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quarta-feira, 6 de outubro de 2021

ANFAVEA revisa suas projeções para vendas, produção e exportação de veículos em 2021 e se coloca literalmente contrária contra a importação de veículos usados




São Paulo, 6 de outubro de 2021 – As vendas de veículos novos este ano podem variar de 2,038 milhões a 2,118 milhões, ou seja, com cenários de queda de 1% a crescimento de 3% na comparação com 2020. A produção deverá variar entre 2,129 milhões e 2,219 milhões, o que representará um aumento de 6% a 10% quando comparado com o ano anterior. Já as exportações, nas estimativas da ANFAVEA, ficarão em um intervalo de 357 mil a 377 mil unidades, alta de 10% a 16%.

Os dados foram divulgados na manhã desta quarta-feira (6) pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, durante a live com a Imprensa, quando divulgou as novas previsões para o fechamento do ano em licenciamento, produção e exportação de novos veículos.

A atual crise de fornecimento dos semicondutores tem impactado a fabricação de veículos no mundo todo. Calcula-se que a indústria automotiva global perderá de 7 a 9 milhões de veículos produzidos em 2021, retornando a níveis de 2020. A falta de insumos, aliada ao aumento de custos e dificuldades logísticas, também tem afetado diretamente a produção do setor no Brasil. 



Atualmente, revelou o presidente da Anfavea, as montadoras têm em seus pátios entre 160 mil e 190 mil aguardando semicondutores.

Este cenário fez com que a Anfavea precisasse revisar suas projeções para o ano. A dificuldade é grande, dadas as incertezas geradas pela crise dos semicondutores. Com isso, a entidade trabalha com um intervalo de possibilidades para o ano, a depender do abastecimento para a produção de suas fábricas.

“Nunca havíamos tido tanta dificuldade em enxergar o cenário em curto prazo na indústria automotiva. As incertezas para garantir a produção de veículos é grande com a crise de fornecimento global. Estamos presenciando uma procura por parte dos consumidores para compra de novos produtos, mas não temos unidades para atender à demanda”, explicou Luiz Carlos Moraes.


Foi abordada também a carga tributária que incide sobre os veículos no Brasil em comparação com os demais países em 2020. No nosso País incidem sobre os veículos 44% de impostos o dobro do que os italianos pagam ao fisco, 22%, como se pode ver no quadro acima que mostra ainda os impostos na Espanha (21%), Reino Unido (20%), França (20%), Alemanha (19%), Japão (13%) e Estados Unidos (7%).

Resultados até setembro

A associação divulgou também o balanço da indústria automobilística até setembro. No último mês, 155,1 mil veículos foram licenciados, o que significa queda de 10,2% sobre agosto, com 172,8 mil unidades. Este é o pior resultado do setor desde junho de 2020. Quando analisado o acumulado do ano, a comercialização cresceu 14,8%, com 1,577 milhão este ano e 1,374 milhão em 2020. O dado foi impulsionado especialmente pelo segmento dos comerciais leves, que envolve picapes, furgões e vans.

As exportações registraram 277 mil unidades no período acumulado de 2021, um aumento de 33,8% frente às 207 mil do ano passado. Porém, na análise mensal, há um recuo de 19,7%, com 23,6 mil unidades em setembro comparadas às 29,4 mil em agosto. A baixa das exportações no ano ocorreu principalmente em razão da crise de abastecimento dos semicondutores nas montadoras.

Ao todo, 173,3 mil unidades foram produzidas no último mês, uma diminuição de 21,3% sobre as 220,2 mil de setembro do ano passado. Nos nove meses já transcorridos do ano, a indústria fabricou 1,649 milhão de unidades, o que representa uma expansão de 24% em relação ao volume de 1,330 milhão do ano passado. Apesar do número positivo no acumulado, o número ainda está bem aquém do desejado e esperado. O volume fabricado até setembro foi puxado em sua maioria pelos comerciais leves (+46,5%) e pelos caminhões (+103,7%).

O presidente da Anfavea colocou-se literalmente contra a importação de veículos usados, tema que está sendo discutido na Câmara de Deputados. "Não se justifica uma ação dessa natureza, na medida em que as montadoras trabalham no sentido de os veículos serem equipados com os melhores e mais modernos dispositivos tecnológicos", defendeu.

Ele também considerou inadequada a discussão para liberação de carros a diesel no País quando os países adiantados seguem exatamente o caminho diferente e cada vez mais reduzir a circulação desses veículos mais poluidores. O assunto também é alvo de avaliação no Congresso Nacional.

Veja aqui a Carta da Anfavea com as informações detalhadas: https://anfavea.com.br//cartas/carta425.pdf

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