Coluna Fernando Calmon
Nº 1.296 — 11/4/2024
Elon Musk sabe exatamente o
que não quer: elétrico básico
O dono da Tesla, da
empresa de foguetes SpaceX e do X (ex-Twitter) gosta também de criar polêmicas
e nem se intimida. A mais recente, na área automobilística, foi a tentativa de
desacreditar a maior agência noticiosa do mundo, a britânica Reuters. A Wikipédia
aponta que a empresa fundada em 1851 pelo alemão Paul Julius Reuter tem 14.000
funcionários, em 204 cidades e distribui informações em 19 línguas.
No começo deste mês
publicou uma extensa informação, tendo três diferentes fontes de referência,
sobre a desistência da Tesla de construir um carro elétrico de entrada que custaria
em torno de US$ 25.000 (R$ 127.000). E ainda adiantou que a marca americana
investiria apenas em um robotáxi.
A resposta de Musk,
sul-africano naturalizado americano e agora rebaixado pela Forbes de primeiro
para segundo homem mais rico do mundo, foi de forma destemperada: “Reuters
mentiu (de novo).” Ações da Tesla chegaram a cair de preço e depois se
recuperaram.
Atualmente seu
modelo mais barato é o Tesla 3 que custa US$ 39.000 (R$ 198.999) nos EUA. Concorrer
em uma faixa de preço 36% inferior com os subsídios abertos e ocultos aplicados
na China para veículos elétricos certamente se trata de um desafio hercúleo.
O automóvel de uso familiar e de menor preço pode ser até uma opção futura. Musk já afirmou que pretende, um dia, vender 20 milhões de veículos por ano, o dobro do grupo Toyota em 2023. Se conseguir alcançar essa escala de produção, talvez mude de ideia (de novo...). Hoje, com 1,8 milhão de unidades comercializadas no ano passado, tudo indica o descarte do elétrico básico.
Produção de veículos estagnou no primeiro trimestre
De janeiro a março o
Brasil fabricou 538.000 unidades entre veículos leves e pesados, um aumento
simbólico de 0,4% em relação ao mesmo período de 2023. Independentemente da sazonalidade
o resultado não é bom, mas a Anfavea espera recuperação nos próximos trimestres
e manteve sua previsão de que 2024 apresentará crescimento de 6% sobre o ano
passado.
A produção não
depende apenas das vendas internas (alta de 9,1%) em razão do comportamento das
exportações que ficaram 28% menores. Também houve aumento das importações
apesar da greve do Ibama nos portos. No primeiro trimestre deste ano a
participação de veículos do exterior no mercado brasileiro foi de 17,5%, a
maior dos últimos quatro anos.
Apesar da base
comparativa muito baixa os veículos elétricos puxaram a venda dos importados no
primeiro trimestre, porém o ritmo pode diminuir em razão do aumento do imposto
para modelos sem produção local. Até meados de 2026 a taxa atual de 15% estará
em 35%, mas por outro lado tornará rentável a fabricação no Brasil, mesmo que
baterias e motores continuem vindo do exterior.
De janeiro a março
ficou assim a distribuição (%) das vendas entre automóveis e comerciais leves:
gasolina, 4,5; elétricos, 2,9; híbridos, 2,4; híbridos plugáveis, 2,1;
flex, 78,1 e diesel, 10. Deve-se notar que os dois tipos de híbridos somados,
7.476 unidades no primeiro trimestre, ainda estão 22% acima dos 6.132 elétricos
no mesmo período.
Os estoques totais
nas fábricas e concessionárias atingiram 36 dias, em março contra 35, em
fevereiro. Isso apesar de promoções e incentivos que estimularam a demanda,
provocando estabilização ou até queda de preços em alguns modelos e versões.
Um estudo do
Webmotors entre usuários da sua plataforma apontou que 83% dos entrevistados
têm a intenção de comprar ou trocar de carro em 2024. Entre estes 22% visam um
modelo zero quilômetro, 60% um usado e 18% ainda estão em dúvida.
Picape S10 2025 recebe mudanças estéticas e mecânicas
Em fase de
pré-lançamento, a Chevrolet S10 2025, primeira picape média fabricada no Brasil
(1995), recebeu modificações externas, internas e no trem de força. Não se
trata de nova geração, mas uma mudança marcante disponível em maio. A
estratégia de pré-venda agrega três versões, todas de cabine dupla e com itens
sem custo adicional como protetor de caçamba e uma divisória para acomodação de
carga.
As maiores mudanças
foram na parte dianteira: grade de radiador, capô, para-lamas, para-choque, logotipos,
faróis e lanternas agora em LED. Há novos pneus e rodas de liga de alumínio,
estas com maior offset, o que permitiu pequeno aumento das bitolas. Para-lama
traseiro e acabamento inferior das portas também mudaram. Atrás, as lanternas
são iguais, mas com iluminação parcial em LED.
Interior recebeu a central
multimídia de 11 pol. mais moderna com Wi-Fi nativo, portas USB-A e USB-C, já
existente no monovolume Spin, que se junta ao quadro de instrumentos digital de
8 pol. Agora o volante é regulável em altura e distância. Bancos dianteiros mais
anatômicos e melhora nos apoios laterais complementam as mudanças, incluindo isolamento
acústico melhorado.
Motor diesel Duramax
ganhou 7 cv e 1 kgf·m (207 cv/52 kgf·m), ficou até 13% mais econômico e com menor
nível de ruído. Graças também ao novo câmbio automático, que passou de seis
para oito marchas, o consumo homologado Inmetro é de 9,5/11.4 km/l
(cidade/estrada).
Preços se
mantiveram: R$ 281.900 (Z71), R$ 292.800 (LTZ) e R$ 302.900 (High Country).
BMW terá híbrido plugável na sua fábrica brasileira
O primeiro modelo premium
e híbrido plug-in produzido na América do Sul está programado para entrar em
linha na fábrica de Araquari (SC) no último trimestre deste ano. Será o quinto
produto nacional e se juntará aos X1, X3 e X4, além do Série 3, já produzidos
no País.
Reiner Braun,
presidente do BMW Group América Latina, afirmou que a fabricante regula rigorosamente
sua produção à demanda. “Como, no ano passado, alcançamos um recorde de 25% de
mix de vendas de modelos híbridos e elétricos no mercado brasileiro e o X5 o
terceiro modelo mais vendido do nosso portfólio, foram duas das razões para
decidirmos agora pela produção aqui do X5 Plug-in Hybrid.”
Em dezembro de 2023, a empresa já havia anunciado aumento de 10% na capacidade de produção no Brasil, a partir de 2024, para o total de 11.000 unidades/ano. Sua fábrica catarinense é bastante flexível e está nos planos, inclusive, colocar em linha um modelo elétrico desde que a procura justifique o investimento.
Festa comemora 60 anos do Mustang
A Ford Brasil preparou
uma programação digna do 60º aniversário de um ícone da indústria e da
cultura pop. O Mustang estrelou filmes, séries, foi assunto de músicas, jogos e
outros produtos, em suas sete gerações e mais de 100 versões. Inspirou a
criação de mais de 300 clubes de proprietários ao redor do mundo.
Entre as ações estão
a doação de um Mustang, em cor exclusiva e especialmente customizado por Alan
Mosca, para que uma ONG organize um leilão com fins beneficentes.
Uma grande festa
noturna em 13 de maio no autódromo de Interlagos prevê mais de 300 carros em
desfile pelo circuito. Para os mais aficionados há uma Experiência de Pista
individual desde um teste normal até uma volta rápida.
A marca reafirma que
o cupê de quatro lugares continuará em linha e unicamente com motor V-8. Os
dois principais concorrentes diretos do modelo (Chevrolet Camaro e os Dodge
Challenger e Charger) terão apenas motores elétricos.
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