Um dos principais centros de tecnologia da GM no mundo, o Campo de Provas da Cruz Alta (CPCA) acaba de completar 40 anos e atualmente reparte com supercomputadores a tarefa de desenvolver e validar carros Chevrolet com elevado grau de confiabilidade e segurança.
Para Luciano A. Santos, diretor do CPCA, apesar do avanço da informática, experimentos práticos ainda são indispensáveis neste processo. Confira os principais trechos da entrevista: Se houvesse um ranking, em qual lugar ele estaria no mundo? - O CPCA é o maior do gênero no hemisfério Sul e o segundo mais completo dentro da GM no mundo, atrás apenas do campo de provas de Milford, em Michigan, nos Estados Unidos. É possível desenvolver um carro de padrão global com os laboratórios e as pistas de teste que a GM possui em Indaiatuba? - O CPCA tem praticamente todas as facilidades necessárias para o desenvolvimento de um produto mundial, com exceção de alguns laboratórios que, devido a seu elevado custo, são estrategicamente únicos e de uso compartilhado entre todas as filiais da GM. Entre eles, o túnel de vento e o laboratório de interferência eletromagnética para veículos em escala real. - A GM desenvolve seus produtos com base em procedimentos globais de qualidade. Mas, como cada país tem legislação e condições de tráfego bastante específicas, os testes precisam logicamente contemplar isso. No Brasil, por exemplo, os veículos precisam ter um sistema de suspensão adequado para aguentar muitos buracos, valetas, lombadas. - Temos algumas pistas peculiares, como as de durabilidade, copiadas dos perfis das ruas e estradas brasileiras. Mas como o CPCA executa serviços de engenharia para produtos que serão comercializados globalmente também, é preciso ter os mais variados tipos de circuitos. Outro importante diferencial da Cruz Alta são as atividades agrícolas, cuja renda ajuda na manutenção das instalações e no custeio de projetos ambientais do próprio campo de provas. Em um momento em que quase a totalidade das avaliações de um veículo podem ser simuladas em computadores, qual a necessidade de um campo de provas? - As simulações aceleraram e aperfeiçoaram o desenvolvimento de um automóvel, e com economia de recursos. No entanto, existem ainda muitos processos aonde a integração entre o homem e o automóvel são necessárias para calibrações e refinos. - Principalmente as avaliações de componentes passíveis de tunning, como amortecedores, molas e coxins. Em quanto um campo de provas como o da Cruz Alta pode acelerar o processo de gestação de um novo veículo? - O campo de provas por si só não acelera o desenvolvimento do veículo. Mas conseguimos em seis meses de testes alcançar um grau de desgaste do automóvel que um consumidor normal levaria aproximadamente 10 anos. - O Campo de Provas da Cruz Alta é o mais completo dentro dos poucos que existem no Brasil. Podemos afirmar que a General Motors como corporação sempre foi líder em testes veiculares, apoia o desenvolvimento regional e acredita na capacidade dos engenheiros brasileiros. Os outros fabricantes devem ter suas razões e considerações para não investirem em um centro local, mas nós não as conhecemos. - Todos os produtos globais acabam de certa forma passando pelo campo de prova da Cruz Alta. Isso também depende de questões estratégicas, entre elas a distribuição da carga de trabalho entre os centros tecnológicos da empresa pelo mundo. O que é feito com o veículo depois que ele completa seu ciclo de testes no CPCA? Mantemos aproximadamente 200 veículos de teste, incluindo protótipos e modelos da concorrência, para comparações. Todos, porém, não voltam às ruas. São desmontados para análise minuciosa e seguem depois para desmanche. |
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