Fernando Calmon
Nº 1.106 — 16/7/20
STRADA VOLCANO VAI
ATRAIR NOVO PÚBLICO
A espera foi longa, mas a Strada tinha que mudar depois de
duas décadas na liderança. Mesmo sem ameaças à vista, a nova versão topo de
linha Volcano de cabine dupla, quatro portas e cinco lugares vai seduzir um
comprador que não cogitava utilizar uma picape no dia a dia sem levar carga. A
geração anterior de cabine dupla, além de levar um passageiro a menos,
representava apenas 5% das vendas e a dirigibilidade não era tão boa.
Além do estilo atraente, a Volcano traz entre várias
novidades faróis de LED e direção eletroassistida que fazem toda a diferença. Seu
comportamento em curvas surpreende, mesmo com 1,6 cm a mais de vão livre e é tão
bom no asfalto quanto na terra.
O motor de 1,33 L de 109 cv (etanol) tem 21 cv
a mais que o antigo 1,4 L, ainda disponível na versão intermediária. Com 79 kg
a menos que a Strada Adventure anterior com motor de 1,8 L, o novo modelo só
vai sentir redução de desempenho com carga total.
Em rodovias a relação final
de transmissão aumenta o nível de ruído (a 120 km/h, 3.900 rpm), apesar da
melhora no isolamento acústico da cabine.
A posição de dirigir ficou melhor e até as saídas de
ar-condicionado foram realocadas (antes o fluxo incomodava as mãos). Volante e
quadro de instrumentos são do Mobi (sem regulagem de distância do volante), mas
a nova central multimídia permite pareamento sem fio para qualquer marca de
celular.
A câmera traseira facilita as manobras, pois a caçamba é alta. O
espaço para pernas e cabeça no banco traseiro é bom para quem tem até 1,80 m de
altura, além do acesso facilitado pelo ângulo de abertura das portas.
A caçamba tem volume de 844 litros, 24% maior que a Strada
anterior. A carga útil de 650 kg não mudou. Sua tampa, porém, ficou agora muito
mais leve de operar.
OS MAIS VENDIDOS
NO PRIMEIRO SEMESTRE
O ranking semestral de vendas por segmentos, que organizo há
mais de 20 anos, foi o primeiro afetado pela pandemia do Covid-19. Naturalmente
houve distorções com a paralisação dos emplacamentos. Outra mudança foi o
aumento percentual de vendas de modelos caros em razão da alta do dólar, para
aproveitar estoques a preços mais baixos.
Os SUVs compactos e grandes, além das picapes médias,
tiveram quedas percentuais menores sobre o primeiro semestre de 2019. No
primeiro caso trata-se de tendência de avanço que se consolida e, no segundo, pelo
crescimento do agronegócio no País.
Entre os 16 segmentos apenas dois tiveram novos líderes: BMW
Série 7 (72% com apenas mais dois concorrentes) e Porsche 911 (57%, entre 15
concorrentes). Houve, praticamente, dois empates técnicos: Renegade superou o
T-Cross por 112 unidades (0,1 p.p.) e o SW4 bateu o Tiguan por apenas 23
unidades (0,2 p.p.).
Nosso ranking tem base técnica com classificação por silhuetas.
A referência principal é distância entre eixos, além de outros parâmetros. O
enquadramento às vezes implica dúvidas e a escolha, em pouquíssimos casos,
torna-se subjetiva.
Base de pesquisa é o Registro Nacional de Veículos
Automotores (Renavam). Citados apenas os modelos mais representativos (mínimo
de três) e em função da importância do segmento. Compilação de Paulo Garbossa,
da consultoria ADK.
Hatch subcompacto: Kwid,
53%; Mobi, 38%; up!, 9%. Liderança consolidada.
Hatch compacto: Onix+Joy, 25%; Ka, 13%; HB20/X, 12%; Gol, 11%;
Argo, 10%; Polo, 9%; Sandero/R.S./Stepway, 6%; Yaris, 4%; Fox, 3,7%; Uno, 2,5%;
Etios, 2,1%. Sem ameaças ao Onix.
Sedã compacto: Onix Plus+Joy, 30%; HB20S, 13%; Virtus, 10,3%; Ka,
10%; Cronos, 6,2%; Voyage, 5,7%; Versa, 5,4%; Logan, 5,2%; Yaris, 5%; Grand
Siena, 4%, City, 2,7%; Etios, 2,1%. Onix Plus com mais folga.
Sedã médio-compacto: Corolla, 48%; Civic, 21%; Cruze, 16%; Jetta,
9%. Líder de praxe.
Sedã médio-grande: BMW Série 3/4, 52%; Mercedes Classe C, 30%; Audi
A5, 5%. BMW deu salto à frente.
Sedã grande: BMW Série 5/6, 29%; Mercedes Classe E/CLS, 20%;
Panamera, 17%. Série 5 ainda firme.
Sedã de topo: BMW Série 7, 72%; Mercedes Classe S, 19%; Jaguar
XJ, 9%. Novo líder e com grande folga.
Cupê esportivo: Mustang, 67%; BMW M2, 14%; Camaro, 8%. Mustang amplia
vantagem.
Cupê esporte: 911, 57%; 718 Boxster/Cayman, 24%; BMW Z4, 11%. 911
voltou a liderar.
SUV compacto: Renegade, 15,4%; T-Cross, 15,3%; Creta, 12,4%; Kicks,
12,1%; HR-V, 9,7%; Tracker, 8,3%; EcoSport, 7,3%; Duster, 5%; Captur, 3,8%, C4
Cactus, 3,7%. Empate técnico.
SUV médio-compacto: Compass, 59%; ix35/Tucson, 35,7%; RAV4, 5%.
Compass inabalável.
SUV médio-grande: SW4, 26,9%; Tiguan, 26,7%; Equinox, 14%. Outro
impacto técnico.
SUV grande: Trailblazer, 28%; Range Rover/Sport, 11%; Cayenne,
10%. Trailblazer manteve.
Monovolume: Fit/WR-V, 59%; Spin, 39%; C3 Aircross, 2%. Fit
continua seu domínio.
Picape pequena: Strada, 56%; Saveiro, 31%; Montana, 8%. Strada
imbatível.
Picape média: Toro, 30%; Hilux, 22%; S10, 15%. Toro ainda
destacada.
NOVO DEFENDER UNE
TRADIÇÃO À MODERNIDADE
Novo Land Rover Defender com toda a tradição de robustez e
desempenho nos piores terrenos chegou ao Brasil. Inicialmente, virá uma de duas
opções de distância entre eixos. Há oferta agora de duas ou três fileiras de
bancos, além do tradicional aparato de tração 4x4 e capacidade de submersão de
até 90 cm. Essa é a quinta geração do SUV que surgiu em 1948.
Monobloco inteiramente em alumínio tornou-se um desafio à
parte e tem 10 vezes mais resistência à torção que o modelo anterior. Câmbio é
automático epicíclico de oito marchas com diferencial central de travamento
ativo. Suspensão a ar, de série, pode elevar a carroceria de modo ativo em até
14,5 cm. Motor a gasolina, 2 litros turbo, 300 cv e 40,8 kgfm. Preços: R$
400.750 a 461.150.
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www.fernandocalmon.com.br
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