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quarta-feira, 18 de julho de 2012

ROBERTO NASSER FAZ UMA JUSTA HOMENAGEM AO MAIOR DESIGNER BRASILEIRO E O PRIMEIRO PREMIADO NO EXTERIOR, ARI ROCHA. A COLUNA "DE CARRO POR AÍ" APRESENTA AINDA UMA AVALIAÇÃO PÓS-MEDIDAS DE INCENTIVO À INDÚSTRIA, LEMBRANDO A REDUÇÃO DE PREÇOS DE ALGUNS MODELOS, ENTRE OUTRAS NOVIDADES. NÃO PERCA


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Coluna N° 2912 de 18 de julho de 2012

Um filme sobre o Anísio Campos. Participe
Repito uma história contada na Coluna há alguns anos. Brasília, auditório do Centro de Convenções, simpósio de estudantes de design e de artes da Universidade de Brasília. Anísio Campos, convidado, faz palestra.

Na plateia, professores, estudantes, interessados, curiosos, antigos pilotos, amigos, profissionais. Ari Rocha, o primeiro designer brasileiro premiado com automóvel no exterior – o urbano Aruanda, 1964, cheio de láureas acadêmicas, professor, pós doutor, etccc. Ouve atento, bebe as palavras de um tempo e de uma atividade que bem viveu.

A seu lado, um professor aparentemente instiga clima de fofoca: “– O que tem este cara aí, sem diploma, deitando falação?” provoca. Superior, generoso, o Ari corta o comentário: “O cara aí desenhou e construiu 13 automóveis neste país. Nós, não.“

Pois é
Quase arquiteto, ex-piloto, criador da Equipe Hollywood, um divisor de águas no automobilismo brasileiro, projetista e construtor de automóveis, pintor, escultor, artista plástico, fotógrafo, palestrante, incentivador de novos talentos, grande papo, ótimo sujeito. 

É civilmente o José Anísio Barbosa de Campos, ou no universo de suas atividades, Anísio Campos. Para os amigos Anísio é uma síntese de tudo. E o único designer brasileiro a projetar e construir muitos veículos e, destes, 13 foram á produção. Um recorde.

Muitas histórias, muitos carros, desde os de corrida, como o AC, cuja estrutura mesclava aço e a carroceria que se lhe encaixava; esportivos nacionais – acerto no Malzoni, projeto do Puma Vemag, co-autoria no projeto do Puma VW e do FNM Onça, buggy Kadron, Del Rey conversível, picape Pampa com cabine dupla removível, Dacon 828, Pag Nik e, mais recentemente o Óbvio, projeto vendido a norte-americanos. Vida tão misturada às corridas e automóveis, Anísio se transformou em linha a costurar histórias, ser apontado como autor de projetos, como o do Simca Tempestade, do qual declina da participação.

Próximo dos 80, sua filha Raquel Valadares executa o que amigos, admiradores e ex-clientes têm vontade: fazer um registro sobre tanta atividade, tantos veículos. Cineasta – diretora de "Corpo de Bollywood, O Povo Quer Cinema", - está com novo projeto em andamento, o documentário "Homem-Carro"

Como diz Raquel, é um documentário <com e sobre> Anísio Campos, um dos maiores "carrozziere" da história automobilística brasileira. Quer mostrar a história e os produtos, pontos de encontro do esmero do artesão com o talento do artista.

Raquel não foi atrás da cobertura da Lei Rouanet de incentivo à cultura, e lançou mão de outro processo, o crowdfunding, colaboração participativa, nada mais do que a reunião de interessados para formar recursos viabilizadores do projeto. 

Custa pouco, relativamente à importância, ao registro, à história, e à oportunidade - uns R$ 60 mil para despesas e custos de viagem aos diferentes lugares onde estão exemplares dos carros construídos por Anísio.

Como diz a entusiasmada Raquel, “Veja e se delicie com o vídeo promo, leia a proposta, confira as contrapartidas oferecidas, contribua e participe da construção de uma grande história. 
ACESSE:

E lembre-se, entre as recompensas tem quadro, escultura e sketches do Anísio. Mas atenção! São em número limitado!”

Quer saber? Cumpri meu dever de escoteiro interesseiro: aderi com 1/59 do custo. Se você gosta de automóveis e admira os vencedores, apoie a iniciativa, entre na lista.

Anísio Campos. A lenda vai virar filme

Um semestre de reativação
Claro, objetivo, Thomas Schmall, o bem sucedido presidente da Volkswagen saiu-se com frase bem definidora em encontro com o ministro Guido Mantega, da Fazenda: “o ano começou em 1º. de junho”.

Sintético e prático deu o retrato da indústria após o letárgico reagir do mercado às medidas de renúncia do governo federal para reativar um dos principais motores da economia, a indústria automobilística, pela isenção do pagamento do IPI dos carros 1.0 e da redução aos de cilindrada superior – importados fora.

O mercado reagiu em junho, aumentando as vendas diárias de 13 mil para 16 mil unidades, crescimento de 8,5% relativamente ao mês anterior e 2,21% considerando junho, do ano passado.

A explicação para os resultados resume-se, na prática da vida, a ter a prestação adaptável ao bolso, independentemente da classe ou do produto. Os incentivos promoveram a soma da redução do preço inicial com a diminuição dos juros liderada pela Caixa Econômica e pelo Banco do Brasil, de efeitos sensíveis nos outros bancos e, parcela paralela, enxurrada de promoções de marcas de nacionais e de estrangeiros.

 A estes, sem vantagens oficiais, restou cortar nas parcelas de custo para se tornarem competitivos – a Mitsubishi vende o Lancer com pacote melhor que outros japoneses feitos aqui ou importados, a R$ 65 mil, menos que os concorrentes locais.

Outro aspecto, embora os valores cobrados como entrada tenham se elevado, o percentual de aprovação dos pedidos de financiamento subiu de 35 para 60%. A Fenabrave, entidade dos distribuidores, por seu presidente Flávio Meneghetti, dá outro bom número de sintonia entre o fazer e o vender: o estoque médio dos revendedores baixou de 39 para 27 dias. Mas, ao final, projeta, o mercado recuará 0,5% relativamente a 2.011, queda não ocorrida desde 2004.

O mesmo Schmall prevê, o mercado doméstico crescerá entre 1 e 2% neste ano, raciocínio seguido pela GM acreditando, da média entre o 1º. semestre fraco com o 2º. de recuperação, haja ligeira alta. Há a se observar todas as perspectivas de crescimento passam, mandatoriamente, pela manutenção das isenções.

Roda-a-Roda
Cabelos – Novo conversível na praça, o Audi A5 dito Cabriolet, no segundo degrau da motorização, 2.0 TSI – 16V, injeção direta de combustível, turbo. Capota elétrica com tratamento acústico, confortos aerodinâmicos para desviar o fluxo de ar. R$ 229.700.

Audi Cabriolet
Pacote – Embrulho bem fornido, incluindo o seguro sistema Quattro, a tração nas quatro rodas sob demanda. Potência contida em 211 cv, torque abundante, 350 Nm a 1.500 rpm, transmissão S Tronic – mecânica, com dupla embreagem operando como automática, 7 velocidades. Acelera e anda: 0 a 100 km/h em 7,3s, final de 238 km/h.


Desce – A JAC baixou o preço do J5, seu sedã médio: R$ 45.990. Pacote completo, seis anos de garantia e, mimo adicional, 20 mil milhas de pontuação no cartão Smiles, da Gol/Varig, bastantes para viagem na América do Sul. Vale para pintura sólida.

Promoção – Para melhorar as vendas do Tiida Sedan a Nissan aplicou transmissão automática de quatro velocidades e, finalmente, ABS aos freios. R$ 46.290.


Avalie – No mercado nacional a Nissan é identificada como pobre em conteúdo e design, e o Tiida Sedan que arrasta este ônus, é de vida curta. A marca divulgou desenho de seu substituto, projetando-se apresentá-lo no Salão de Paris, setembro e, no Brasil, em outubro. Também é mexicano.

Mudou – A Renault festeja performance fora da Europa, com recordes na Russia e no Brasil, e bons resultados com a linha de origem Dacia - Logan, Sandero, Duster. Na sua França e Europa em geral, caiu 14,9% nas vendas.

Clio – A Renault argentina iniciou a corrida de pré-série para novo acerto no Clio – lá batizado de Clio Live. Como a Coluna antecipou, mudança na frente, pequenos acertos de estética e calibração no motor 1.0 para conseguir operação mais suave, com mudança na curva de torque.

Fator Brasil – Vistos os números mundiais da Fiat para o primeiro semestre, a operação Brasil mostra invejável vitalidade. Embora sem divulgar lucros, maiores em nosso país, do faturamento global de 80B de euros, a Fiat Brasil respondeu com 14,8B, quase 20% do volume. Na outra extremidade dos bons resultados, a Chrysler faturou 47B de euros. Europa e África responderam com 19B e Ásia 3.3B. Na frieza dos números a Chrysler e o Brasil puxam a Fiat.

Consequência – Projeção básica, contenção de investimento em novos projetos, e aumento de encomendas, palpites, consultoria italiana aos projetos locais, exportação de dinheiro – desde a crise norte-americana e seu reflexo no resto do mundo – a indústria automobilística tem sido líder em envios.

Calendário – A GM tanto demorou em firulas para instalar fábrica de transmissões, que as condições mudaram, o mercado europeu – maior comprador – caiu, e a empresa perdeu a oportunidade, adiando sine die instalá-la em Joinville, SC.

Razão – Só o tempo dirá exatas razões. Se é o perigoso encolher da alemã Opel, maior compradora, ou se a GM local está em franco processo de prestigio à indústria externa, comprando carros estrangeiros, montados ou não, para substituir os nacionais e promover lucros no exterior – diminuir operações aqui e demitir metalúrgicos, como ocorre em São José dos Campos, SP.

Bom – Por seu lado a Ford contratará 79 metalúrgicos em sua fábrica em Taubaté, SP, vizinha à São José das demissões. No total, 511 contratações pela Ford em sua fábrica de transmissões e motores.

Preço – Informação da Fenabrave, entidade de revendedores autorizados diz, cada emprego criado na indústria automobilística com as reduções de impostos ocorrendo desde 2008, custou R$ 1 milhão. A cifra, recorde, se justifica pela conta: a reduziu-se o recolhimento de impostos em R$ 26 bilhões, e as contratações foram de 27.753 – quase 1 milhão por emprego.

Surpresa – O comportamento e resultados obtidos por um modelo XRC construído no Brasil, nas provas do Campeonato Brasileiro de Rallye supera a láurea e o prêmio, e vale como alavanca para abrir mercado a produto nacional.

? – XRC quer dizer Xtreme Rally Car, utiliza monoblocos de carros nacionais transformados em competitivos 4x4, com reforços estruturais, equipamentos de segurança, motor V6 3.6 litros, 300 cv, caixa de marchas sequencial, diferenciais e suspensão nacionais. Mais ? www.xrcbrasil.com.br.

Acerto – Retíficas de motores por José Arnaldo Laguna, ex retificador e presidente do Conarem, conselho da classe, pedem ao governo federal revisão do enquadramento como prestadores de serviços. No cipoal tributário do país pagam alíquota três vezes superior a demais ramos do comércio.

Situação – Além do imposto, há o problema dos concorrentes. E estes são os ladrões. Hoje é muito mais barato comprar um motor roubado, devidamente documentado, que fazer retífica. O setor se defende com as máquinas de trabalho – geradores, tratores, caminhões, onde a concorrência do genérico é menor.

Aérea – Apesar do enorme aumento de passageiros, as maiores companhias do país, TAM e Gol estão em processo de demissões. Comandantes da Gol estão sendo buscados para voar no Oriente. Recompor quadros é muito mais difícil, caro e demorado que a simples dispensa.

Antigos – Mais snob, elegante e traçador de caminhos no antigomobilismo, o Pebble Beach Concours d’Elegance, em Carmel, Califórnia, 19, agosto, nesta edição criou categoria especial, os Sport Customs. Carros em exemplar único, apenas para uso, desfrute e exibição de paixão e habilidades automobilísticas. Negócio de profissional, seleção por Ken Gross, historiador especializado.


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