Um filme sobre o Anísio
Campos. Participe
Repito
uma história contada na Coluna há
alguns anos. Brasília, auditório do Centro de Convenções, simpósio de
estudantes de design e de artes da
Universidade de Brasília. Anísio Campos, convidado, faz palestra.
Na
plateia, professores, estudantes, interessados, curiosos, antigos pilotos,
amigos, profissionais. Ari Rocha, o primeiro designer brasileiro premiado com automóvel no exterior – o urbano
Aruanda, 1964, cheio de láureas acadêmicas, professor, pós doutor, etccc. Ouve
atento, bebe as palavras de um tempo e de uma atividade que bem viveu.
A
seu lado, um professor aparentemente instiga clima de fofoca: “– O que tem este cara aí, sem diploma,
deitando falação?” provoca. Superior, generoso, o Ari corta o comentário:
“O cara aí desenhou e construiu 13
automóveis neste país. Nós, não.“
Pois é
Quase
arquiteto, ex-piloto, criador da Equipe Hollywood, um divisor de águas no
automobilismo brasileiro, projetista e construtor de automóveis, pintor,
escultor, artista plástico, fotógrafo, palestrante, incentivador de novos
talentos, grande papo, ótimo sujeito.
É civilmente o José Anísio Barbosa de
Campos, ou no universo de suas atividades, Anísio Campos. Para os amigos Anísio
é uma síntese de tudo. E o único designer
brasileiro a projetar e construir muitos veículos e, destes, 13 foram á
produção. Um recorde.
Muitas
histórias, muitos carros, desde os de corrida, como o AC, cuja estrutura
mesclava aço e a carroceria que se lhe encaixava; esportivos nacionais – acerto
no Malzoni, projeto do Puma Vemag, co-autoria no projeto do Puma VW e do FNM
Onça, buggy Kadron, Del Rey conversível, picape Pampa com cabine dupla
removível, Dacon 828, Pag Nik e, mais recentemente o Óbvio, projeto vendido a
norte-americanos. Vida tão misturada às corridas e automóveis, Anísio se
transformou em linha a costurar histórias, ser apontado como autor de projetos,
como o do Simca Tempestade, do qual declina da participação.
Próximo
dos 80, sua filha Raquel Valadares executa o que amigos, admiradores e
ex-clientes têm vontade: fazer um registro sobre tanta atividade, tantos
veículos. Cineasta – diretora de "Corpo
de Bollywood, O Povo Quer Cinema", - está com novo projeto em andamento, o
documentário "Homem-Carro".
Como diz Raquel, é um documentário <com e sobre> Anísio Campos, um dos
maiores "carrozziere" da
história automobilística brasileira. Quer mostrar a história e os produtos,
pontos de encontro do esmero do artesão com o talento do artista.
Raquel
não foi atrás da cobertura da Lei Rouanet de incentivo à cultura, e lançou mão
de outro processo, o crowdfunding,
colaboração participativa, nada mais do que a reunião de interessados para formar
recursos viabilizadores do projeto.
Custa pouco, relativamente à importância,
ao registro, à história, e à oportunidade - uns R$ 60 mil para despesas e
custos de viagem aos diferentes lugares onde estão exemplares dos carros construídos
por Anísio.
Como
diz a entusiasmada Raquel, “Veja e se
delicie com o vídeo promo, leia a proposta, confira as contrapartidas
oferecidas, contribua e participe da construção de uma grande história.
ACESSE:
E lembre-se,
entre as recompensas tem quadro, escultura e sketches do Anísio. Mas atenção!
São em número limitado!”
Quer
saber? Cumpri meu dever de escoteiro interesseiro: aderi com 1/59 do custo. Se
você gosta de automóveis e admira os vencedores, apoie a iniciativa, entre na
lista.
Anísio Campos. A lenda vai virar filme |
Um semestre de reativação
Claro,
objetivo, Thomas Schmall, o bem sucedido presidente da Volkswagen saiu-se com
frase bem definidora em encontro com o ministro Guido Mantega, da Fazenda: “o ano começou em 1º. de junho”.
Sintético
e prático deu o retrato da indústria após o letárgico reagir do mercado às
medidas de renúncia do governo federal para reativar um dos principais motores
da economia, a indústria automobilística, pela isenção do pagamento do IPI dos
carros 1.0 e da redução aos de cilindrada superior – importados fora.
O
mercado reagiu em junho, aumentando as vendas diárias de 13 mil para 16 mil
unidades, crescimento de 8,5% relativamente ao mês anterior e 2,21%
considerando junho, do ano passado.
A
explicação para os resultados resume-se, na prática da vida, a ter a prestação
adaptável ao bolso, independentemente da classe ou do produto. Os incentivos promoveram
a soma da redução do preço inicial com a diminuição dos juros liderada pela
Caixa Econômica e pelo Banco do Brasil, de efeitos sensíveis nos outros bancos
e, parcela paralela, enxurrada de promoções de marcas de nacionais e de
estrangeiros.
A estes, sem vantagens oficiais, restou cortar nas parcelas de
custo para se tornarem competitivos – a
Mitsubishi vende o Lancer com pacote melhor que outros japoneses feitos aqui ou
importados, a R$ 65 mil, menos que os concorrentes locais.
Outro
aspecto, embora os valores cobrados como entrada tenham se elevado, o
percentual de aprovação dos pedidos de financiamento subiu de 35 para 60%. A
Fenabrave, entidade dos distribuidores, por seu presidente Flávio Meneghetti,
dá outro bom número de sintonia entre o fazer e o vender: o estoque médio dos
revendedores baixou de 39 para 27 dias. Mas, ao final, projeta, o mercado
recuará 0,5% relativamente a 2.011, queda não ocorrida desde 2004.
O
mesmo Schmall prevê, o mercado doméstico crescerá entre 1 e 2% neste ano,
raciocínio seguido pela GM acreditando, da média entre o 1º. semestre fraco com
o 2º. de recuperação, haja ligeira alta. Há a se observar todas as
perspectivas de crescimento passam, mandatoriamente, pela manutenção das
isenções.
Roda-a-Roda
Cabelos – Novo conversível na praça, o Audi A5 dito Cabriolet, no segundo
degrau da motorização, 2.0 TSI – 16V, injeção direta de combustível, turbo.
Capota elétrica com tratamento acústico, confortos aerodinâmicos para desviar o
fluxo de ar. R$ 229.700.
Audi Cabriolet |
Pacote – Embrulho bem fornido, incluindo o seguro sistema Quattro, a tração
nas quatro rodas sob demanda. Potência contida em 211 cv, torque abundante, 350
Nm a 1.500 rpm, transmissão S Tronic – mecânica, com dupla embreagem operando
como automática, 7 velocidades. Acelera e anda: 0 a 100 km/h em 7,3s, final de
238 km/h.
Desce – A JAC baixou o preço do J5, seu sedã médio: R$
45.990. Pacote completo, seis anos de garantia e, mimo adicional, 20 mil milhas
de pontuação no cartão Smiles, da Gol/Varig, bastantes para viagem na América
do Sul. Vale para pintura sólida.
Promoção – Para melhorar as vendas do Tiida Sedan a Nissan
aplicou transmissão automática de quatro velocidades e, finalmente, ABS aos
freios. R$ 46.290.
Avalie – No mercado nacional a Nissan é identificada como pobre em conteúdo e
design, e o Tiida Sedan que arrasta
este ônus, é de vida curta. A marca divulgou desenho de seu substituto,
projetando-se apresentá-lo no Salão de Paris, setembro e, no Brasil, em outubro.
Também é mexicano.
Mudou – A Renault festeja performance fora da Europa, com recordes na Russia
e no Brasil, e bons resultados com a linha de origem Dacia - Logan, Sandero,
Duster. Na sua França e Europa em geral, caiu 14,9% nas vendas.
Clio – A Renault argentina iniciou a corrida de pré-série para novo acerto no
Clio – lá batizado de Clio Live. Como a Coluna
antecipou, mudança na frente, pequenos acertos de estética e calibração no
motor 1.0 para conseguir operação mais suave, com mudança na curva de torque.
Fator Brasil – Vistos os números mundiais da Fiat para o primeiro
semestre, a operação Brasil mostra invejável vitalidade. Embora sem divulgar
lucros, maiores em nosso país, do faturamento global de 80B de euros, a Fiat
Brasil respondeu com 14,8B, quase 20% do volume. Na outra extremidade dos bons
resultados, a Chrysler faturou 47B de euros. Europa e África responderam com
19B e Ásia 3.3B. Na frieza dos números a Chrysler e o Brasil puxam a Fiat.
Consequência – Projeção básica, contenção de investimento em
novos projetos, e aumento de encomendas, palpites, consultoria italiana aos
projetos locais, exportação de dinheiro – desde a crise norte-americana e seu
reflexo no resto do mundo – a indústria automobilística tem sido líder em
envios.
Calendário – A GM tanto demorou em firulas para instalar
fábrica de transmissões, que as condições mudaram, o mercado europeu – maior
comprador – caiu, e a empresa perdeu a oportunidade, adiando sine die instalá-la em Joinville, SC.
Razão – Só o tempo dirá exatas razões. Se é o perigoso encolher da alemã
Opel, maior compradora, ou se a GM local está em franco processo de prestigio à
indústria externa, comprando carros estrangeiros, montados ou não, para
substituir os nacionais e promover lucros no exterior – diminuir operações aqui
e demitir metalúrgicos, como ocorre em São José dos Campos, SP.
Bom – Por seu lado a Ford contratará 79 metalúrgicos em sua fábrica em
Taubaté, SP, vizinha à São José das demissões. No total, 511 contratações pela
Ford em sua fábrica de transmissões e motores.
Preço – Informação da Fenabrave, entidade de revendedores autorizados diz,
cada emprego criado na indústria automobilística com as reduções de impostos
ocorrendo desde 2008, custou R$ 1 milhão. A cifra, recorde, se justifica pela
conta: a reduziu-se o recolhimento de impostos em R$ 26 bilhões, e as
contratações foram de 27.753 – quase 1 milhão por emprego.
Surpresa – O comportamento e resultados obtidos por um modelo
XRC construído no Brasil, nas provas do Campeonato Brasileiro de Rallye supera
a láurea e o prêmio, e vale como alavanca para abrir mercado a produto
nacional.
? – XRC quer dizer Xtreme Rally Car,
utiliza monoblocos de carros nacionais transformados em competitivos 4x4,
com reforços estruturais, equipamentos de segurança, motor V6 3.6 litros, 300
cv, caixa de marchas sequencial, diferenciais e suspensão nacionais. Mais ? www.xrcbrasil.com.br.
Acerto – Retíficas de motores por José Arnaldo Laguna, ex retificador e
presidente do Conarem, conselho da classe, pedem ao governo federal revisão do
enquadramento como prestadores de serviços. No cipoal tributário do país pagam
alíquota três vezes superior a demais ramos do comércio.
Situação
– Além do imposto, há o problema dos concorrentes. E estes são os ladrões. Hoje
é muito mais barato comprar um motor roubado, devidamente documentado, que
fazer retífica. O setor se defende com as máquinas de trabalho – geradores,
tratores, caminhões, onde a concorrência do genérico é menor.
Aérea
– Apesar do enorme aumento de passageiros, as maiores companhias do país, TAM e
Gol estão em processo de demissões. Comandantes da Gol estão sendo buscados
para voar no Oriente. Recompor quadros é muito mais difícil, caro e demorado
que a simples dispensa.
Antigos
– Mais snob, elegante e traçador de
caminhos no antigomobilismo, o Pebble
Beach Concours d’Elegance, em Carmel, Califórnia, 19, agosto, nesta edição
criou categoria especial, os Sport Customs. Carros em exemplar único, apenas
para uso, desfrute e exibição de paixão e habilidades automobilísticas. Negócio
de profissional, seleção por Ken Gross, historiador especializado.
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