A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou no último mês de abril um investimento de R$ 125 bilhões, que será aportado por montadoras no país ao longo dos próximos oito anos. O objetivo é o aumento da produção de veículos, geração de novos empregos e incentivar ações de descarbonização do setor.
Com o montante revelado, Willians Cintra, gerente Nacional de Produtos e Inteligência de Mercado do Grupo Açotubo, uma das maiores distribuidoras de aços do Brasil, analisa como o segmento de siderurgia pode abastecer o aumento de demanda do setor automotivo.
Projetando a atuação do aço no mercado automotivo para 2024
Segundo Cintra, apesar dos investimentos, o setor automotivo seguirá estável, em especial por conta das taxas de juros e de o nível de endividamento da população não apresentarem um cenário fértil para esse crescimento.
"As importações de carros chineses também impactam diretamente a produção nacional. Essa combinação de fatores levou, inclusive, algumas montadoras a fecharem ou pararem a produção na América do Sul. A boa notícia é que esse ano foi anunciado o maior CAPEX para indústria automotiva das últimas décadas.” destaca o porta-voz.
Joint venture com fabricante francesa para atender a demanda do setor
Dentro dos investimentos projetados para o ano, a joint venture da Açotubo com a fabricante francesa de tubos sem costura Vallourec, iniciada em 2021, tem tido papel importante para atender a demanda do segmento automotivo. A capacidade estimada para o ano é de 70 mil toneladas, sendo o mercado de automotores um dos principais beneficiados.
Impacto da tragédia no Rio Grande do Sul no setor
Outro ponto que estimulará o setor é a recomposição dos veículos afetados pelas enchentes no Sul do Brasil. Segundo levantamento da consultoria Bright Consulting, a estimativa é que mais de 200 mil veículos automotores tenham sido perdidos, o que corresponde a cerca de 5% a 10% de toda a frota do estado.
“Tanto para recuperação dos veículos danificados, quanto para abastecer as montadoras na renovação da frota, na Açotubo, por exemplo, o mercado de construção mecânica, e o setor automotivo (montadoras de leves e pesados, sistemistas, after market, implementos e relacionados) podem representar até 30% do mercado de construção mecânica da empresa para 2024.
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