N°688 - 5 de julho de 2012
Fernando Calmon
LANÇAMENTOS EM CADEIA
O calendário está ficando cada vez mais curto para tantas
novidades no mercado brasileiro, sem contar o que chega do exterior de países
que não Argentina e México, com os quais o BrasilL fez acordos comerciais e
taxação diferenciada.
O monovolume Chevrolet Spin e as novas picapes Ford Ranger
foram apresentadas à Imprensa com intervalo de três dias. As vendas de ambos
começam ao longo deste mês.
O Spin, baseado na mesma plataforma do Cobalt, toma o lugar
do Meriva e acrescenta uma versão de sete lugares. O Zafira, também de sete
lugares, na prática deixou de ter um sucessor, pois se derivava do médio-compacto
Astra e a distância entre-eixos era 8 cm maior.
Curiosamente, o Spin é 2,5 cm
mais comprido que o Zafira, mas se trata de veículos de conceitos e gerações
diferentes. Na Europa, a Opel produz Meriva e Zafira bastante diferentes entre
si e do que deixou de ser produzido aqui.
Livina e Grand Livina (sete lugares), Idea e C3 Picasso,
além do chinês J6, são rivais em um segmento que encolheu ao passar do tempo
com o avanço de sedãs e SUVs.
Esteticamente o Spin não empolga, em especial na
harmonia entre frente e traseira. A configuração interna reserva bom espaço
para cabeça, pernas e ombros: ora perde, ora ganha por diferenças milimétricas
dos concorrentes da Nissan e da Fiat. Na média, um pouco melhor.
Painel e acabamento, iguais ao do Cobalt, apostam na boa relação
custo-benefício. A terceira fileira de bancos, previsivelmente, tem acesso razoável
para entrar e nem tanto para sair. O Chevrolet destaca 32 porta-objetos e maior
porta-malas (5 lugares, 710 litros; 7 lugares, 162 litros apenas). Entre os acessórios
de concessionárias há câmera de ré.
Seu motor de 1,8 litro (108 cv/17,1 kgf.m) ficou mais
econômico, porém perdeu potência e torque em relação ao anterior, fato desabonador.
Preços demonstram que poderá segurar a liderança entre os seus pares: LT parte
de R$ 44.590 e LTZ, de R$ 50.990. Por pouco menos de R$ 4.000, LTZ pode vir com
câmbio automático de 6 marchas e controle de cruzeiro.
Quanto à Ranger, a Ford executou um trabalho realmente
forte. Investiu mais de US$ 1 bilhão, recriou tudo na sua picape média e cobriu
quase todo o espectro do segmento. A oferta impressiona: três motores (dois a
diesel e um flex), três caixas de câmbio (duas manuais de 5 ou 6 marchas e
automática, de 6), quatro versões de acabamento, cabines dupla e simples,
tração 4x2 (só com motor flex) e 4x4.
O motor diesel, um 5-cilindros de 3,2 l de
origem Ford, é o mais potente entre as picapes: 200 cv. Torque de 47,9 kgf.m se
iguala ao da S10. O motor flex de 2,5 l/173 cv é o mesmo do novo Fusion, com
diferente calibragem.
Linhas imponentes destacam a forte inclinação do para-brisa
e um arco de segurança estilizado, sem exageros. O nome Ranger aparece
valorizado em friso cromado frontal e na tampa da caçamba. Generosa distância
entre-eixos, de 3,22 m, garante bom espaço para joelhos de quem senta no banco
traseiro.
Evolução marcante no interior inclui quadro de instrumentos de visual
moderno e tela multimídia de 5 pol para navegador GPS. Acabamento surpreende e não
existem parafusos aparentes. Câmera de ré (imagem no retrovisor) fica embutida
no emblema traseiro.
Capacidade de carga – até 1,4 tonelada – e de ultrapassar cursos
de água (vau) – 80 cm – também são referências na categoria.
Posição de guiar
assemelha-se à de um automóvel e com os mesmo recursos, nas versões mais caras,
como comandos elétricos nos bancos. Suspensões e nível de ruído estão bem
melhores que antes.
Câmbio manual de 6 marchas mostra alguma imprecisão, mas o
automático é muito bom. Controle de trajetória com oito funções e seis airbags
colocam em nível alto a segurança. Os preços, bem competitivos, vão de R$
61.900 a R$ 130.900.
Em comum, Spin e Ranger oferecem três anos de garantia total,
que deveria ser o padrão no Brasil.
RODA VIVA
APENAS no
primeiro semestre de 2013 a filial argentina da PSA Peugeot Citroën terá fôlego
para colocar em produção o sucessor do Citroën C4 Pallas. Linhas já são conhecidas
porque o carro estará à venda antes na China, como C-Elysée e C4 L (entre-eixos
maior), e fotos foram divulgadas. Como de praxe, os modelos do oriente e do
ocidente não serão idênticos.
NOVO Série 3, da
BMW, chegou ao mercado brasileiro nas versões 328i, 245 cv (R$ 171.400 a R$
229.950) e de topo 335i, 306 cv (R$ 294.950). Em um mês, o 320i, de menor preço
e mais vendido, partirá R$ 129.950. Os valores comprovam que os importadores
apertaram bem suas margens para competir. Série 3 tem ido além do esperado no
mercado mundial.
TRAJETÓRIA da AMG
completa 45 anos como uma operação de sucesso de “esportivação” de modelos de
rua. Especializada em produtos da Mercedes-Benz, foi comprada pela marca alemã
aos poucos e há sete anos é uma divisão integral da companhia. SLK 55 AMG, motor
V-8 biturbo de 421 cv/55 kgf·m, acaba de ser lançado no Brasil. Preço: US$
244.900 (R$ 485.000).
__________________________________________________
fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário