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quarta-feira, 11 de julho de 2012

VOLKSWAGEN VAI PRODUZIR O MODELO UP! E UM MOTOR DE TRÊS CILINDROS, NO BRASIL, COM DINHEIRO DO BNDES E A FIAT ESTÁ EMPENHADA EM RECOLOCAR OS CARROS DA ALFA ROMEO NO MERCADO NACIONAL. ESSES E OUTROS ASSUNTOS SÃO O TEMA DA COLUNA DE "CARRO POR AÍ", DE ROBERTO NASSER



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Coluna Nº 2812 de 11 de julho de 2012


Fim do segredo, o novo 

Citroën C3 com motor 1.5

Missão difícil, manter as maiores vendas da marca, o C3 mudado, misto do modelo europeu com as demandas dos sul americanos, chegará ao mercado em agosto. Diferencia-se do europeu pela grade frontal com duas barras cromadas, inspirada no C4; pelas lanternas traseiras com extremidades arredondadas; e o amplo para brisas, interessante assinatura de estilo da marca. Aliás, o grande vidro dianteiro dará o tom do lançamento, na luminosa Brasília de monumentais, coloridos, indescritíveis por do sol.

Novidade está no crescimento do motor antes chamado 1.4, responsável pela alavancagem de vendas no modelo anterior. Cresceu pouco 1.450 cm3, 8V, gera 93 cv com etanol e 89 com gasálcool, mas ganhou muito em torque, agora 14,2 kgmf – quase 1,5 a mais que o anterior - não pelo físico aumento da cilindrada, mas pelos desconhecidos caminhos da eletrônica, através de remapeamento eletrônico.

Transmissão econômica, mecânica, cinco velocidades e a novidade de apresentar ABS em todas as versões. Leque de preços projetado de R$ 46.000 a R$ 58.000 para a versão mais cara, 1.6, 16V, 122 cv, transmissão automática.

Curioso no veículo é que a associada Peugeot faz festa, anuncia o próximo 208 sobre nova plataforma, mas ela aparece pioneiramente com carroceria Citroën.


Novo Citroën C3 com motor 1.5 

Comprando promessas, a pré-venda do EcoSport

Nada a ver, mas aos 14 de julho, data da proclamação da república na França, inicia-se a pré-venda do novo Ford EcoSport. 2.500 unidades com promessa de manutenção de preço, mesmo se o Governo – improvavelmente – determinar o fim do abatimento no IPI.

Negócio direto com a Ford, iniciando-se por cadastro em www.novoecoesport.com.br. Confirmada, ida a distribuidor da marca sinalizando a reserva com R$ 5 mil.

As versões terão o novo motor Sigma 1.6, 16V, flex, todo em alumínio, e são S e FreeStyle. Bem completas, a mais simples porta ar, direção elétrica, vidros dianteiros, travas e espelhos elétricos, multimídia SYNC, BlueTooth, faróis com LED – e, pedagógico sinal de respeito, duas almofadas de ar e freios com ABS.

Vendas em agosto
Não ficou claro se o sinal garante preço. Para lembrar, ao lançamento do 1º. Eco os distribuidores aplicaram o que poderia chamar de Delta de Incontido Entusiasmo, e majoraram a tabela virilmente. A Ford aproveitou a resposta do mercado, que se dispunha a pagar o adicional, e o incorporou ao preço.

O lançamento atrasou. Por alguma razão sul americana abaixo do Equador na Ford os prazos não são cumpridos. Aconteceu com o novo Ranger, repete-se com o Eco. Apresentação à imprensa dias 4 e 5 de agosto. 



Novo EcoSport


 A profissionalização da 
venda dos antigos, clássicos e especiais

Comprar veículo clássico ou antigo, itens com particularidades, detalhes, minúcias, é muito diferente de entrar numa revenda para adquirir um veículo comum. Há perigos no negócio, estórias que não se atam, conselhos de pouca verdade. 

Como saber, por exemplo, se o belo conversível não é um convertido – um cupê com teto cortado –, veículo sem valor, mas pelo qual se paga o preço da originalidade? Se o senhorial Rolls-Royce não é uma misturada de peças, com a carroceria fabricada no Brasil, e com números de identificação que não se enquadram no britânico registro geral da marca ?

Há poucos anos inaugurou-se em S Paulo a Prestige Motors. Posição clara, solidez, sobriedade empresarial. Vai muito bem, obrigado, em expansão, dois endereços, um dos quais na rua Colômbia, endereço chique e caro, onde estão as marcas de prestígio e preço.

Agora é a vez de Belo Horizonte, praça com um dos melhores acervos e refinada listagem de colecionadores de antigos. Eduardo Brasil, sempre envolvido profissionalmente com automóveis, ex-concessionário GM, abriu loja com o mesmo nome, Brasvel, e complementa com o objetivo: Antigos & Importados. Em 4.500 m2 quer vender importados novos, usados, importar e vender antigos, clássicos, veículos diferentes. E fechar o círculo de responsabilidade com assistência técnica e restauração de antigos.

Traz novos e antigos à vontade do interessado, e concorrerá no mercado não apenas com a promessa de assistência, mas com a possibilidade de preço menor pelos custos mais reduzidos para uma operação enxuta, fora de uma grande montadora.

Brasvel, importados, antigos e clássicos em BH 

Com empréstimo do BNDES 
VW fará o UP! e motor 3 cilindros

Para “aprimorar tecnologias já desenvolvidas em veículos lançados em outros países”, segundo seu comunicado, o BNDES emprestou R$ 342 milhões para a Volkswagen fazer sedan e subcompacto novos, e retocar o restante da linha. Faz parte do projeto do governo federal em fomentar a competitividade dos produtos nacionais através de atualização.

O sub compacto é o UP! com a importante novidade de motor atualizado, construído em alumínio, 1.0, 16 válvulas – e três cilindros. Será o carro de base, o de menor preço da lista.

Na Europa, em duas e quatro portas, é agradável em uso e surpreendente pelo nível de equipamentos desde a versão de base: freio automático ante obstáculo, direção elétrica, almofadas de ar frontais e laterais, freios com ABS e ESP. Isto a preço de carro simples, 9.800 euros – a linha onde os europeus separam os caros dos baratos - uns R$ 25 mil com imposto de gente civilizada.

Concorrerá com o novo Toyota, Hyundai/Kia, novo Renault Clio, Ford Ka, Chevolet Spark – o substituto do Celta.

Não será mais um carrinho na lista da Volkswagen, mas um recomeçar a história do Fusca no Brasil.

P! Empréstimo do BNDES garante o projeto



Roda-a-Roda 

De volta – O processo é longo, mas a volta da Alfa ao mercado brasileiro parece certa e atrelada à Chrysler. A Fiat, controladora das duas, avocou o controle. Não quer erros.

Posição – Não será apenas marca a mais, mas fazer da Alfa uma Audi italiana. Ou seja, os Alfa ditarão a tecnologia para as outras marcas do grupo, exceto as esportivas Ferrari e Maserati, superiores. Como ocorre na Audi.

Como – O carro símbolo da volta aos EUA, mercado fundamental no projeto, será o maior da linha, baseado no Dodge Dart, criado sobre a plataforma modificada ex-Marea. O Alfa equivalente, produto de responsabilidade e no qual não pode haver erros, está sob o lápis de Lorenzo Ramaziotti.

Idem – É o designer chefe, que dará cara e jeito italianados de Alfa. Motor do novo Chrysler V6 Pentastar, com a receita aviada no descontinuado 159: trabalho Alfa sobre cabeçotes, escapamento, programação eletrônica dinâmica, ajuste de suspensão, direção e freios de sensações européias. Os 275 cv do V6 Chrysler devem ascender a uns 400 com aplicação de turbo em busca da imagem de performance e diferenciação.

Frase – Deve aproveitar a situação invulgar da Ford, única a sobreviver com dignidade e autonomia na crise, e usar a conhecida frase do mito Henry Ford:

“ quando vejo passar um Alfa Romeo tenho vontade de tirar meu chapéu”

Onde – A Fiat precisa do mercado dos EUA para crescer e sedimentar-se, dar lucro, sobreviver. Ninguém sabe como ficarão as relações econômicas e comerciais inter-países com a crise desenhada no horizonte e, por isto, faze-lo na China e exportá-lo aos EUA foi descartada. Será feito na China e nos EUA.

Aqui – É factível a produção nas instalações industriais que a Fiat diz implantar em Goiana, Pe. Lá, além de novo carro pequeno para Brasil e Mercosul, poderá abrir espaço e ter linha comum para esta plataforma, montando duas variáveis: Dodge Dart e Alfa – chamado de Giulia.

Quando – Nos EUA em 2014. A sinalização formal ocorrerá no terceiro sábado de agosto. À data a Fiat North America patrocinará o Concorso Italiano, como o nome diz, encontro de automóveis italianos nas beiradas de Carmel, CA. Nada disse ano passado, quando esperado – mas não pode delongar, senão o Dodge Dart inicia envelhecer.

O pulo – A manobra da família Porsche usando a empresa para assumir o controle da Volkswagen terá fim. A aparentada família Puech, controladora da Volkswagen, deu o pulo do gato e assumirá o controle da Porsche. Disputa entre primos. A VW pagará 4.46B de euros por 50,1% das cotas.

O dono - É tipo chave de ouro para formal fechar da carreira de Ferdinand Puech à frente da VW. Após o mandado de CEO, preside seu conselho, às vésperas de deixá-la aos 75 anos, continuará mandando: Ursula, sua mulher, ganhou lugar na mesa e deve ser a voz sucessora. Puech, como os Porsche, é neto do professor Porsche.

Vem – Virá a Venezuela para o Mercosul ? A presença de novo parceiro bom consumidor supera o receio do convívio do sem freios Hugo Cháves ?

A feijoada institucional – a coisa está preta e não se veem os ingredientes com clareza – inclui o governo do Paraguai em busca de rótulo jurídico; o Uruguai ameaçando sair; a Argentina cheia de independência em meio á confusão econômica; o Brasil sócio maior, sem se impor.

O que – Tema da Coluna, intercâmbio com veículos, por conta do regime econômico chavista, difícil por defasagem, exceto nos caminhões russos Maz. Dentre os leves, pelo controle interno de dólares, a produção ou montagem local é de veículos superados – mais do que se articula fazer no Mercosul. Peugeot 405 dito Centauro; Kia Pride, descontinuado em 2000 e lá o Turpial. Chrysler com Cherokee antigo. Difícil sair negócio.

Negócio – A Aliança Renault-Nissan fechou contrato exclusivo de locação com a Danone: fornecerá veículos de suas marcas Renault, Nissan, Infiniti e Dacia em 25 países pelo prazo de cinco anos. Nada menos que 15.000 unidades!

Cai – Fechado o semestre, as vendas dos importados caíram 21,6% em relação à metade do exercício passado. Cairão mais até o final do ano porque neste os números misturam estoques antigos, sem aumento, com novo, punido.

Porquê – Explicação simples, as vendas caíram porque os preços se elevaram com a aplicação pelo governo de 30 pontos percentuais sobre os carros não produzidos ou sem peças nacionais. Na verdade é medida de proteção aos nacionais – mas coloca o país sob o perigosíssimo risco de descobrir-se, nos próximos anos, fazendo carros tão defasados e de impossível exportação – como os da Venezuela.

Esperança – Os importadores esperam que o governo crie regra de convívio e aumento de vendas para evitar demissões de vendedores e mecânicos. Apostam na criação de cotas – mas ninguém sabe os critérios para os cálculos de quantificação. O governo montou a bomba mas não sabe como desarmá-la.

Preferidos – Levantamento da Arval Brasil, francesa de gestão de frotas empresariais indica que os grandes executivos preferem os utilitários esportivos e cross overs como carro-benefício. A opção cresceu 400% de 2007 a 2011.

Acerto – Fácil identificar os caminhõezinhos Kia Bongo com motor enquadrado no programa de emissões. Os motores 2.5 diesel com turbo e intercooler evoluíram de 94 para 130cv, ganhando transmissão de seis marchas, estofamento em tecido. Por fora nova grade frontal.

Mercado – A montagem das motos MV Agusta em Manaus incrementou vendas. Em seis meses 200 unidades, maior que as 140 vendidas em quatro anos como importada.

No caminho – Menos de três semanas após encontro com 150 possíveis fornecedores, a Chery acertou o fornecimento de estamparia, para choques, rodas, instalação elétrica. A empresa corre para produzir em final de 2013.

Melhor – Com aval da Fundação Vanzolini a Michelin realizou série de testes para mostrar a superioridade dos pneus radiais sobre os convencionais também nos trabalhos agrícolas. Segundo diz, os resultados são de 30% em economia de combustível e 45% em compactação do solo.

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