Outra sugestão para apreciar o vinho com Tannat é por meio de um blend, ou seja, um exemplar produzido com mais de uma uva. Para esta proposta, a dica para degustação é o Mar de Piedras Selección de Maderas San José 2020. A linha Mar de Piedras – da vinícola Família Deicas, vinícola renomada no Uruguai – faz uma homenagem aos solos formados por rochas ígneas planas, que conferem uma mineralidade marcante aos vinhos da região de San José, ao sul do país. É um blend mais estruturado e potente, que reúne o melhor da Cabernet Sauvignon (50%) e da emblemática Tannat (50%), que ganha complexidade e taninos macios após a passagem de doze meses por barricas de carvalho. O resultado é um vinho elegante, com taninos firmes e macios e com um acabamento mineral e longo.
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Por fim, para saborear um Tannat mais descomplicado, que seja mais fácil de beber e agradar, a dica é o Finca Traversa Tannat 2022. Por ser um exemplar jovem, é bastante frutado, com taninos equilibrados e agradável frescor. Certamente, é uma boa opção de vinho tinto para tomar mais fresco, com temperatura em torno de 15ºC. Vale a pena harmonizá-lo com pizzas ou petiscos com carnes.
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