Pesquisar este Blog do Arnaldo Moreira

domingo, 5 de julho de 2020

A crise gerada pela pandemia de coronavírus provocou mudanças acionárias profundas na TAP. O dono da Azul, americano David Neelman, deixa a companhia que passa a ter controle de 72,5% do governo português, 22,5% do sócio português e 5% dos funcionários da empresa.




As notícias de sérias alterações na formação da TAP Air Portugal se concretizaram, neste sábado, com o anúncio pelo governo de Antônio Costa (PS) da saída da formação acionária do norte-americano David Neelman - dono da Azul Linhas Aéreas - e o controle majoritário da companhia pelo governo português que ficou com 72,5% ações. Outros 22,5% mantiveram-se com o sócio português Humberto Pedrosa e os restantes 5% ficaram com os funcionários. 

Os motivos dessa mudança foram a grave crise causada pelo coronavírus que exigiu a intervenção do governo, o que teve o aval da Comissão Europeia que aprovou em 10 de junho um "auxílio de emergência português" à companhia, um apoio estatal de até 1.200 milhões de euros para responder às "necessidades imediatas de liquidez" com condições predeterminadas para o seu reembolso.

O governo de Portugal investirá 55 milhões de euros — cerca de R$ 330 milhões — para aumentar sua participação no capital da TAP de 50% para 72,5%. O anúncio do acerto do capital feito pelo ministro das Finanças, João Leão, evitou a nacionalização da companhia, que vinha sendo estudada, caso o acionista americano não abrisse mão de sua posição acionária de 22,5%. 

Neelman está fora da TAP
"A atividade da TAP é de enorme importância estratégica para o país", destacou o ministro, ao ressaltar que o governo interveio "para evitar o colapso da empresa". Após longas negociações com os acionistas privados, o governo de Antônio Costa chegou a um acordo que permitiu que a saída do americano David Neeleman. 

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos (foto ao lado), disse que o presidente executivo, Antonoaldo Neves, nomeado por David Neeleman, "será imeditamente substituído". Ele anunciou ainda que o Governo contratará uma empresa para procurar no mercado internacional uma equipe de gestão qualificada para a TAP.

O processo de reestruturação da TAP não se fará fácil. A empresa afastou 1.000 funcionários com a eclosão da pandemia que deixou dezenas de aviões no chão.

"Os despedimentos não são inevitáveis. Agora deixe-me dizer que é um processo [de reestruturação] que não vai ser isento de dor, de sacríficos, mas sacrifícios que já estão aí, desde abril temos larga parte dos colaboradores em lay off", disse Miguel Frasquilho.

Frasquilho acrescentou que os sindicatos estão "muito conscientes" do momento difícil da empresa e dos "sacríficos" que terão de ser feitos, mas considerou que tanto saídas de trabalhadores como reduções de frota só serão definidas no plano de reestruturação que será elaborado nos próximos seis meses.

Sobre se a injeção de até 1.200 milhões de euros é suficiente, considerou que os tempos são incertos, mas que "à data de hoje esse montante parece ser adequado para que a TAP possa viver este período e ultrapassá-lo".


Uma vez que a TAP já estava numa débil situação financeira antes da pandemia de covid-19, a empresa "não é elegível" para receber uma ajuda estatal ao abrigo das regras mais flexíveis de Bruxelas devido ao surto, que são destinadas a "empresas que de outra forma seriam viáveis".

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, recusou assumir um cenário de despedimentos na TAP no âmbito do processo de reestruturação da companhia.

A Atlantic Gateway passa a ser controlada pelo acionista Humberto Pedrosa, dono do grupo Barraqueiro.

Texto: Arnaldo Moreira
Fotos: Divulgação

Um comentário:

  1. Força...estamos torcendo Juntos...Vicente March, Matosinhos, Porto, Portugal...

    ResponderExcluir

Faça seu comentário

ACESSE TODAS AS POSTAGENS E SAIBA TUDO SOBRE O MUNDO AUTOMOTIVO.