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quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Produção de 164 mil unidades em agosto foi 0,3% maior que em julho, mesmo com paralisações de fábricas. Inflação e crise dos semicondutores preocupam a Anfavea


São Paulo, 8 de setembro de 2021 – Apesar das paralisações totais ou parciais de 11 fábricas ao longo do mês de agosto, por conta da crise dos semicondutores, o esforço logístico das montadoras permitiu que a produção de 164 mil unidades superasse em 0,3% o volume de julho. Segundo o levantamento mensal feito pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), houve queda de 21,9% na produção em relação a agosto de 2020, quando ainda não havia falta de componentes eletrônicos. Este foi o pior resultado para um mês de agosto desde 2003.

O quadro de vendas de veículos no País apresenta um aumento da comercialização dos SUVs que representou 48% do mercado e foi maior do que as vendas de hatchs e sedans juntos. Os híbridos e elétricos tiveram vendas de 3.639 unidades, respectivamente.  

Após tantos meses rodando a um ritmo abaixo da demanda, os estoques nas fábricas e nas concessionárias estão sendo consumidos rapidamente, e sem condições de renovação nos pátios a curto prazo. A ANFAVEA reporta que, na virada do mês, havia apenas 76,4 mil unidades disponíveis, estoque suficiente para menos de duas semanas de vendas, o que explica as filas de espera para vários produtos. É o pior nível em mais de duas décadas, gerado não apenas pela pandemia, mas pela crise causada pela falta de semicondutores. Luís Carlos Moraes, presidente da Anfavea, as perdas de produção no 1º semestre do ano se fixou em 120/130 mil unidades, número que até o final do ano deverá dobrar.

“Essa situação dos semicondutores traz uma enorme imprevisibilidade para o desempenho da indústria no restante do ano. Num cenário normal, estaríamos produzindo num ritmo acelerado nesta época do ano, quando as vendas geralmente ficam mais aquecidas”, afirmou o presidente da ANFAVEA, Luiz Carlos Moraes. “No ano passado tínhamos boa produção no segundo semestre, mas uma demanda imprevisível em função da pandemia. Neste ano, temos a volta da demanda, mas infelizmente uma quebra considerável na produção”, acrescentou.

A baixa oferta de produtos derrubou mais uma vez os números de licenciamentos. Foram 172,8 mil unidades vendidas, no pior agosto desde 2005. A queda foi de 1,5% sobre julho e de 5,8% em relação a agosto de 2020. Em meio à retração, alguns segmentos se destacam positivamente. Pela primeira vez na história os SUVs venderam mais que a soma de hatches e sedãs no país. Também os híbridos e elétricos tiveram participação recorde nas vendas, com 3.873 unidades, 2,4% de todo o mercado.

Outros destaques positivos são a reação das exportações e a manutenção do nível de emprego ao longo da pandemia. Após recuo em julho, as exportações reagiram em agosto, com alta de 23,9% sobre o mês anterior. Ao todo foram 29,4 mil autoveículos embarcados, 5,5% a mais que em agosto do ano passado. O segmento de caminhões é outro que colhe bons resultados, mesmo em meio à carência de certos insumos. A produção de 15 mil unidades cresceu 1,1% sobre julho, enquanto as vendas de 13 mil unidades representaram alta de 8,1% sobre o mês anterior.

Luís Carlos mostrou-se preocupado com os níveis inflacionários em torno de 9%, que afeta o custo dos financiamentos, hoje em 22% e que deve chegar a 26% até o fim do ano. Ele comentou ainda que esses índices têm a ver com a situação da economia nacional que leva os empresários brasileiros a deixar os dólares no exterior.

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