*Alan Lewkowicz
Só quem dirige um automóvel sabe o prazer da liberdade de ir e vir, no dia e hora que melhor convier, e no conforto particular do seu carro. Voltando um pouco no tempo, ter um veículo era sinônimo de status, assim como ter uma linha telefônica e, principalmente, ter uma casa própria. Vindo mais prá cá, há mais ou menos 30 anos atrás, o carro ainda representava um excelente bem material, onde servia, inclusive, como entrada para aquisição de um imóvel.
Contudo, um outro modelo de negócio chegou para revolucionar a forma de se relacionar com o carro. Há pelo menos cinco anos, o carro por assinatura é uma forma de aquisição de um automóvel pagando-se um valor mensal por um tempo determinado. Nessa leitura, fica o questionamento, então, entre a diferença de assinar um carro ou comprar.
Há empresas, como as locadoras que conseguem comprar o veículo com desconto, ou mesmo as próprias montadoras, obtendo vantagens em ter custos diluídos na sua estrutura. Logo, com um custo menor, conseguem oferecer uma mensalidade atraente para o cliente. No entanto, é imprescindível fazer a conta e ver se bate, porque tudo vai depender também do modelo, do ano e de outras variáveis para entender se, matematicamente, vale a pena ou não.
Com a compra de um veículo, os custos atrelados a ele vem de carona com o comprador. Despesas com IPVA, licenciamento, seguro e manutenções são premissas para dirigir, sob pena de multa – no caso de não pagamento dos tributos obrigatórios por lei –, além da questão em manter o carro em perfeitas condições dos seus principais componentes para rodar com segurança. No caso de veículos novos há, ainda, despesas com emplacamento.
No entanto, com a vida cada vez mais agitada das pessoas – principalmente aquelas que vivem em grandes metrópoles –, exige-se um tempo para realizar uma revisão, mesmo que básica, como troca de óleo, filtros e pneus. Nesse contexto ainda entram eventuais desgastes, que podem ser mais complexos e demandar mais tempo do motorista que, então, deve encostar o veículo e realizar os reparos necessários. Inclusive, há a possibilidade de um carro reserva nos dias em que o cliente ficar sem o veículo.
Pensando na comodidade desse grupo de condutores, a modalidade de carro por assinatura é uma excelente opção, pois, ao adquirir um veículo nessas condições, o motorista paga um valor mensal à locadora, e todos os gastos com manutenção, impostos e taxas ficam por conta do locatário. É pegar o carro, abastecer e cuidar de outras coisas mais importantes na vida.
Porém, tudo requer cautela. Ainda precisa ser um motorista atento, pois as multas adquiridas no período em que o condutor estiver com o carro, ele quem deverá arcar com as mesmas. Além disso, o carro deve ser mantido em perfeitas condições de aparência, como na aquisição do mesmo junto à locadora. Eventuais descuidos, como riscos, amassados e manchas também serão cobrados do motorista. Em casos de acidentes de trânsito, a taxa de franquia também será arcada pelo condutor do veículo para acionamento do seguro. Nesse caso, na contratação da assinatura, deve ser analisada a cobertura do seguro, resguardando-se de surpresas desagradáveis em caso de sinistro.
Pagar uma assinatura de um automóvel, ao invés de comprá-lo, também pode ser mais atraente do ponto de vista do mercado atual, principalmente para quem dispõe do recurso para adquirir um carro à vista, pois, devido às elevadas taxas de juros, é mais negócio deixar o dinheiro investido e rendendo.
O custo-benefício em adquirir um carro por assinatura é um tanto peculiar. Então, de um modo geral, a pergunta que fica para reflexão e entendimento das necessidades pessoais é, quanto vale o seu tempo? Ou seja, quanto você valoriza não ter que se preocupar com questões burocráticas que tomam boa parte do dia. Em casos em que o tempo que sobra é aquele de reabastecer, o carro por assinatura é uma excelente opção de escolha.
*Alan Lewkowicz é administrador de empresas (ESPM) e CEO da ComparaCAR. Foi Diretor de Operações do Grupo Aba e sócio conselheiro da Maestro Frotas.
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