Coluna Fernando Calmon
Nº 1.207 — 30/06/22
ICMS alivia preço dos combustíveis,
mas ainda é preciso economizar
Dois Estados da
federação, São Paulo e Goiás, saíram na frente e baixaram o ICMS sobre
combustíveis de acordo com a nova lei federal que limita a 17% ou 18% a
alíquota máxima. São Paulo reduziu de 25% para 18% o imposto sobre a gasolina,
o que significaria uma diminuição de R$ 0,48 e uma média estadual esperada de R$
6,50 por litro. Goiás implantou a alíquota de 17%. Os outros Estados resolveram
apelar ao Supremo Tribunal Federal.
Segundo estudo do
Sindipeças, a frota brasileira circulante é composta por 72,7% de veículos
flex, 15,6% apenas gasolina e 11,2% a diesel. A primeira conclusão é que o etanol
vai se tornar menos atraente frente à gasolina para os paulistas, os maiores
produtores e consumidores do combustível de origem vegetal, e em outros quatro Estados
em que o ICMS é bem menor para o etanol. Em São Paulo etanol tem ICMS de 13,3% e
gasolina agora 18%. Assim combustíveis fósseis são estimulados ao contrário do
que acontece no mundo.
No Brasil estamos em
plena safra de cana e de produção de etanol. É o período de quatro a seis meses
em que este combustível baixa de preço e se torna competitivo frente à gasolina.
A conta a fazer é multiplicar por 0,7 o preço da gasolina; se o etanol estiver
abaixo do valor encontrado, vale a pena utilizá-lo.
A gasolina padrão
usada na aferição obrigatória de consumo do Programa Brasileiro de Etiquetagem
Veicular contém 22% de etanol anidro. Entretanto a gasolina atual com 27% de
etanol anidro pode ter feito subir para 0,72 ou 0,73 aquele multiplicador, o
que tornaria o etanol hidratado vendido nas bombas ligeiramente mais
competitivo. Isso depende de características de cada motor. Ideal é calcular o
consumo de gasolina e de etanol nos trajetos habituais e eleger seu próprio
multiplicador.
Se a referência escolhida
for emissão de CO2 (um dos gases de efeito estufa), desde a origem
até o que se emite pelo escapamento (critério conhecido como poço-à-roda), aí o
etanol é imbatível.
Nestes momentos de
combustível muito caro há a regra número um: desconsiderar dispositivos
“mágicos” que prometem reduzir o consumo. Nenhum deles entrega o que promete.
Afinal, todas as fabricantes dispõem de departamentos de engenharia que estudam
a melhor combinação entre consumo e emissões. Depois cada produto precisa ser
homologado. No Brasil pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade
e Tecnologia).
Entretanto, o aumento
constante de preço dos combustíveis fósseis é um pesadelo sem data marcada para
ter fim. A guerra iniciada pelo ataque da Rússia à Ucrânia fez disparar em mais
de 80% os preços internacionais do petróleo, seus derivados e gás natural. Alguns
acreditam em um acordo de paz até agosto; para outros, só no fim do ano.
Então, vale a pena
relembrar algumas regras que podem melhorar o consumo dos motores de automóveis
e comerciais leves com qualquer combustível. Ao longo do tempo vão sendo
esquecidas.
· Não transportar peso inútil a bordo ou algo
esquecido no porta-malas.
· Se não for viajar, evite encher o tanque
completamente. Combustível pesa.
· Além de calibrar os pneus no mínimo a cada 10
dias, pode-se aumentar a pressão em 10%.
· Manter rodas sempre balanceadas e bem alinhadas
(convergência e câmber, este quando existir ajuste).
· Não esquecer ou ter preguiça em trocar logo para
marchas superiores no câmbio manual.
· Não coloque o câmbio em ponto morto. Freio-motor
ajuda a economizar combustível.
· Manutenção mecânica e elétrica do manual do
proprietário deve ser seguida à risca.
· Se está parado no trânsito por três ou quatro
minutos, sem solução à vista, desligue o motor.
· Em estradas deixe os vidros fechados ou apenas
uma fresta aberta.
· Use ar-condicionado com moderação.
· Não aquecer motor frio com carro parado.
Ligue-o e saia dirigindo normalmente.
· Nas rodovias, imprima velocidade 10% inferior
à máxima permitida.
· Ao substituir pneus, mantenha a medida
original. Pneus mais largos, maior o consumo.
Audi retoma a produção no Brasil em regime SKD
Com investimento de
R$ 100 milhões, contratação de até 200 novos colaboradores e capacidade de entregar
4.000 unidades por ano em dois turnos a Audi volta a produzir no Brasil desde
29 de junho. Desta mesma linha de montagem em São José dos Pinhais (PR) saiu o hatch
A3 entre 1999 e 2006. Em 2015 a fabricação foi retomada com o A3 sedã e, no ano
seguinte, o SUV Q3. O final do ciclo de vida destes dois produtos encerrou a
produção, primeiramente do SUV (2019) e depois do sedã (no final de 2020).
Agora a realidade é
outra na indústria automobilística brasileira. A Audi optou pelo regime SKD de
unidades semidesmontadas vindas da fábrica da marca em Györ, na Hungria. Trata-se
de alternativa mais racional para modelos de baixo volume de produção e alto
valor agregado dentro da faixa de preço de R$ 300.000.
Os modelos que estão
saindo da unidade paranaense são o Q3 e o Q3 Sportback, ambos com tração 4x4 (conhecida
como quattro), câmbio automatizado de
oito marchas, motor 2 litros turbo de 231 cv, banco traseiro corrediço e
porta-malas de 530 litros.
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