De BMW Grand Coupê, na
Itália
A Sicília, ilha distante 3 km
da Itália, tem capital em Palermo, virada para a Europa, imprensada entre o Mar
Tirreno e uma cadeia de montanhas. A Sudoeste, na costa para o mundo, a pequena
Agrigento, próxima à famosa Corleone, pode ser atingida por auto-estrada, duas
pistas, 94 km em asfalto liso, sem emendas, buracos, depressões, bem sinalizada,
defensas e guard-rails, clara em informações e sinalização.
Não é
pedagiada, como se crê no Brasil única condição para estradas boas, porém, isto
existe, em respeito ao contribuinte devolvendo o produto de seus impostos, e
Justiça punindo a empreiteira que superfatura, entrega de menos, e o
funcionário público venal, recebendo produto inferior ao contratado, parcelas
na conta de nosso subdesenvolvimento.
Há outra estrada, sem as retas
longas, as curvas de amplo raio. 50 km mais comprida, entrega emoções como
encontro de muitos caminhos abertos desde 600 A.C. pelos cascos das montarias
de africanos, cartagineses, godos, alemães, romanos, franceses,... agora unidos
com alguma engenharia.
Mão dupla, sem acostamento,
apenas recuos, idêntica pavimentação, curvas de variados ângulos, algumas
reversas, retas de diferentes extensões, 148 km ilustrados por plantações dos
típicos tomates doces, azeitonas em nodosas oliveiras floridas, flores, moirões
em vergalhão de ferro cercam as pequenas propriedades arranhando pedregosas
bases das montanhas, amanhando a terra para torná-la produtiva. Colorem a alma
e lembram, vida e economia não são feitas de juros e aplicações financeiras, mas, pelos trabalhos de produzir o tomate, o azeite, as flores, e transportá-los até
sua mesa.
Velocidade de 130 km/h – no
Brasil, apenas em dupla via concede-se nunca explicada e limitada 110 km/h. No
cruzar múltiplas pequenas cidades, 60 km/h, sem quebra-molas, lombadas,
intervenções causadoras de desgastes, aumento de consumo e emissões – e, na
prática, declaração pública da incompetência da autoridade sobre a via.
Casas em
arquitetura original, algumas com mais idade que o Brasil e, surpresa, ver em
oficinas, ou trabalhando, alguns Lamborghinis – não dos que você imagina, mas o
pequeno trator diesel Carioca, origem da valentia de Ferruccio no
fazer carros para peitar outro cabeça dura da Emilia Romana, o Enzo Ferrari.
Rica e variada estrada sugerida
pela BMW a jornalistas de todo o mundo no testar as virtudes do novo BMW 640i
Grand Coupé. Do Brasil, quatro. Troquei o fim de semana e a oportunidade de
divagar montando Haua – Vento em árabe -, minha mula-de-patrão.
Explico: alta, quase sete palmos até a cernelha, inteligente, vivaz, o mais
sabido, rápido e confortável na turma dos cavalos, éguas, burros, jumentos.
Destes, da raça Pega, cruza com égua Manga Larga Marchador, soma inteligência,
bons modos, disposição, andar confortável – rápido, como anuncia seu nome. O
sufixo -de-Patrão, dá o tom: superior, distinto, não entra na lida
no campo, montaria exclusiva do pagador das contas.
Assim, botei sentido para o
trato com os 320 neo-equinos do novo BMW 640i.
Quer saber? Uma tremenda barata.
Carro-do-patrão
Primeira, segunda, terceira ...,
..., oitava. O seis cilindros em linha não reclama, fornecendo torque e
potência que há poucos anos seriam referência mentirosa, de 2.979 cm3 de
cilindrada, saem 320 hp hígidos, longevos, e 450 Nm de torque, a
respectivas 5.800/6.000 e 1300/4500 rpm. A mágica dos
números e a larga faixa de produção está no pacote completo em tecnologia para
atender leis de consumo, emissões, colocar o comprador como amigo do meio
ambiente.
O abundante torque em baixa
rotação, responsável pela viril aceleração, vem da soma de gestão eletrônica,
duplo comando, 24 válvulas no sistemaValve Tronic – regulando a
admissão de ar, substituindo a borboleta no corpo de injeção – comandos
variáveis, turbo com dois rotores, um para baixas-médias, outro daí até as
altas rotações, e injeção de combustível direta na cabeça dos pistões.
É hoje o
pico do pacote de tecnologia economicamente disponível, em crescente adoção,
iniciando maciçamente pelos alemães. Permite troca marchas em baixas rotações
pela transmissão automática – ou à vontade do motorista, até 6.000 rpm. Se
arrancar assim ficará surpreso com 1750 kg, distribuídos
por 5,007 m de automóvel, acelerar de 0 a 100 km/h em 5,4 s.!
Velocidade final cortada a 250 km/h.
Impôs vontades, as coisas
acontecem, o vigoroso e uno vrumm do motor se manifesta
auditivamente. Frequente e sequente, reta permitindo estamina, sinalização de
curva à frente traçada por algum burro enjoado há muitos séculos. A
alavanquinha sob o lado esquerdo do volante com 38 cm de diâmetro, é acionada
junto com o freio.
A redução, digamos de 8ª para 4ª, a cada puxada faz o motor
acelerar sozinho, como casando hipotéticas engrenagens. Quatro discos de freio,
ABS e gestão eletrônica, seguram o automóvel, e o ruído do motor chamado às
rotações pelas marchas reduzindo a transmissão, avisam haver alguém muito hábil
ao volante do Grand Coupé.
Direção precisa, elétrica, suspensão independente
nas quatro rodas, com peças em alumínio, fazem-no acatar o condutor. É bom para
acelerar, para fazer curvas, reduzir, e tem utilidades como o volante passando
leve tremor se você sair da faixa sem dar sinal – interpretado como
distração, sono, e chama sua atenção.
O meio ambiente para a condução
é agradável, elegante, painel envolvente unido ao console. Embora choque, as
atuais preferências nacionais pelo preto, é couro havana, costuras duplas em
largos pontos brancos, bancos em creme claro e faixas em havana – os de boa
memória lembrar-se-ão do refinamento atrevido dos Simca Présidence e Rallye.
Eles embutem almofadas de ar nas laterais, e regulagens elétricas nos frontais.
Alcantara – novo nome para camurça fina - reveste o teto. Para abstração, som
Bang e Olufsen, cortina elétrica para o vidro traseiro, opção aos laterais,
central de informação e GPS, ar condicionado eletrônico, duas zonas para todos.
Então,
Estilo marcante, de bom senso
amenizando planos e cortes das propostas de Chris Bangle, o designer norte-
americano que sacudiu a BMW há alguns anos. A frente é desnecessariamente
avançada por razões estéticas, para parecer maior e mais agressivo, combinando
com as linhas fluídas. Atrás, porta-malas profundo, tampa curta planta a
desejada dúvida entre sedã e cupê. Grand Coupé é pretensão de estilo e mercado,
sugerir esportivo com quatro portas.
Dos 5,007 m, de
comprimento, 2,968 m deles entre-eixos, 1,894 m de largura e
1,392 m de altura dão conforto de rolagem e interno. No console, abaixo da
alavanca das marchas, botão altera a condução entre Conforto e Esporte ao
endurecer amortecedores e ampliar a faixa de rotações do motor para a mudança
das marchas. Conforto atende às demandas. Esporte é
jogo duro.
Tal conteúdo instigante,
extremamente bem acertado, é definidor: não se destina a usuário de motorista,
mas aos que gostam de dirigir e apreciam boa engenharia e suas reações para
condução. É Carro-de-Patrão.
Em venda mundial, entre versões
A6 e A8 Audi; E e S Mercedes. Em casa, entre as Série 5 e 7. O pacote de opções
de cada versão, pode fazer o 640i custar menos que um Série 5 equipado, ou
superar um Série 7 mais simples.
No último trimestre, o 650i, V8,
4.395 cm3, dois turbos presos no V a 90 graus, fazendo 450 hp e 650
Nm em torque. 0 a 100 km/h em 4,4s. Aí, arranhará outro sedã, o Porsche
Panamera. Belicosos, os alemães começam as brigas em casa.
Aqui
Vendas ao final do ano. Preços
indefinidos por falta de clareza ou estabilidade do Governo quanto à aplicação
do recente adicional de 30 pontos percentuais sobre veículos importados. Valerá
o conceito: entre os Audi A6 e A8 e Mercedes Classes E e S. BMs 5
e 7.
BMW 640i, Grand Coupé. Confortável, acertado, Carro-de-Patrão |
Audi A4. Muda muito, mas não parece
É o cavalo-de-batalha da
Audi, de maiores lucros da marca e avaliza devaneios nos modelos maiores e
riscos nos menores – como o mal sucedido A2, sem matar a coragem para fazer o
A1.
Em 40 anos, desde o A80, superou
vender 10 milhões de unidades, e comunizar peças com equivalentes Volkswagen
traçou o caminho de marketing e engenharia – ser a referência tecnológica
superior à VW.
Mudou pouco externamente,
faróis, grupo óptico posterior, aprimoramento mecânico, confortos, segurança, e
resultados em condução esportiva.
Configuração mecânica com motor
transversal, quatro cilindros, turbo compressor e injeção direta. Na versão
Ambiente 180 cv de 4.000 a 6.000 rpm e 320 Nm de torque das 1.500 às 3.900 rpm,
transmissão com polias variáveis, dita Multitronic, com oito velocidades
referenciadas. Versão Ambition, mais 31 cv, caixa mecânica com duas embreagens,
sete velocidades, chamada S-Tronic. S indica tração total. Suspensão
independente, Multilink com cinco braços na dianteira, trapezoidal na traseira.
A atualização deu ao interior
volante mesclando couro e alumínio, e na área de eletrônica, centro de
divertimento, GPS e comando por voz. A direção tem assistência elétrica,
solução nestes dias em que os automóveis são desenhados pelos burocratas
redatores das normas de emissões e consumo de combustível. Pacote comum a
estrangeiros deste porte: bancos frontais com ajuste e memória, piloto
automático, sensores de luz e chuva, teto solar, freio de estacionamento por
botão eletro-mecânico, pacote de som e interfaces com o exterior. R$ 149.700
Quando se vê carro que ao mundo
é para classe média mas no Brasil para quase ricos ou milionários, é de se
pensar sobre a eficiência da legislação de impostos em nosso País. E, em que
pese a omissão e a trapalhada dos importadores no trato com o assunto, há
dúvida sem explicação: pagar mais que o dobro em relação aos outros mercados
não é poupar os nacionais da concorrência, tornando-os apenas caras
neo-carroças?
Audi A4, poucas mudanças, atualização
|
Shelby. Foi-se o homem,
fica o mito
Quase 90, foi-se Carrol Shelby,
o vitorioso norte-americano há décadas proibido de continuar correndo de
automóveis por sua saúde delicada. Orgulhosamente texano por seu chapéu de
vaqueiro, ganhou muitas corridas, ficou doente, enfartou, sofreu transplantes
de coração e rim, mas no que se meteu deu certo. Era o vitorioso que ante as
dificuldades se re-inventava.
O nome Cobra logo o associa. É
fato. Para ganhar corridas tomou um inexpressivo AC, esportivo inglês, e
enfiou-lhe um motor Ford V8 de 289 si. Deu certo e o automóvel evoluiu, ganhou
muitas corridas, virou ícone dos mais copiados em todo o mundo. Não perdeu o
fio, iniciou re-fabricá-lo. Hoje os originais são clássicos pós-guerra e quanto
os novos tem elevados preços.
Quando a Ford resolveu derrotar
a Ferrari, chamou-o para ajudar no como fazer. Fosse por reconhecida
competência, ou por antiga abrasão com Enzo Ferrari – quis contratá-lo como
piloto, porém, sem salário – Shelby foi e auxiliou a criar o GT 40, derrotando a
Ferrari três vezes seguidas nas 24 Horas de Le Mans. Para refazê-lo, em 2002,
chamou-o como consultor.
Criou o mítico Mustang GT 350; o
Mustang Shelby, - desprezou o logo do cavalinho correndo, substituiu-o por
ofídio pronto a dar o bote, dando-lhe nome latino; fez consultoria à Chrysler
na construção do Viper – víbora, outra cobra; voltou à Ford.
Bem sucedido, amigo dos amigos,
sem deslumbramento, mantinha uma fundação para auxiliar crianças sem saúde a
tentar o que fez: vencer a morte por décadas, indo-se em idade superior aos
saudáveis que não precisaram lutar.
Shelby, exemplo |
Roda-a-Roda
Fim – A De Tomaso, pequena fabricante criada pelo polêmico e
criativo argentino Alejandro De Tomaso, em nova crise. Hoje, de Gian Mario Rossingnolo,
ex-presidente da Lancia, assumiu a marca; uma fábrica Pininfarina; 1.500
funcionários da Delphi italiana; criou o medíocre Deauville, e saiu buscando
grupos de investidores, incluindo os sempre lembrados chineses.
Próximo – Nada aconteceu, o equivalente do BNDES italiano não
compareceu, a empresa tem passivos a liquidar, empregados a demitir.
Alemão – Após início argentino, balão de ensaio para entrada
na seara dos picapes, a Volkswagen dividiu produção do Amarok com a fábrica de
Hannover – onde faz linha comercial e pinta o Porsche Panamera. De lá, 40 mil
unidades/ano para Europa e África, cortando o barato da
Argentina, restrita ao mercado latino americano.
Bravo – À
venda, a modelia 2013 marca evolução, mais equipamentos e inteligência no câmbio
Dualogic. Manobras sem acelerar; decisão de não mudar para marcha maior se
perceber hesitação do motorista; mudanças cada vez mais suaves. Sem repasse da
evolução: Essence 1.8 16V a R$ 57.150; com Dualogic 1.8 16V +
R$ 2.640; Absolute Dualogic a R$ 66.830 e T-Jet, turbo e câmbio
mecânico 6 velocidades R$ 71.950.
Quebra-cabeças – Não é quebra-molas, lombada, mas ondulação transversal o
calombo que a administração municipal, estadual ou federal planta nas ruas e
estradas. Pretendem controlar a velocidade, mas, apenas causam redução de média
horária, aumentam consumo e poluição, danificam veículos.
Solução - Anti engenharia, é legalmente o último meio
para resolver problemas de trânsito e deve ter acompanhamento de, no mínimo,
um ano para saber dos resultados. Você conhece algum estudo de engenharia para
implantá-la ou mantê-la? Se ilegal, que tal denunciar o diretor do Detran
ao Ministério Público?
Solução – Queda de vendas pelo maior rigor bancário no fazer
financiamentos levou a indústria automobilística a pedir solução ao governo.
Sairá quando a redução no recolhimento do IPI minguar a entrada de recursos, e
ameaçarem demitir metalúrgicos em São Bernardo do Campo, SP. Nas medidas, o
usual é reduzir impostos. Ou, no caso, Banco do Brasil e Caixa Econômica
assumirem financiamentos, tipo, Meu carro, Meu sonho ...
Mercado – Queda de vendas fez a Peugeot reagir: os 207
com entrada de 50% e prestações de R$ 499; com 55% de sinal e R$ 499 para o 207, três portas; Sedan e SW a R$ 36.990. No 408, câmbio automático de quatro velocidades
sem aumento de preço, com a versão intermediária Feline a R$ 59.990.
Medida - Vale para maio e, medida de importância, a
campanha de publicidade foi aprovada pessoalmente pelo presidente Fréderic
Drouin.
Resposta – Se a Peugeot perdeu vendas e reduziu juros, a
Renault vendeu mais e, para não baixar o embalo, zerou-os para Duster, Fluence,
Logan, Sandero, Megane Grand Tour e Symbol. Clio, Kangoo e Master, de fora.
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