Mais um remendo para
aquecer
indústria e empurrar o PIB
O
Governo Federal agiu imperialmente, não ouviu a sociedade e baixou as
alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de todos os veículos. Os
1.0 nacionais tiveram-no reduzido a 0%; entre 1.0 e 2.0 flex, de 11 para 6%.
Nos importados, a redução também prevalece. Destes, 1.0 há apenas os mexicanos
Nissan e, como os demais estrangeiros terão desconto de 5% no IPI.
O governo
acertou com a indústria praticar um descontinho adicional. E, para fomentar a
demanda, reduziu o depósito compulsório dos bancos junto ao Banco Central e,
com isto, tais entes poderão usar cerca de R$ 10 bilhões, seus, porém anteriormente
inertes no cofre oficial. No mesmo pacote, reduziu o imposto sobre o
financiamento.
Na
prática espera que os bancos reduzam a entrada a 20% e prazo para 60
prestações. O descontinho adicional que a indústria prometeu honrar varia entre
1 e 2,5%, calculado sobre o preço sugerido para vendas, um valor hilário e não
praticado – exceto para Land Rover Evoque, para o qual há filas, Ferrari,
Maserati, Mercedes AMG, Aston Martin, veículos para outra faixa de público, acima
dos descontinhos.
Não
há certeza de êxito. Busca-se fomentar a venda dos 1.0, quase metade do
mercado. Mas é exatamente o comprador dos carros de menor preço que está
endividado, sem liquidez, com as contas domésticas atrapalhadas, pouca opção
para resolver, e perdendo os carros por falta de pagamento. Em dois anos a
inadimplência cresceu 100%, atingindo o recorde de 6% dos negócios, e o
dinheiro envolvido nisto é igual ao volume estornado do depósito compulsório:
R$ 10 bilhões. Difícil a este público reagir para o consumo.
Um lado
O
governo age como se vivêssemos numa Democradura.
A parte democrática diz respeito à preocupação com empregos em queda pela
redução de vendas, consequência das ações do próprio governo. O lado da
ditadura é a decisão em gabinete, ouvindo apenas um dos lados da questão –
indústria automobilística e os banqueiros.
Não perguntou à sociedade se lhe
interessa abrir mão dos impostos que podem trazer investimentos mínimos em
segurança, saúde, estradas, e tantas outras mazelas da falta de gestão, das
leniências e das saliências com os impostos serem arrecadados em números
recordes. Não indagou aos ecologistas, urbanistas, prefeitos, se interessa
maior afluxo de veículos nas ruas, poluindo, detendo o trânsito.
E então
Como fica para você, para mim, para
nós?
Primeiro
de tudo veja se você vai precisar de um automóvel 1.0 agora ou no próximo ano.
Vai? Então compre, use ou estoque. A redução é atrativa. Para carros maiores
ou importados, também funciona, mas em percentual menor.
Na prática os descontos
podem chegar a 10% do total para os carros 1.0 e para uns 6 ou 7% para os
demais – há variações porque preços e descontos e compensações devem ser
combinados com a rede de revendedores. Por isto JAC e Hyundai foram tão rápidas
em apresentar os novos preços.
Os da JAC, cuidadosamente recortados para que a
fim do preço acabasse em 990. Explicação simples, na marca chinesa o controle
das revendas é do grupo SHC. No caso da distribuição Hyundai, boa parte
pertence à distribuidora CAOA e sua rede não tem associação de marca – nem peso
para discutir.
Os
valores anunciados permitem descontos e negociações adicionais. A decisão não
deve ser adiada, pois a validade do incentivo irá até agosto.
Projeto do governo: reduzir estoque, aumentar vendas e o PIB |
Roda-a-Roda
Sorrisos – Ri-se à toa
na Ford, a agência Moodys considerou a companhia em “grau de investimento”.
Isso significa reconhecer superação de problemas, bons projetos em andamento e
caixa forte para viabilizá-los.
Híbrido – A Porsche testa carro híbrido à altura de seu DNA de
performance: 918 - lembrando o lendário 917, vencedor de Le Mans 1970 -, spyder. Hibridismo com dois motores
elétricos – no eixo dianteiro – e outro com o motor de ciclo Otto no eixo
traseiro. Para noção, a soma de potências é 770 cv.
Lá – Em junho, na Argentina, versão Turbo do Renault Fluence, a Sport.180
cv, transmissão com 6 velocidades. O turbo aspira ar resfriado por intercooler, e no motor 2.0, 16
válvulas, ajuda fazer 180 cv e 300 Nm de torque a 2.250 rpm. Dupla aptidão:
para quem quer acelerar, e para quem não gosta de trocar marchas. Faz 0 a 100
km/h em 8,5s e crava 215 km/h.
Mercado – Concorrente de Peugeot 408 Turbo, em motor mais avançado, com
injeção direta de gasolina. Aqui demora: Salão do Automóvel, outubro. Acertos
da central eletrônica para aceitar o purgante ácido da mistura com álcool.
Combinação – Novas Range Rover Sport e Discovery 4, chegam
casando motor diesel V6, 3.0, bi turbo, produzindo 256 cv e monumentais 600 Nm
de torque – 500 Nm em marcha lenta. Transmissão automática com 8 velocidades.
Aparentemente tudo de bom, exceto pela boiolice
de comandar a transmissão por botão giratório e a tração total apertando outro.
Vrumm – Barulho de automóvel vende? Vende. A Porsche gastou muito para
fazer o V8 do utilitário Cayene roncar igual ao H6 do 911, e a Mitsubishi no
Eclipse para ter ronco esportivo fora do carro e ser silencioso internamente.
Atacado – A público maior, a Ford aplicou no motor EcoBoost 2.0, 4 cilindros,
2.0 do Focus ST, tubo adicional com palheta vibratória amplificando as
frequências baixas no escapamento, dando opcional barulho grosso ao automóvel -
surge apenas com o pé direito em baixo. Chama-se Symphozer.
Números – Turbo é o caminho, gera mais potência, menos emissões, baixa
consumo, acelera mais rápido, tem maior velocidade final. Num comparativo, o
novo BMW 118i, 1.6 turbo faz 170 cv de potência, 25,5 kgmf de torque, contra
136 cv do 2.0 e 18,4 do modelo anterior. A Garrett, fornecedora do turbo,
trocou a carcaça fundida por outra tubular, reduzindo peso no conjunto.
Problema – Dificuldades com fornecedores e logística
atrasaram em um mês a apresentação e início das vendas do novo picape Ranger
nos seus principais mercados latino americanos, Argentina e Brasil. Remarcada
para 30 de junho.
Idem – A JAC Motors iniciou a importação de seus carros pelo porto de
Salvador, Ba, início de seu relacionamento com o governo local. Quer iniciar
produzir, em 2014, na fábrica em instalação no Estado. Trouxe mil J5 – que tem
dificuldade em verder.
Acordo – Troca de ações entre a PSA – holding Peugeot Citröen – não deve se iniciar, como dizem alguns
órgãos da Imprensa, por construção de fábrica no Brasil. O caminho é longo e se
inicia com inúmeros estudos sobre compatibilidade de futuros produtos e
comunização de peças e processos. Possibilidade concreta é compartilhar a
plataforma do novo Citroën C3. Conforto
– O Pajero Dakar feito pela Mitsubishi Motors do Brasil ganhou versão com
câmbio automático, cinco lugares, motor diesel. A transmissão tem gerenciamento
eletrônico, porém, apenas 4 velocidades. R$ 135.990.
Regra – A
mudança de regras de emissões força adequação de motores e lançamento de
produtos para separar pré e pós legislação dita Euro 5 – os parâmetros são do
Conama 7. A Iveco lançou o caminhão Tector, cuja maior novidade é o motor FPT, dito NEF6.
Como
– Usa aditivo Arla 32 para reduzir emissões. O motor de seis cilindros, 5.900
cm3, 24 válvulas, foi refeito, aumentando torque pelo redesenho da câmara de
combustão e aumento na pressão de injeção – 1.600 atmosferas. O carter recebe
20 litros de óleo sintético, trocado a cada 60.000 km!
Auxílio – Dúvida para escolher serviços especializados em São Paulo? O portal www.sindirepa-sp.org.br lista 1.200
oficinas relacionadas por segmento – leve, pesado, motocicleta, incluindo preço
médio para mão de obra.
Memória
– A saga da mítica Rolls-Royce será filmada por Martin Scorceze. Misto de
qualidade, romance e tristezas. A marca hoje é da BMW.
Jogo Duro – Conselhos da fabricante Moura para maior vida útil
nas baterias de caminhão: cuidado com acessórios - todos consomem energia;
equilibre-os entre as baterias, pois sobregasto em uma desequilibra o sistema;
use chave geral – ela pode desligar tudo, exceto o tacógrafo; use componentes
originais; se as baterias descarregarem, evite as chupetas.
Antigos – Dupla argentina Cláudio Scalise/Daniel Claramunt com Alfa Romeo 6C
1500GS de 1933 venceu a Mille Miglia
Storica, entre Bréscia-Roma-Bréscia. 382 concorrentes, incluindo a dupla
favorita, o avocato Giuliano Cane e
sua mulher Lucia Galliani, com BMW 328 Mille
Miglia Roadster, de Brescia, vencedores por 10 vezes.
Mais - Não deixaram barato. As três duplas argentinas ficaram entre as 10
primeiras. Juan Tonconogy/Guillermo Berisso, com Bugatti Type 40, de 1927,
quinto vencendo categoria até 1930; Manuel Eliabe/Mark Gessler, com Aston
Martin Le Mans, décimo lugar.
Alfa 6C 1500GS, com argentinos, vencedores da Mille Miglia |
Gente – François Hollande, novo presidente da
França, ecológico. OOOO Desfile de posse pela Avenue
des Champs Elisées, em Citroën DS5 Hybrid 4, diesel elétrico, tração total.
OOOO Glenda
Pereira, jornalista, mudança de lado. OOOO Deixou experiências de
jornalista especializada na Folha de S. Paulo e no Diário de São Paulo, pelo time
paulistano da Renault para relacionamento com a imprensa. OOOO
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Defesa do Consumidor, a
coragem do Re-call das rodas do Uno
1.5R
A
chamada técnica para resolver problemas que ofereçam risco de dano à saúde ou à
vida, dito re-call, é obrigação
prevista no Código de Defesa do Consumidor, nivelando na mesma obrigação e
responsabilidade fabricante, eventual importador, e concessionário que realizou
a venda.
Antes
do Código poucas foram as iniciativas neste setor. Uma, entretanto, marcou
história: as rodas do Fiat Uno 1.5R, em 1991. Não há quantificação de volume
para as tiveram trincas, fissuras ou quebras, mas o fato é que, então, não era
prática de fabricante fazer o re-call de
veículos ou peças defeituosas.
Recém
investido diretor superintendente da Fiat, o engenheiro italiano Pacifico Paoli, tomou conhecimento do problema, entendeu rapidamente que tanto as consequências
poderiam ser danosas aos cofres e à imagem da Fiat, e decidiu a troca de todas
as rodas de todos os Uno 1.5R.
Quantidade
desconhecida, era a versão de topo da série Uno.
Motor 1.5, muito esperto e
agradável para andar rápido para os termos da época. Ato de coragem gerou
reclamações do fornecedor das rodas querendo substituir apenas as
problemáticas, dos revendedores, fazendo atendimento gracioso em carros que
possivelmente nunca exibiriam o defeito. Mas foi uma das marcas da gestão
Paoli, e auxiliou sedimentar imagem da então mais nova das montadoras no Brasil
que entendia e resolvia casos antes de virar problemas.
Re-call para troca de todas as rodas de todos Uno 1.5R foi ato de coragem da Fiat e o primeiro de grande quantidade no Brasil
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